Resenhas - Os Miseráveis

pedro villar 11/06/2022

Falar o que de Os Miseráveis? Falar o que de uma obra incontornável no cânone não só dá literatura como da civilização ocidental? Resta aqui, mais de 150 anos depois da publicação original, tecer impressões pessoais e um sentimento geral sobre a sensação de ler (e chegar ao fim) desse colosso de livro .

Pois bem, Victor Hugo foi um grande escritor, isso não é necessário que se diga. Ele tinha um domínio completo da arte de contar uma história complexa e longa como essa, parando diversas vezes ainda para enormes digressões sobre os mais diversos temas, para depois retornar à história principal de Jean Valjean, Cosette e companhia.

Muito afeito a hipérboles e personagens maiores que a vida, características clássicas do romantismo, ele carrega em seu herói, Jean Valjean, a mensagem principal do livro. Um ex condenado miserável que, depois de uma iluminação, passa a história inteira em busca de expiação, indo de um ato bondoso para outro e carregando com ele um rosário de personagens que funcionam como arquétipos para a mensagem que Victor Hugo quer passar .

Pois Os Miseráveis é, essencialmente, um tratado sobre humanismo e justiça social. Ou o máximo que um homem burguês do século XIX conseguia compreender sobre o tema.

Confesso que o livro me perdeu em várias das digressões citadas acima ( a história do esgoto de Paris é particularmente irritante), e o romantismo, como movimento literário, pode muitas vezes parecer inocente demais para os nossos olhos adaptados ao cinismo da sociedade que criamos nesse início de século XXI. Mas no fim de tudo é um monumento da literatura, e o término da leitura dá uma sensação ótima de dever cumprido e de uma lacuna a menos no rol de obras essenciais.

danii 08/06/2022

livros como este ainda não são inúteis
"ENQUANTO, por efeito de leis e costumes, houver prescrição social, forçando a existência, em plena civilização, de verdadeiros infernos, e desvirtuando por humana fatalidade, um destino por natureza divino; enquanto os três problemas do século ? a degradação do homem pelo proletariado, a prostituição da mulher pela fome, e a atrofia da criança pela ignorância ? não forem resolvidos; enquanto houver lugares onde seja possível a asfixia social; em outras palavras, e de um ponto de vista mais amplo ainda, enquanto sobre a terra houver ignorância e miséria, livros como este não serão inúteis."

? Victor Hugo, 1862.

As palavras do próprio autor do livro, Victor Hugo, resumem bem o que eu poderia falar na resenha.

Anne 06/06/2022

Gostei bastante do livro, mas algumas partes são meio cansativas de ler. Achei o final sem graça, esperava algo a mais, não curti muito e achei injusto como Jean Valjean acaba.

Cleuzita 04/06/2022

Estou grata por ter lido ?
Estou feliz por ter lido esse grande livro, tanto em tamanho quanto em importância. Sem dúvida ele faz a diferença na vida de qualquer leitor. Entrar em contato com o Bispo Digne, Jean Valjean, Fantine, Cosette, Márius, Javert... enriqueceu meus dias e meu universo interior. A arte existe para aliviar o fardo das dificuldades da vida. Esse livro me transportou para a Paris da primeira metade do século XIX, mostrou-me como o mundo é antigo e quantas semelhanças ainda nos aproxima. Neste momento estou me sentindo grata pela oportunidade de ter lido esse cânone da literatura universal. Recomendo a todos que leiam, não se assuste com o número de páginas, o segredo é começar e não desistir, um pouquinho por dia, só precisa disso. ?

Anjuf 04/06/2022

Bom, mas...
Achei o livro difícil de ler. A história é muito boa, os personagens cumprem o objetivo, e a narrativa retrata bem a pobreza, os ideais e a vida "miserável" de cada um; mas mesmo assim, não prendeu muito a minha atenção, talvez por eu não estar lendo por livre e espontânea vontade (foi leitura obrigatória da escola).
Acho que vale a pena sim dar uma chance à essa leitura, mas se eu for ler novamente, leria o livro original e completo, não esse "resumo".

