É isto um homem?

É isto um homem? Primo Levi




Resenhas - É Isto um Homem?


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Pedro Magalhães 01/11/2017

A morte lenta da consciência
O mais atroz testemunho de um sobrevivente de Auschwitz. Levi foi capaz de descrever aos detalhes o quão violento foi a desumanização que os alemães fizeram aos homens. Fizeram com que os homens virassem zumbies, corpos sem pensamentos, sem defesas, sem dor, sentimento, pensamento, emoção; ou seja, acontecia a morte da consciência antes da morte física.
"(...)Destruir o homem é fácil, mas vocês, alemães, conseguiram. Aqui estamos, dóceis sob o seu olhar; de nós, vocês não têm mais nada a temer. Nem atos de revolta, nem palavras de desafio, nem um olhar de julgamento(...)"
"Uma parte da nossa experiência está nas almas de quem se aproxima de nós; por isso, não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem(...)"
O que dizer? Não há nada a dizer. Apenas pensar que isso AINDA ACONTECE!
É isto um homem? Um marco em minha vida.
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Patricia Dias 30/06/2017

A dor de Primo Levi
Como muitos eu já havia lido e visto filmes sobre a segunda guerra e sobre o holocasto, sobre os campos de concentração e toda essa temática porém nunca um material me fez ver a dor e os sentimentos dos judeus como este livro. Confesso que senti muita raiva dos alemães e do ser humano como um todo. Essa "normose" com que vemos as tragédias na verdade não devia existir. Devíamos nos obrigar a nos indignar cotidianamente diante das atrocidades que os homem fazem uns com os outros. Não é normal isso. Um livro que deveria ser lido por todos. Muita dor!
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Juliana 06/06/2017

Tristeza
Mais um daqueles livros que eu acabo e me pego pensando que seria melhor se eu não soubesse ler. Muito sofrimento e a dureza de saber que foi tudo real, que isso realmente existiu e foi o ser humano quem fez.
Patricia Dias 08/06/2017minha estante
Nem me fale. Estou no primeiro capítulo e estou com medo de avançar.


Pedro Nunes 08/05/2018minha estante
Esses livros que fazem a gente pensar "eu era mais feliz na minha ignorância prévia" são os livros necessários. São os que a gente deve ler. Essa destruição que eles causam dentro da gente é o que realmente constrói uma consciência humana. É isso que digo pra mim mesmo quando termino um desses. No mais, compartilho da sua dor, Juliana. Ótima resenha. :)


vanessa 26/06/2019minha estante
Pedro, tem indicações de livros assim?


decabg 10/01/2020minha estante
Vanessa, leia A Guerra não tem rosto de mulher.




Flavio 21/05/2017

Primo Levi era um químico italiano, que com a invasão alemã a Itália, durante a 2 guerra é enviado a um campo de concentração nazista. Está autobiografia narra a condição desumanisante a que os nazista relegaram suas vítimas, assim o autor narra em primeira pessoa todos os horrores que caracterizaram esse período da história humana, suas reflexões conduzem a noção que abaixo do verniz cultural que a civilização nos reveste, o homem é e pode agir como um animal humano.
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Camis Domi 05/03/2017

A história do Holocausto como você nunca leu!
A primeira coisa que você precisa saber sobre este livro é que ele é diferente de tudo o que já vimos e lemos sobre o Holocausto, inclusive daqueles livros de mil e tantas páginas, resultado de pesquisas e do trabalho de anos de grandes historiadores. Contudo, como o próprio autor diz, ele não traz nada de novo. Não há novas denúncias, apenas o que já é de conhecimento de todos os leitores espalhados pelo mundo. Antes, trata-se de uma obra contada não em ordem cronológica, mas em ordem de urgência, cujo maior objetivo é fornecer documentos para o estudo de alguns aspectos da alma humana.

