TS.Meirelles 18/02/2018
..E ninguém consegue acabar com a guerra, porque todos já enlouqueceram. Há pessoas que nunca se dão conta disso..
Henry é um tenente americano que se alista no exército italiano como motorista e responsável pelas ambulâncias de resgate aos soldados aliados da Primeira Grande Guerra Mundial, nos fronts italianos com a Áustria. Henry conhece Catherine, por quem se apaixona e ama perdidamente, e com quem permeia todo o contexto da guerra, das relações e das expectativas de vida.
Hemingway, embora não seja um sentimentalista, é extremamente romântico. Isso é claro quando percebemos na escrita o fio cru da guerra, as atrocidades da carnificina, e como ele trata desses assuntos sem idealismos ou sentimentalismos, mas, na relação entre Henry e Catherine, há ali diálogos maravilhosos de um amor forte, inquebrável e profundo, marcado pela ideia romântica da fusão de dois seres em um, quase cristão. A construção dos diálogos me impressionou. Hemingway tem um jeito todo próprio de por os personagens em diálogos, sejam entre si ou consigo mesmos, em que as falas não são extensas (e cansativas) nem curtas (e simplórias), mas econômicas e muito realistas. Ernest não é um grande frasista, daqueles que impactam com uma bela frase construída, mas abraça com o conjunto.
OBS.: nessa edição da Bertrand Brasil há um grandessíssimo spoiler na orelha do livro, portanto, não leiam. rs. Pode não ser um grande spoiler pra todos, mas pra mim foi bem desnecessário.