Thay262 24/09/2022minha estanteQue resenha amigo, eu aqui balançando a cabeça concordando com quase tudo! Kkk
Eu também acho que é impossível ler esse livro e sair da mesma forma, tem Digressões cansativas e irrelevantes mas outras tão ricas e reflexivas que é surreal, o livro começa com esse Bispo e já faz agente amar o livro antes das 50 primeiras páginas, é um livro com forte senso crítica social, também queria mais Amigos do ABC (#TeamEnjolras total).
Mas os únicos personagens "maus" que realmente me irritaram no livro foram os Thenardier. Não passei nenhum ranço com o Jean Valjean não, personagens que não me cativaram tanto foram Marius e Cosette (achei o romance deles bem sem sal).
O destino de Javert foi tenso, mas eu compreendi a ideia: Javert me trouxe muita reflexão. Ele era só um homem que acreditava estar fazendo o certo, seguindo a lei. Ele acreditava que as pessoas escolhiam ser miseráveis e que tinham oque mereciam por escolherem ser "vagabundos e vadios".
Então ele se encontra numa encruzilhada depois que Jean Valjean poupa a vida dele: "a lei diz que devo prender esse homem. Mas minha consciência diz que tenho uma dívida com ele".
Pela primeira vez ele contempla que nem sempre "lei" e "moral" andam juntas. Seria "legal perante a lei" prender Jean, mas não seria "justo moralmente". E o pobre Javert ainda se depara com outra desconstrução de suas crenças: "ele achava que bem e mal são coisas muito distintas, e que um guilheta só podia ser mau enquanto um agente da lei bom", quando ele percebe que nem tudo é só esse extremismo e que um guilheta pode ser bom (ou que é possível mudar e se tornar bom), tanto quanto um agente da lei se corromper, ou se cegar com a letra fria da lei, e fazer o mau ao invés do justo. Ele já não sabe oque pensar então. Ele não acreditava em mudança, acreditava que "uma pessoa sempre seria oque se é, se é bom sempre será, e se faz o mau ou coisas erradas sempre o fará".
Diante tanta coisa que ele acreditava firmemente cair por terra, se mostrar crenças errôneas, ele opta por se matar do que conviver com tais inquietações. Realmente deve ter sido um "baque" descobrir que passou a vida seguindo crenças que de repente se deterioram na sua frente. Triste que diante esse "baque" ele tenha optado por se matar, o "cumprimento do dever" era tudo pra ele, e ele perdeu seu senso de verdade motivo para o qual julgava viver. A escolha dele me chocou, mas compreendi.
Achei o personagem muito interessante justamente por conta de seu final.
Enfim, são tantos personagens. É incrível esse livro, acho que dá pra fazer muita reflexão em cima de cada capítulo desse livro magnífico, das situações, dos diversos personagens.
Enfim, deixe-me parar de tomar seu tempo, parabéns pela sua resenha. Me identifiquei com ela em muitos pontos!! Muito show!!!