Amanda Nachard 17/05/2020Uma boa introdução ao gêneroLançada em 1895, A Máquina do Tempo é uma obra que possui grande importância para a literatura de ficção científica, sendo reconhecida por inaugurar uma abordagem na qual o homem é capaz de viajar no tempo, conforme a sua vontade, a partir da utilização de máquinas. Ao tomar ciência dessa reputação, tive receio de encontrar uma leitura mais técnica (como muitas vezes acontece no gênero). Entretanto, descobri um livro com escrita leve e simples.
A história é narrada pelo personagem conhecido apenas como Viajante do Tempo, que, movido pelo desejo de provar que sua criação funciona, parte em uma jornada a um futuro longínquo. O mundo tal qual se encontra nesse futuro põe à prova suas convicções sobre os benefícios do progresso científico para a raça humana - ideia tão cara à época. Após alguns percalços, o personagem consegue retornar ao seu tempo. É então que, a partir de conversas em uma reunião com amigos, conhecemos a história do futuro.
Não achei que o livro foca muito nas teorias científicas que embasam a possibilidade de viagem no tempo, o que a meu ver é positivo. O que mais me cativou foi a preocupação em descrever a nova e ambígua realidade, junto com as espécies que então povoam o mundo e seus conflitos, o que culmina nas considerações do personagem sobre o potencial da ciência.
Por isso, acredito que o livro seja mais indicado como uma introdução à ficção científica de viagem no tempo. Os já iniciados que por acaso ainda não conheçam a obra podem achá-la muito simples.