Primo Levi (1919 – 1987), foi um químico e escritor italiano judeu, preso pela milícia fascista em 13 de dezembro de 1943, no auge de seus 24 anos, quando fazia parte do movimento de resistência italiano. Foi levado para Auschwitz em 1944, após o governo alemão resolver prolongar a vida média dos prisioneiros destinados ao extermínio, em razão da escassez de mão-de-obra. Cabe aqui dizer que, por mais absurdo que seja pareça, Auschwitz representava a concessão de uma “melhora razoável” no nível de vida dos prisioneiros e, ainda, a “suspensão temporária” das matanças arbitrárias.

Todas as pessoas, incluindo famílias inteiras, levadas à Auschwitz, lá estavam porque haviam sido presas pelos fascitas ou pelos nazistas ou porque haviam sido delatadas. Levi conta que ao chegar no campo de concentração em janeiro de 1944, os judeus italianos eram em torno de 150 e algumas semanas depois já passavam de 600. Após chegarem ao destino, trazidos em trens lotados de pessoas em condições sobre-humanas, as famílias eram imediatamente separadas para sempre; as mulheres e crianças enviadas para um campo próximo; os homens sãos e jovens separados dos doentes e idosos, e estes dois últimos, já que não apresentavam condições aptas para o trabalho, enviados para as câmaras de gás. Tiveram seus cabelos raspados, seus pertences tomados, perderam seus nomes e receberam um número para identificação, ficaram dias e dias nus, em pé e com uma sede desesperadora, pois não receberam uma gota de água.

Além dos italianos, foram levados para o campo prisioneiros polonoses, ingleses, húngaros, holandeses, franceses, e de inúmeras outras nacionalidades europeias, o que fazia de Auschwitz uma imensa babel. Em sua maioria, naturalmente não falavam alemão e, por conta disso, não entendiam as ordens e xingamentos dos alemães, o que os levava a apanhar quase com a mesma frequência que alguém pisca.

Nos campos de concentração em Auschwitz os prisioneiros tinham direito à um par de roupas que deveria servir-lhes tanto para o frio quanto para o calor; uma cama de madeira, montada em diversos beliches, com um fino colchão de palha que deveria ser compartilhada com outro prisioneiro, ninguém dormia sozinho, e o espaço entre um beliche e outro era tão pequeno que não cabia nem uma pessoa em pé; um par de tamancos de madeira sem numeração, escolhidos na sorte, tão pesados e duros que em pouco tempo todos os prisioneiros se viam com os pés feridos e forçados a se adaptar às chagas que nunca sarariam; uma gamela para a sopa e uma colher; um pão duro pela manhã e uma sopa rala à noite; e uma jornada exaustiva, de mais de 10 horas por dia, de trabalho pesado. Eram obrigados a acostumarem-se com a lama e com a aparência degradante que adquiriram: olhos fundos, rosto encovado e costelas aparentes.

Levi relata que o maior inimigo dos prisioneiros não eram os alemães, nem a fome, nem mesmo a prisão em si, mas o frio, que era tão agressivo que chegavam a esquecer da fome arrasadora que sentiam. Nos primeiros dias do inverno, centenas de prisioneiros faleciam e logo tinham suas roupas “furtadas” para que outros pudessem aproveitá-las na tentativa de manterem-se aquecidos, mesmo que fosse insuficiente, já que não tinham sequer cobertores e podiam contar apenas com a fina roupa do corpo.

Quando ficavam doentes, e era absolutamente certo que ficariam, contavam com a sorte de passarem pela avaliação dos médicos e estes concluírem que realmente necessitavam de cuidados e possuíam chances de se recuperar, ou com a astúcia de quem já estava acostumado com o campo e tinha coragem de se aventurar em driblar os médicos, pois se fossem considerados “saudáveis” eram enviados de volta para o trabalho e caso diagnosticados com doença terminal, imediatamente enviados para as câmaras de gás. Doença contagiosa e terminal no campo de concentração era o que mais se via. Uma vez aceitos no Ka-be (como os prisioneiros chamavam a enfermaria), tinham acesso a uma cama só para eles e podiam, enfim, descansar, permanecendo lá pelo período máximo de dois meses, de acordo com a necessidade de cada doença, a fim de serem “devidamente” tratados. Ao final dos dois meses, quem não havia se recuperado era também enviado para o extermínio.

