Rick Finch 11/10/2018
Tanto amor... Poder... Sentimento... Superstição
O Fantasma da Ópera de Gaston Leroux, acima de tudo, é um livro melancólico. A narração é bela e cheia de sentimento, dando a sensação estranha ao leitor de que está dentro do livro, e o mesmo não precisa se esforçar para se sentir parte da história ou imaginar as cenas dramáticas ali descritas. A obra é constituída por personagens distintos e singulares, nunca vistos em outro livro lido por mim, pois são realmente originais. Érik, Christine Daaé e Raoul De Chagny: o triângulo amoroso, são a coisa mais desesperadora, incrível e apaixonante de tudo, pois você não sabe para quem torce, não sabe por quem sente mais pesar e nem mesmo quem mais ama. Os outros personagens, os secundários, como a honorável senhora Giry, os administradores da Ópera e o enigmático Persa, são tão estonteantes e especiais quanto os protagonistas, eles têm suas próprias personalidades cômicas, céticas ou misteriosas, e isso traz ainda mais sabor ao livro. Até mesmo os figurantes como Carlotta, Sorelli e o Conde de Chagny se sobressaem às vezes, pois todos, de uma forma ou de outra, menos ou mais importantes, constituem a história lendária e apaixonante do ambíguo Fantasma da Ópera.
O livro é uma obra de arte em vários sentidos. A música está presente em cada página, a poesia faz parte de cada frase, e o amor sofrido entranhado em cada palavra. Você quer que o mistério seja desvendado, mas, quando enfim descobre o que há nos porões da Ópera de Paris, sente-se triste, pois não é o que pensara e o final... ah, o final! É realmente devastador! Pobres infortunados do destino... queridos amados personagens.... O amor, por mais que o odeie e o considere superestimado, é realmente muito importante para algumas pessoas. A beleza desde sempre fora um artifício para o amor, então, quando você não se ama, torna-se vazio e, por vezes, cruel. Este livro mostra-nos a história de alguém que nunca fora amado de nenhuma forma, e as consequências de tal fato, e isso é tão triste. Assim que o amor entra em nossas vidas, nos tornamos pessoas idiotas e normais e melhores, pois é um sentimento relativamente bom. A obra é o amor pela música, pelas pessoas, pela arte, pelo magnífico; é a inteligência de quem não tem beleza, é a voz tornando alguém mais bela do que já é, é o amor dando coragem aos comuns e os enigmáticos tentando consertar erros do passado. Todos deveriam ler! Pois é uma narração de fácil compreensão e muito necessária para a vida e reflexão.
Nunca antes tinha assistido qualquer adaptação do Fantasma da Ópera, apenas vi um vídeo no YouTube de um ensaio em um teatro no qual cantam uma música linda que me deu calafrios. Quando lemos, percebemos que o próprio livro é o Anjo da Música, pois é ele que traz consigo a história dos apaixonados por esta arte. Nunca antes quis ir tanto a uma Ópera como desejo agora! Há tantas coisas... tantas ilusões e superstição... uma investigação, e...
Quando paramos para pensar, quando refletimos todo o poder que o Fantasma da Ópera exerceu e ainda exerce sobre as pessoas. Quando imaginamos todas as adaptações, todas as atuações, quando conjecturamos quantas mentes se encantaram com esta história, e quando analisamos como o Anjo da Música transcendeu séculos, mostrando e revelando todo o seu poder, todo o poder da arte e da música e da literatura, sendo assim, é quase impossível não crer que neste livro há algo a mais. É bem possível de imaginar que a história possa ser real, ou pelo menos conjecturar sua veracidade por um momento, pois ela é tão linda e verdadeira e pura em seu sentimento, que encantou e encanta pessoas no mundo todo, e por isso penso que é difícil, muito difícil mesmo, ser apenas ficção. Em toda ficção há um fundo de verdade. E quem fala isso sou eu, um cético impregnado pelo niilismo, mas que entende que há coisas neste mundo que não podemos explicar. E eu não consigo explicar o poder do Fantasma da Ópera sobre as pessoas.
Leiam e tirem suas próprias conclusões!