McGyver.Rego 03/06/2022

Como escalar o Everest
Um verdadeiro desafio é o que se pode dizer da experiência de ler este livro. É quase como escalar um everest, pois você é obrigado a ir galgando a subida em doses homeopáticas. Este livro que foi publicado no formato de folhetim na época, e quando você sabe dessa informação, fica mais fácil entender o tamanho bíblico da obra. Afinal, Victor Hugo estava escrevendo praticamente a novela da época, que seria, portanto, acompanhada com avidez, capítulo a capítulo. E comparando às novelas, existem capítulos que só estão ali para "encher linguiça". Claro que um simples leitor como eu não deveria se atrever a comparar o grande Victor H. com novelas, no entanto, acho válido, uma vez que tais capítulos os quais chamei de "encheção de linguiça", são capítulos digressivos, não envelheceram bem, já que retratam muito da França da época da juventude do autor, e ainda, carregado com o seu ponto de vista, que não tem a precisão de um historiador propriamente dito. O que faz que tais capítulos, sejam na maior parte do tempo dificílimos de tragar, e nos faz questionar porque ele desviou tanto da história principal. Mas aí, lembro-me que esta obra, como dito acima, era folhetinesca, portanto, para o Parisiense da época, que degustou a história, semanalmente, ou mensalmente, seja lá como tenha sido a frequência de publicações, deve ter achado um máximo as digressões que tanto usou VH. Já para nós, meros mortais do sec. XXI, que não somos franceses, nem estudamos história francesa, é maçante passar por estas partes. Sei que muita gente desiste da leitura numa dessas digressões, sendo a mais famosa delas, a batalha de Waterloo. No entanto, quando o livro se atém aos seus personagens principais, a história flui, se desenvolve, emociona, empolga! Todos os personagens cativam de alguma forma, seja evocando raiva, tristeza, amor... Até o final, que por sinal, é emocionante, parecendo até o final de um bom filme dramático.

luckysworld 02/06/2022

?Viajar é um constante nascer e morrer.?
Honestamente, comecei a ler esse livro por conta de um trabalho escolar, só que a cada página a história conseguiu me cativar cada vez mais. Cada detalhezinho me emocionou e os personagens principais fizeram eu me grudar nesse livro até terminar, e não me arrependo disso

Diogo 31/05/2022

Que historia maravilhosa, realmente um clássico, Vitor Hugo escreve uma critica incrível sobre a miséria humana, e parece muito bem que poderia se passar nos tempos atuais.

laris 30/05/2022

1.511 páginas e depois de passar cinco meses lendo esse livro segue o que tenho a dizer:
puts... complicado demais man ser pobre.

Lilly 27/05/2022

Um mix de emoções
Ler Os miseráveis é bem desafiador, não pelo tamanho dele e sim pela escrita de Victor Hugo, que me ganha vá e me perdia ao longo da leitura. Quando Victor Hugo descreve os personagens as problemáticas dele é maravilhoso, vc não quer parar de ler, porém quando Victor Hugo é descritivo em outras situações como a batalha de Warteloo ou quando ele descreve um convento ou o esgoto de Paris, simplesmente ficava entediada, pois levava meses sem pegar no livro. A história se passa no século XIX conta a história de Jean Valjen que estava em uma situação de extrema miséria rouba um pão e é preso por isso, ele passa anos preso pois toda vez que ele tentava fugir aumentava a pena dele. Quando ele solto ninguém quer ajudar um ex grilheta, ele encontra abrigo na casa do padre e acaba roubando esse padre. Passa um tempo ele muda de nome abre um negócio e se torna um home respeitável mas Javert um inspetor fica no encalço de Jean. Uma boa parte do livro é Javert indo atrás dele e muitas vezes chega perto entretanto Jean sempre consegue ser mais rápido. Vamos conhecer a doce jovem Cossete que foi criada por Jean, pois a mãe dela morreu e no leito de morte pede para Jean cuidar da sua filha. Cossete está com a família mais odiosa da literatura os Tharnedier essa família é extremamente desprezível simplesmente explora s pobre Cossete, enquanto a s filhas deles eles tratam com todo amor e carinho. Quem salva Cossete dessa família é o nosso personagem Jean a cena da fuga é uma das cenas mais envolvente e tensas apesar de saber que eles vão conseguir fugir da aquele frio na barriga. Cossete cresce floresce e conhece o jovem Marius, ambos se apaixonam e até o mocinho chegar até a mocinha é uma novela, uma novela doce de se acompanhar. Não citei 1/3 dos personagem que tem no livro, só digo uma coisa vale a pena a leitura mesmo com os altos e baixos e tirem a sua própria conclusão.