Com o fim do inverno, o inimigo era outro: a fome. O trabalho árduo que desempenhavam no campo exigia no mínimo uma alimentação razoável, mas tudo o que tinham eram algumas rações de pão e uma sopa rala todos os dias, faça chuva ou faça sol, sempre a sopa. Em decorrência disso, os prisioneiros criaram uma hierarquia interna, onde mesmo sabendo que iriam morrer, os prisioneiros contribuíam para a manutenção do cárcere ou para uma ração de comida a mais.

Um dado diverso do obtido nos filmes sobre o Holocausto, pois estes em sua maioria mostram a união e irmandade entre os prisioneiros, já Levi revela que o inverso também acontecia. Os roubos eram constantes nos campos, os prisioneiros tratavam uns aos outros com hostilidade e poucos podiam considerar que tinham amigos ou pessoas em quem confiar. Levi e todos os demais eram obrigados a levar seus pertences para onde quer que fossem, até mesmo para o banho, e deviam dormir abraçados à eles, pois qualquer descuido implicaria no roubo dos objetos e estes não eram de forma alguma repostos pelos alemães ou pelos soviéticos, que realizavam a supervisão dos campos. Caso tivesse a gamela ou a colher furtadas, por exemplo, o prisioneiro não conseguiria comer, pois os alemães não poderiam saber que as tinham perdido e não era permitido emprestar.

Levi permaneceu no campo de extermínio de Auschwitz por um ano, até que o exército russo invadiu aquela região e obrigou os alemães a evacuarem os campos, abandonando ali todos os prisioneiros. Após a invasão, alguns presos fugiram, outros foram mortos pelo exército russo ou por doença, e outros, incluindo Levi, permaneceram no campo a fim de esconderem-se e encontrarem ali algum resquício de humanidade e condições mínimas de sobrevivência até que soubessem para onde ir e o que fazer com a libertação. No total, dos mais de 650 italianos presos com Levi, apenas 20 sobreviveram.

A desumanização presente em Auschwitz serviu para destruir a resistência individual e coletiva e manter, com sucesso, o sistema repressor criado por Hitler. Em pouco tempo os homens perderam a sua dignidade, a força e vontade de lutar por suas vidas. Alguns decidiram que iriam morrer com a mesma dignidade com a qual viveram antes do confinamento, e outros, ainda que sobrevivessem, a lembrança de como eram suas vidas antes dos campos de concentração já não existia.

É isto um homem? é um relato perturbador de alguém que lutou arduamente contra a desumanização, para não se tornar o animal que os alemães pensavam que eles eram e manter a sanidade mental, ainda que não possuísse nenhuma esperança de sair vivo do massacre. Como o próprio autor afirma no livro, não existe vocabulário humano que possa descrever o que os prisioneiros sentiram ao chegar em Auschwitz e tampouco que o que foi o Holocausto. A obra nos leva a questões como “Quem somos nós?”, “Do que somos capazes?”, “É possível existir tanta maldade e crueldade em um só homem?”, “Quanto existe de humanidade em cada um de nós?”. Levi, neste livro, é capaz de provar que em meio ao horror é possível descobrir o que nos torna humanos e por causa disso, encontrar um meio de lutar pela vida.

Um relato do nível de crueldade a que o homem é capaz de atingir, mas sem a incitação de violência ou ódio. Apenas a história sendo contada como ela é e como aconteceu. Uma leitura necessária sobre um dos períodos mais dolorosos, obscuros e atrozes que a humanidade já presenciou.

