akio 22/03/2020
Você já sabe o que esperar dele
Por mais que seja fácil ler Dan Brown, é difícil dar minha opinião sobre um livro dele, porque, das duas, uma: ou você é um fã do autor - e nesse caso não vou acrescentar nada porque você já sabe que os livros dele têm sempre o mesmo jeitão e você gosta disso - ou você já decidiu que esse tipo de leitura de "ação desenfreada com pano de fundo científico/religioso/filosófico" não é para você - e nesse caso também não estarei ajudando em nada!
Então tentarei compartilhar minha experiência com um grupo minoritário: aqueles que nem o amam, nem o odeiam, mas ficam curiosos para saber se o fascínio despertado por seus livros é justificado ou não. Se for esse o seu caso, agradeço sua atenção.
A fórmula é sempre a mesma, e o professor Tom Hanks (ops, Robert Langdon) sempre é genial, ético, atraente, guardião da moral e com uma simpatia desajeitada e humilde que torna impossível não se identificar com ele. As cenas de ação são hollywoodianas, sempre interrompidas o máximo possível para iniciar um novo capítulo em outro lugar onde outra ação se desenrola (que, não se iluda, vai ser cortada na sua cara assim que a coisa esquentar), e por aí vai. E sempre com pílulas de conhecimento à la Wikipedia que brotam do nada, interrompendo as já interrompidas cenas de ação com momentos do tipo "você sabia que a maçonaria...".
Sim, isso é irritante, mas é justamente o segredo do sucesso desse autor, que é lido com o único objetivo de entreter, na mais pura forma de escapismo sem culpa, e condenar isso seria como dizer que os adultos não devem se divertir assistindo aos filmes de The Rock, ou que as crianças estão perdendo seu tempo ao verem Frozen.
Sim, eu me diverti bastante com esse livro. E não, eu seguramente não o considero um grande autor. Talvez eu ainda leia outros livros dele. Contanto que eu esteja seguro de que quero apenas desligar a mente e seguir me divertindo (quem sabe após uma leitura muito extenuante ou em época de quarentena por conta de alguma ameaça mundial...).