Bruno Teógenes 20/04/2020
ANNE FRANK: JOGADA DE MARKETING?
Para quem não conhece a História, precisamos fazer um panorama: A Anne Frank nasceu em Frankfurt em 12 jun de 1929, na Alemanha, e junto com sua família, Margot (irmã), Edith (mãe) e Otto (pai), foram para Amsterdã para fugir da Alemanha nazista, pois vários discursos, várias atitudes do governo nazista mostravam que ali não teriam bons tempos para os judeus e outras minorias. O governo dizia que os judeus seriam levados para campos de trabalho, mas todos começaram a desconfiar porque aqueles que eram levados, após meses ou anos não voltavam. Então, passaram a morar em Amsterdã e lá, se esconderam em uma parte desativada da empresa do Otto Frank, e esse esconderijo eles chamavam de Anexo Secreto.
No documentário gravado em 1988 ele apresenta 07 mulheres que passaram por todo o período da Alemanha Nazista, de 1933 a 45. Já no livro são apresentadas 06 entrevistas. Quem fica de fora do livro deste compilado é Anita Mayer- Ross, mas esta é citada no livro por alguma outra entrevistada. Ela só não tem um capítulo específico no livro, mas no documentário aparece não mais que 2 minutos.
O que deparamos neste livro são histórias individuais dessas entrevistadas que, em algum momento tiveram breves contatos com Anne. Se a gente pegar O Diário de Anne Frank e ler, vamos saber da história do ponto de vista de Anne, seus conflitos no Anexo Secreto, seus sonhos, etc. Sem ter noção do que está acontecendo fora do anexo secreto, até porque eles ficaram escondidos por 2 anos e um mês, sem sair de lá. Agora neste livro, Os Sete Últimos Meses de Anne Frank, traz um relato do que já estava acontecendo fora do anexo secreto e, vez e outra, a família Frank é citada, sem muita ênfase. A impressão que eu tive é que, no decorrer da entrevista, essas mulheres precisariam citar a família Frank para carregar o nome da menina no documentário ou no livro. Até porque sabemos que Anne Frank ficou muito famosa depois da publicação dos seus relatos no Diário que veio a ser publicado em 1947.
Embora possamos fazer um comparativo de tudo o que essas mulheres passaram com aquilo que Anne passou, ainda acredito terem usado o nome da menina por motivos "marqueteiros". Poderiam muito bem vender a história dessas mulheres em um livro super inédito com o nome delas na capa, ao invés o de Anne. O nome da menina serviu apenas como um apoio para a divulgação do documentário/livro, penso.
O livro é espetacular no quesito descritivo dos fatos, do conteúdo em si, mas muito triste por todo o ocorrido com os judeus e outras minorias. É lamentável! Se tomarmos como base fatos históricos podemos mudar muito do nosso futuro como sociedade, mas ainda há quem acredita em fake news facilmente. É uma pena que, com toda tecnologia que temos obtido ao longo do tempo seja difícil combater fake news.
OFF: Gravei um vídeo sobre o livro e postei no meu canal. Caso alguém tenha interesse, curte lá! Isso me ajudará com o feedback para continuar a produzir conteúdos como este. Inclusive, enquanto não sai o site, passa lá no instagram: @intercambooks
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