Você pode ler essa resenha completa no blog: https://caminique.wordpress.com/2017/03/01/resenha-e-isto-um-homem/ :)

site: https://caminique.wordpress.com/2017/03/01/resenha-e-isto-um-homem/
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jonatas.brito 14/01/2017

Leitura necessária!
São inúmeros os livros que tratam sobre o Holocausto, porém, poucos são tão impactantes quanto “É Isto um Homem?”, escrito pelo italiano Primo Levi (1919 – 1987), um dos poucos que sobreviveram aos campos de concentração nazistas da 2ª Guerra Mundial. Não se trata de um livro carregado de ódio, do qual o autor destila toda sua fúria diante das atrocidades que sofreu. Ao contrário, embora seus relatos consigam causar perplexidade no leitor, Primo Levi narra suas experiências de forma fria, imparcial, com certa naturalidade e humanidade.

Seu relato tem-se início quando de sua detenção pela milícia fascista em 1943, quando o autor fazia parte de um movimento de resistência na Itália. Levi tinha apenas 24 anos. Por ser de origem judia, foi enviado aos campos de concentração de Auschwitz em 1944, de onde só foi resgatado após a invasão do exército russo em 1945, quando esses bombardearam Auschwitz, expulsando as tropas alemãs. Embora o livro comece com sua prisão e termine com sua libertação, o autor não segue uma ordem cronológica dos fatos. Seu principal objetivo é narrar suas lembranças, mesmo que fragmentada, primeiramente como forma de libertação interior, como também para sua contribuição à História.

Das mais diversas situações narradas, o autor consegue causar em quem o lê as mais variadas e terríveis sensações, como vergonha, ira, tristeza, indignação e constrangimento. O seu título lateja fortemente a cada página lida e constantemente, diante de atitudes de alemães e judeus, perguntamos a nós mesmos: é isto um homem?

O autor nos revela sua luta para não perder sua identidade, apesar do esforço nazista de apagar sua história, de torná-lo apenas um número, um objeto, uma criatura desumana.

No decorrer da leitura, era-me impossível não traçar um paralelo com o livro Recordações da Casa dos Mortos, de Dostoiévski, onde este também relata suas experiências enquanto prisioneiro na Sibéria. No entanto, a grande diferença entre esses dois autores é que Dostoiévski tinha esperanças de sair vivo da prisão, enquanto que a única certeza que Primo Levi possuía era que só sairia morto dos campos de extermínio. O próprio autor admite faltar palavras para descrever tudo que vivenciou em Auschwitz.

Primo Levi traz algumas revelações interessantes: ao contrário do vários filmes que já assisti sobre o Holocausto, onde havia uma aparente “irmandade” entre os prisioneiros judeus, Levi confessa que o oposto também era verídico. Entre eles também haviam tirania e hostilidade. Só para termos uma ideia, a fim de evitar roubos, o autor era obrigado a levar suas poucas peças de roupa até para o banho. A famosa lei da selva era rigorosamente aplicada: Só os mais fortes sobrevivem. Porém – embora não fosse o mais forte – Primo Levi era muito esperto e em alguns capítulos ele revela como usou sua esperteza e conhecimento a seu favor. Outro ponto forte é a forma como os alemães subjugavam os judeus a ponto de domesticá-los psicologicamente, tirando de seus corações toda e qualquer faísca de esperança e coragem.

Ao findar a leitura, naturalmente questionamos como uma pessoa consegue (sobre)viver tendo nas memórias lembranças tão traumatizantes e inesquecíveis. Talvez, por isso, haja a suposição de que o autor, em 1987, tenha se suicidado, ao contrário da nota oficial, que afirmou que o mesmo morreu após cair da escada.

“É Isto um Homem?” é um livro de não ficção. Um relato cruel de um sobrevivente que lutou contra a própria desumanização. Alguém que viveu no ínfimo limiar que separa homens de animais, mas que resistiu bravamente para manter sua sanidade mental, servindo de testemunho de uma página sombria da História em que gostaríamos que não houvesse existido. De fato, uma leitura necessária e, com toda certeza, obrigatória.

site: http://garimpoliterario.wordpress.com/2017/01/13/resenha-e-isto-um-homem-primo-levi/
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Natany 10/01/2017

