Aline Marques 11/12/2018Direto, belo e indispensável. [IG @ousejalivros]Rótulos são suficientes/necessários para definir uma pessoa?
Bianca Santana acha pouco provável e acredita que eles são extremamente eficientes em limitar e aprisionar. Todavia, quando algumas palavras traduzem a luta, glória e memória de antepassados, mostrando que não se está sozinho, na dor e na alegria, elas se transformam em calçada e horizonte, sinalizando o caminho rumo a própria identidade e liberdade.
Santana iniciou sua jornada aos vinte anos, quando se descobriu negra. Em meio a penosos processos, desconstruiu conceitos que a impediam de ser e sentir plenamente. De viver.
Através de suas experiências e imaginação, além de relatos de terceiros, descobrimos mais sobre força e coragem, igualdade e diversidade.
"No país onde justiça tem cor, preto bandido não merece julgamento. Só caixão ou cadeia. E, mesmo que faça tudo direito, tem sempre o risco de não voltar pra casa. Resistência seguida de morte."
Dividido em três partes e repleto de belíssimas ilustrações poéticas, o livro rompe com o silêncio de nossos pensamentos e sentimentos acerca do racismo, impelindo reflexões e atitudes que mudarão o futuro, transformando vidas. Milhões delas.