Danilo Silva 23/08/2015"Era de partir o coração, embora o coração de Buck fosse inquebrável."Demorei um pouco (mentira, demorei muito) até ler este livro, e se há um arrependimento, é de não tê-lo lido antes. Ele vale a pena, leitura recomendada para qualquer um.
O livro é do ponto de vista de Buck, um cão resultante do cruzamento de uma pastora alemã com um são bernardo. Tendo o porte do pai e as feições da mãe, Buck é uma espécie de lobo enorme (me lembrei automaticamente dos lobos gigantes de G.R.R.M. em Game of Thrones), forte, rápido e muito astuto. E é acompanhando sua história, vendo o mundo a partir de seus olhos, que podemos ver como a natureza é bela e cruel - Buck entra em uma espiral descendente, deixa para trás os bons modos e sua civilidade canina para se tornar, de corpo e alma, um lobo feroz como seus antepassados.
É o chamado selvagem, afinal.
O melhor da narrativa, porém, é como Jack London pareceu ter entrado na mente dos cães e lobos na hora de escrever este livro. Afinal, a história praticamente toda é do ponto de vista dos animais (em alguns momentos, a narrativa é humana), e você reconhece o seu cão ali - certamente não em todos os momentos - agindo como aqueles cães agem no livro. É simplesmente brilhante.
Nunca havia lido um livro de Jack London antes. Terminei "O Chamado Selvagem" e vim escrever esta curta resenha apenas para mostrar o quanto adorei a leitura. Porém, se os demais livros do escritor forem como este, terei prazer em devorá-los da mesma forma.
Para finalizar, devo meus parabéns à Editora Hedra: a capa é belíssima (uma das capas mais bonitas da minha coleção de livros, na minha opinião). A tradução também está ótima, tendo detectado apenas dois ou três erros de digitação que passaram batidos na revisão - mas já vi editoras maiores fazerem pior, então tudo bem.
Indico o livro! ;)