spoiler visualizarpricefield 11/05/2024
"Um dia, vou morrer."
Acho que não tem palavras o suficiente nos idiomas humanos que possam descrever o vazio que você sente pós o término do seu livro favorito.
Eu não li "Um Ano Solitário" pela primeira vez esse mês, eu o li em agosto do ano passado, e ele me tocou e me expôs de uma forma que eu jurei ser impossível durante muito tempo;
Como em todos os livros de coming of age/young adult, o livro fala sobre o desenvolvimento dos personagens mas principalmente da protagonista: Tori Spring.
Tori não é uma pessoa feliz, e nem exatamente triste, ela é real, ela é crua, e ela expõem aqueles pensamentos que muitas vezes já pensamos, mas o ignoramos com nojo logo em seguida.
Michael Holden é tão cru quanto a Tori, e também muito realista, ele nos mostra que mesmo você sendo alguém feliz e "simples", você pode (e provavelmente é) uma pessoa complexa.
Eu gostei desse livro por ele ser real, por ele apresentar exatamente o que os adolescentes pensam, por mostrar a Tori (que é tão reservada e as vezes engraçada em heartstopper) é complexa, ela tem sentimentos, ela chora, ela se preocupa; mas isso não a impede de ter problemas e de ter crises; por que é assim que a vida real é.
Muitas pessoas falaram que o plot do solitaire foi fraco/óbvio/chato, mas eu não achei, eu senti que ele entrega exatamente o que esperamos, e nem sempre o livro precisa de uma reviravolta surpreendente pra ele ser bom, e na vida real, a maioria das coisas que nos surpreendem é o que está na nossa cara o tempo todo, bem debaixo do nosso nariz, e nós não percebemos justamente por ser óbvio, e assim, isso nos surpreende.
O romance entre os sprolden é bonito, ele é maravilhoso em tudo que ele se propõe a entregar, eles são duas pessoas imperfeitas, com defeitos e problemas, e que se odeiam, mas eles querem ficar juntos e mostrar um ao outro que o ódio por si mesmo não tem sentido, ou pelo menos, aprender a lidar melhor com isso.
Algo que eu gosto muito, é que o Michael não é alguém que chega tentando "consertar" a Tori, como acontece na maioria das romcom's, ele a abraça e a aceita do jeito que ela é, e a ajuda a melhorar, sem tentar mudar o jeito dela de ser.
Enfim, "Um Ano Solitário" é um livro maravilhoso, fluído, e rápido de ler, a leitura vale muito a pena.