Ferreira Linhares 21/05/2022

Os Miseráveis
Uma leitura para nunca mais esquecer, simplesmente sem palavras!
Foram quase 5 meses conhecendo toda essa trajetória e agora que chegou ao fim já deu saudades!

Chana.Deon 19/05/2022

Muito bom
A história é muito boa e se complementa bem, a única coisa ruim é que o autor se delonga muito em algumas cenas e existem muita coisa desnecessária para a história por isso as 1500 pgs, porém é uma história que vale a pena conhecer.
Esse final foi muito injusto com o Jean ele merecia muito mais.

CEmmanuel 19/05/2022

Me senti na obrigação de dar 5 estrelas.
Como julgar uma história tão completa?

É exatamente essa pergunta que me faço,seria justo dar menos de cinco estrelas em um livro que tem uma história tão completa,com um começo,um meio e um fim que se interligam de um jeito tão simples e harmônico,só por ter partes maçantes?

Com certeza não,mas também essa obra não está nem perto de ser um livro de rápida leitura.
Uma obra repleta de metáforas e detalhes onde o autor Victor Hugo se perde em devaneios da história.

Mas tirando as partes mais detalhadas e históricas o livro é uma obra prima,me cativou de um jeito que poucos livros me cativaram,tendo partes que eu conseguia ler mais de 50 páginas por dia e tendo partes que eu não conseguia nem ler 10.

Com certeza é um livro que eu recomendo ,mas com um aviso de ter uma maturidade de conhecimentos,mesmo gostando da obra eu sinto que não peguei todas as mensagens que o autor quis passar,por ignorância mesmo,talvez eu não estava preparado pra ler esse livro agora,mas mesmo assim foi uma leitura boa e que me trouxe reflexões.

Regis2020 18/05/2022

Um romance épico
Os Miseráveis se passa durante um período conturbado do século XIX, entre batalhas e revoltas, contextualizadas pelo autor através de personagens cativantes e extremamente humanos, nos mostrando uma Paris onde reina a pobreza e a crueldade imposta pela desigualdade social.

A História nos mostra, o protagonista; um homem honesto que é sentenciado e julgado pelo roubo de um pão, e que mesmo depois de cumprir sua pena (de 19 anos), seguirá marcado por seu "crime".
Mostra também a bondade do bispo que o acolhe, e a perseguição de um
investigador inflexível em seu senso de lei e justiça, mostra uma jovem obrigada a se desfazer de partes de si mesma para sobreviver e criar sua filha, mostra essa filha que se torna o objeto de redenção para o protagonista, e também mostra vários outros personagens, uns mais desenvolvidos, e outros que apenas passam pela narrativa.

Esse livro retrata o contexto político de uma época, fala de pobreza, de sonhos desfeitos, de injustiça, de revolta, de crueldade e da miséria humana, mas  também fala de perdão, de redenção, de amor ao próximo, de caridade e de compaixão.

Esse é um romance que te faz refletir e olhar mais atentamente a sua volta, que mexe com seu senso de justiça e igualdade, e que te desperta também para o realidade do mundo em que vivemos.

Essa leitura me emocionou a cada capítulo, me fez torcer e chorar, me causou paura e revolta, e me deixou totalmente horrorizada e desiludida com a sociedade imperfeita que criamos até aqui.
Um livro sensacional e essencial.
Recomendo.