Tina 02/12/2023
Romance sem-sal
Terminei "Adeus às armas" pensando: é isso e acabou? Sério mesmo? Confesso que minhas expectativas em relação a essa leitura eram muito altas, ainda mais por ser considerado o melhor romance norte-americano ambientado na Primeira Guerra Mundial. Acompanhamos o romance de Frederic Henry e Catherine Barkley, ele, um soldado americano combatendo no exército italiano e ela uma enfermeira inglesa, também atuando na Itália. Os dois se conhecem por intermédio de Rinaldi, amigo de Henry, e acabam se apaixonando. Quando Henry tem sua perna seriamente ferida durante um confronto, é transferido para um hospital em Milão, para onde, logo após, Catherine também é enviada. Lá, Cath toma conta do amado durante sua recuperação e os dois se aproximam ainda mais. Quando Henry está recuperado, ele retorna ao front para combater, de onde voltará após deserção e será obrigado a fugir da Itália. Cath e Henry seguirão seu romance na Suíça. A escrita de Hemingway é simples, vai direto ao ponto, e os trechos sobre a guerra são incríveis. No entanto, o romance não me cativou. Não consegui me conectar com o casal, torcer por eles, sentir o que estavam sentindo. Achei um amor apressado, raso, com muito mais palavras do que gestos, um tanto bobo até. Fiquei extremamente decepcionada com esse aspecto, e ainda mais com o desfecho. Achei o fim frio, sem sentimentos, sem falar nos diálogos, um tanto quanto forçados. Para quem nunca leu Hemingway, não indicaria a leitura desse livro. Começaria por "Por quem os sinos dobram", por exemplo. De toda forma, o pano de fundo e a história são bons, com trechos marcantes, apenas peca na questão do romance.
"[...] aos que trazem coragem a este mundo, o mundo precisa quebrá-los, para conseguir eliminá-los, e é o que faz. O mundo os quebra, a todos; no entanto, muitos deles tornam-se mais fortes, justamente no ponto onde foram quebrados. Então, os que não se deixam quebrar, o mundo os mata".