spoiler visualizaremariaaraujo 09/01/2023
Desapegou mesmo?
Fato número 1: o livro não faz o meu estilo.
Fato 2: li pq ganhei de presente e estava na minha estante, que como eu já disse: estou tentando ler todos que estão lá.
Fato número 3: eu tenho uma mania, por vezes irritante, de terminar um livro mesmo ele sendo péssimo. (O Primo Basílio que me aguarde haha).
Bom, ao meu ver (e me corrijam se eu estiver errada), o livro é de autoajuda (que eu detesto) com autobiografia da vida amorosa da autora.
Bom, Isabela é aquela menina que não consegue ficar sozinha e tem sempre que estar em um relacionamento. Então, quando um dia, ela decide terminar seu relacionamento atual e curtir um pouco a própria companhia, ela tenta entender o que se passa com ela. O livro nos deixa umas frases de efeitos e até alguns conselhos que eu já dei pra alguma amiga, e nos explica seu ponto de vista sobre assuntos de certa forma relevante. Eu nunca estive em um relacionamento amoroso antes, mas em relação a autoestima, autoconfiança, honestidade etc., são assuntos que se aplicam em qualquer tipo de relacionamento. Não existe uma relação saudável quando um dos lados é desprovido desses atributos. Quando a autora diz que "ciúmes é insegurança, é falta de confiança", logo me veio uma frase de Nietzsche que diz: "Aquele que anda cercado pela chama do ciúme acaba, como o escorpião, por voltar contra si mesmo o ferrão envenenado".
Na verdade, antes da metade do livro eu já havia concluído que a Isabela precisava ir ao psicólogo. De certa forma, ela tentava suprir a carência de algo que faltava em sua vida estando sempre em um relacionamento, com medo de ficar sozinha; assim como ela tentava suprir as necessidades que outros impunham em sua vida, como por exemplo, quando ela cursou Direito apenas pq os pais dela achavam que era melhor pra vida dela. Ela era insegura, tinha a autoestima baixa e se importava muito com a forma que a imagem, tanto interna como externa, dela deveria aparecer para outras pessoas. A Isabella se cobrava muito e se frustrava com a mesma intensidade, pois se baseava nos filmes, nos livros, séries e relacionamentos (a grama do vizinho sempre é mais verde) alheios, levando pra realidade aquilo que só existe na ficção.
Acho que o desejo dela de tentar ter mudado o ex-namorado, que era o maior pegador, fazia com que a autoconfiança não fosse a das melhores, já que o cara estava sempre se mostrando um babaca com B maiúsculo. Ela ter tentado cantar de galo querendo passar um sermão no cara, depois de ter terminado e visto o ex beijar outras nas festas, só mostra que a dissertação sobre autoestima, confiança, amor próprio não passou de palavras vazias. "Ah, mas era o ex dela e uma amiga na maior pegação e na frente dela." então, era o EX, ele não devia mais fidelidade à Isabela, independente se tinham terminado há um mês ou uma semana. Terminou? Beleza, cada um segue sua vida do jeito que quiser. E, em relação á amiga, como ela mesma disse: "pseudocolega-de-balada" que substituía os dois melhores amigos quando eles não estavam... bom, esperou demais de quem ela nem considerava como amigo.
Enfim, espero mesmo que a Isabela tenha, de fato, se desapegado da ilusão de que a vida pode ser um filme de romance ou um conto de fadas que sempre acaba com um "e viveram felizes para sempre", porque não é. Sem os altos e baixos não existe vida. É preciso ser atingido pela tempestade para que possamos apreciar o arco-íris após, Até porquê, como eu aprendi, tudo na vida passa, mais cedo ou mais tarde; e aquilo que nos machucou, nos fez sofrer, nos envergonhar e fazer a gente se sentir diminutos e vindos de outra galáxia, lá na frente nos faz perceber que aquilo foi essencial para nos tornarmos o que somo hoje, pois nos ensinou uma lição que mudou a nossa maneira de pensar ou agir, mudou o caminho que pegaríamos na estrada da vida, e nos mudou (pra melhor, espero).