Márcia 25/04/2010Mais furado que queijo suiço. Gosto muito dos livros de Dan Brown, gosto do estilo do cara, embora seja claro para todos os leitores, que o estilo é repetitivo, chegando até a se tornar um padrão nos livros.
Pois bem, acho que O Símbolo Perdido foi uma das minhas piores decepções literárias.
Dan Brown fez uma mistureba danada de várias culturas e crenças antigas, novas e até mesmo do futuro (?). Uma mistura que deu muito errado. Esse foi o único título de Dan Brown que não me prendeu. Em nenhum dos vários e vários dias que levei para ler, o livro conseguiu me sugar para dentro de suas páginas.
Robert Langdon é o grande chamariz do livro. É o grande golpe de marketing - se me for permitido dizer. Porém, mesmo com o herói já consagrado de Anjos e Demônios e O Codigo Da Vinci, O Simbolo Perdido é um fracasso. Robert se apresenta aqui tão apatico e por vezes, chato, que em minha opinião, seria até melhor se o autor tivesse poupado seu melhor personagem para outro livro. Todas as caracteristicas do brilhante professor e especialista em simbologia de Harvard foram completamente perdidas. As descobertas que causaram reviravoltas em suas aventuras precedentes, fruto de epifanias incriveis, nos momentos mais tensos da narrativa, simplesmente desapareceram. Era so mais um personagem. E não dos melhores. Até mesmo o relógio de Michey Mouse foi deixado para trás, apenas citado muito vagamente umas 2 vezes durante toda a trama.
Sinceramente, achei o vilão muito mais interessante que nosso Langdon.
O Vilão é outro ponto de interrogação, aliás. O QUE!? Que final foi aquele? Admito, era completamente previsivel, mas eu (anta!) não previ. Mesmo assim, se o livro tivesse acabado ali, ganharia mais uma estrelinha. Porem, infelizmente, ele continua, e depois de terminada a "aventura" o livro se arrasta e se arrasta por mais de 30 páginas só enchendo xouriça.
Sinto muito, mas tenho que falar também do fracasso que para mim foi a "companheira" de Langdon. Katherine Solomon serviu para que? Ela podia ter morrido e não faria diferença alguma, acreditem. As outras duas mulheres que ajudaram Langdon nos outros livros, pelo menos AJUDARAM, era necessárias na trama, eram ativas. Traziam sempre informações necessárias a Langdon de acordo com as profissões que exerciam e que, invariavelmente, construiam uma ponte para uma das epifanias do professor.
Outro ponto negativo do livro, para mim, são as informações que Dan Brown passa. Passei os olhos por elas mecanicamente. Washington, em minha opinião, esta longe de ter um decimo do fascinio que a Cidade do Vaticano e a cidade de Paris exercem. Os "Antigos Misterios" dos maçons são massantes (perdoem o trocadilho tosco). Os antigos segredos da Igreja Católica, os códigos que os grandes mestres da arte esconderam em suas obras são infinitamente mais interessantes que um louco tentando tatuar o alto do cucuruto com uma palavra antiga que o transformaria em um Deus.
Não me entendam mal, sem preconceitos com a Francomaçonaria e a capital do EUA, mas essa historia passou longe de ser bem escrita. As informações são chatas e depois de passar por mais de 400 páginas de pura enrolação, Dan Brown ainda nos faz cair em uma verdadeira aula de religião!