Ari Phanie 27/08/2022"Lutemos como mulher, minha força reside na minha fraqueza."
Eu conhecia Os Três Mosqueteiros desde a infância por causa das inúmeras adaptações que surgiram ao longo do tempo. Mas da obra literária que deu origem a todas elas só fui conhecer há poucos anos atrás. Apesar de gostar de ler livros que viram séries ou filmes, essa estava entre aquelas obras que eu não tinha nenhum interesse em ler. Mas depois da minha experiência com o incrível O Conde de Monte Cristo decidi ler Os Três Mosqueteiros e outros livros do Dumas também. Achei que seria muito difícil eu desgostar. Mas eis que tinha Athos, Porthos, Aramis e d’Artangnan no caminho.
O livro começou muito legal e tudo, tinha uma vibe de que ia entregar muita ação e aventura (e até entregou alguma), mas em 100 páginas tudo que o ocorreu mesmo foi uns homens de ego delicado que ficavam putinhos por qualquer esbarrão no ombro e iam duelar. Booooring zzzzz! Mas veio a recuperação, e o cenário de intrigas e mistério me ganhou. Só que eu não estava esperando não gostar dos mosqueteiros. E a razão é simples: eles não prestam. Eles só sabem enganar a mulherada, se achar superiores a todo mundo, maltratar a criadagem e arrumar briga com Deus e o mundo. Eles acham que seguem um código de honra perfeito, mas na verdade, são só bons assassinos que condenam e matam a seu bel-prazer. O único que demonstra alguma sensibilidade e empatia é d’Artangnan, mas eu tive outros problemas com ele. Já Athos, que é o meu preferido em várias adaptações acabou sendo o que eu menos gostei dos quatro. Uma decepção. Felizmente, o livro não gira ao redor apenas desses personagens. As personagens femininas acabaram fazendo a diferença para mim. Acho que a única coisa que critiquei quanto ao Conde de Monte Cristo foi a falta de uma personagem feminina de relevância, felizmente esse não é o caso em Os Três Mosqueteiros. Aqui temos duas, a sra. Bonacieux e a misteriosa Milady. Eu adoro a Constance Bonacieux em várias adaptações, inclusive na série da BBC, e gostei muito dela no livro, mas eu teria adorado que ela tivesse mais espaço na história. Assim como eu teria adorado que Milady também tivesse mais espaço, infelizmente essa última só aparece MESMO lá para as últimas 200 páginas, e apesar de pouco tempo na história, a mulher consegue ser mais relevante que alguns dos mosqueteiros. Sério! A Milady é a grande vilã da história, você n consegue gostar dela, mas a bicha é esperta, manipuladora e perspicaz. Não vou dizer q n foi interessante ler sobre uma personagem feminina cruel, o que passa longe dos tipos habituais usados na literatura do período, mas a Milady n era a única vilã da história, no entanto ela foi a única que pagou por seus crimes. O mandante saiu ileso, e ainda pareceu conquistar os mosqueteiros no final. E o outro criminoso que agia junto com a Milady ainda virou amigo do d'Artagnan, ora que legal, né!? Homens se unindo e as mulheres se f*dendo, nada mais realista que isso.
Além desse final decepcionante, mtos momentos foram monótonos, não me dava ânimo para ler quando focava nos mosqueteiros e no final das contas não foi a leitura que eu estava esperando. É um grande clássico, alguns momentos foram muitos legais, como as coisas relacionadas ao duque de Buckingham e à rainha, e tudo relacionado às duas mulheres principais da trama, mas a história não foi boa o suficiente para me conquistar. Eu gosto mais dos mosqueiros das telas de tv e cinema. Desculpa aí, querido Dumas.