Tamirez | @resenhandosonhos 29/08/2018A Rainha VermelhaMuita gente tem pé atrás com esse livro pois dizem que ele é uma cópia de vários outros e, esse provavelmente é o motivo pelo qual eu demorei tanto pra ler. Tendo ouvido as mais diversas ideias sobre as referências contidas aqui, quis tirar minhas próprias conclusões já que também havia uma grande parcela de pessoas dizendo que o livro era muito bom.
A Rainha Vermelha possui sim uma semelhança e elementos com outras séries que eu já li, sendo a principal delas a Trilogia Grisha de Leigh Bardugo, toda ela já resenhada aqui no blog. Mas, já ouvi pessoas falando sobre A Seleção e vários outros títulos. Digo que sim, há um reconhecimento de alguns elementos, mas não acredito que possa ser chamado de plágio por haver essas referências. Quantos livros temos por ai que possuem semelhanças entre si e que acabam se mostrando material de boa qualidade no desenvolvimento da narrativa? Vários.
“Então quem eu sou? – pergunto com a voz trêmula de tristeza, imaginando todas as coisas horríveis que podem fazer comigo.”
Quando eu comecei a ler já tive logo uma impressão, mas o livro fluiu tão bem pra mim que passei a relevar tudo que via de semelhante com a expectativa que o foco fosse em algum momento mudar e que Victoria Aveyard começasse a moldar uma história única. E, acredito que perto do fim do livro, conseguimos chegar perto desse objetivo.
Mare Barrow é uma personagem muito humana. Ao mesmo tempo em que ela é forte, inteligente e sagaz, ela também é suscetível em vários aspectos, em alguns momentos sendo conduzida e passada pra trás por acreditar nas pessoas erradas ou pela maldade mesmo, como acontece com todos nós na vida real. Porém, ela levanta a cabeça e segue em frente, sempre buscando uma outra opção que possa resolver seu problema.
“Nos contos de fadas, a garota pobre sorri ao se tornar princesa. No momento, não sei se voltarei a sorrir algum dia.”
O príncipe herdeiro não foi uma surpresa e Maven, o irmão mais novo, também não. Aos poucos, conforme as páginas iam passando, já comecei a imaginar qual seria o papel deles na história e por que caminho cada um seguiria. Tive uma leve surpresa no final, com uma morte que se apresenta, mas fora isso foi como imaginei que a história fosse caminhar. E, por mais que pareça, isso não foi ruim.
É muito interessante quando bolamos em nossa cabeça uma história com as peças que nos são dadas e ficamos tão imersos naquilo que torcemos para estarmos certos e para que a trama caminhe por esses caminhos, mesmo que nem sempre eles sejam bons ou felizes. E pra mim foi esse o sentimento. Eu queria que aquelas coisas acontecessem pra sacudir a protagonista, pra que fôssemos ter personagens com honra, mas também versáteis e sim, um bom vilão. Esse último eu ainda tenho minhas dúvidas, mas vamos aguardar.
Minhas expectativas para o segundo livro estão muito voltadas para o papel da Guarda Escarlate na história. Esse grupo de rebeldes que lutam contra o governo podem ser muito importantes para o desenvolvimento da série Red Queen e na condução na narrativa daqui pra frente. E eu realmente espero que fixemos nossa atenção nesses eventos importantes e não tanto na relação da Mare com ambos os príncipes.
Eu li A Rainha Vermelha em algumas horas e quero logo pegar Espada de Vidro pra saber o que acontece em seguida. Há referências? Sim. Mas acho que acima disso temos uma boa história de fantasia que pode ser apreciada de forma individual, tendo você já lido os livros que podem despertar a lembrança, ou não!
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