É isto um homem?
Já li e assisti em documentários diversos relatos de sobreviventes do Holocausto, mas Primo Levi nos leva além, além de simples memórias e fatos já conhecidos, ele fala dos sentimentos, do roubo de sua identidade, de não se sentir mais um ser humano, da dor de perder tudo, muitos relatos soam como tristes poemas, e vemos nos relatos dele que a dor de quem viveu nessas condições não pode ser compreendida.
E é de se questionar se é possível, depois de ter sobrevivido à algo assim sobreviver às memórias que isso traz...
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Joao.Pinto 15/12/2016

É possível escrever Poesia depois de Auschwitz
Levi ensinou-me que as histórias do Holocausto terminam sempre com perguntas. E, sim, é bárbaro escrever Poesia depois de Auschwitz, mas vejam: é possível! Costumo pegar neste excerto e dizer ao mundo o quanto gostava de ter sido eu a escrevê-lo:

“E veio a noite, e foi uma noite tal, que se sabe que olhos humanos não deveriam assistir e sobreviver. Todos sentiram isso: nenhum dos guardas, quer italianos, quer alemães, teve a coragem de vir ver que coisas fazem os homens quando sabem que vão morrer. Cada um se despediu da vida da maneira que melhor sabia. Alguns rezaram, outros beberam além da conta, outros inebriaram-se numa nefasta e última paixão. Mas as mães mantiveram-se acordadas e prepararam, com cuidado amoroso, o alimento para a viagem, lavaram os seus meninos e prepararam as bagagens; ao raiar do dia, o arame farpado estava cheio de roupas de criança estendidas ao vento, a secar; e não esqueceram as fraldas, e os brinquedos, e os travesseiros, e centenas de outras pequenas coisas das quais as crianças sempre necessitam. Não fariam também vocês a mesma coisa? Se fossem morrer amanhã com os vossos filhos, não lhes dariam hoje de comer?”
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Nathália 30/11/2016

Tocante
Relato valioso e questionamentos precisos de uma parte da história que já foi contada inúmeras vezes, mas que ganha novo fôlego com esse livro.
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Mia 17/11/2016

O produto dos campos de concentração
"Basta oferecer a alguns indivíduos em estado de escravidão uma situação privilegiada, certo conforto e uma boa probabilidade de sobrevivência, exigindo em troca a traição da natural solidariedade com os companheiros, e haverá por certo quem aceite. Ele será subtraído à lei comum e se tornará intangível; será, então, tanto mais odioso e odiado quanto maior for o poder a ele concedido. Quando lhe for confiado o comando de um grupo de infelizes, com direito de vida e morte sobre eles, será cruel e tirânico, bem sabendo que, se não o for bastante, outro, julgado mais idôneo, tomará seu lugar. Acontecerá, ainda, que a sua capacidade de odiar, frustrada frente aos opressores, se volte, insensatamente, contra os oprimidos; ele ficará satisfeito ao descarregar sobre seus subordinados a ofensa que recebeu de seus chefes."
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Isil 28/08/2016

Doloroso
Belissimamente escrita, esta obra de Primo Levi integra, certamente, a lista dos escritos mais dolorosos -- se é que não a encabeça -- e significativos para a compreensão da natureza humana que já li. Encontro-me dividida entre o fascínio da narrativa e o horror de sabê-la real. Difícil descrevê-la, talvez por ser difícil digeri-la. Consigo traçar claramente uma linha entre o meu "eu-leitora" e o meu "eu-ser-humano" antes e depois de ter lido "É isto um homem?". E sigo em busca da resposta a essa pergunta...
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Luana 28/08/2016

Um relato necessário
Este livro foi adotado nas escolas da Itália. É uma leitura pesada, chocante e simples ao mesmo tempo. Como característico da literatura de testemunho, não há metáforas, nem uma preocupação estilística - o que importa é a narrativa. É preciso contar para que o mundo conheça, para que não se esqueça, para que não seja possível repetir. Primo Levi foi um sobrevivente de Auschwitz e sabe que só sobreviveu porque teve a chance de ser um prisioneiro 'especial', por isso carrega consigo a culpa do sobrevivente. Este livro foi recusado por algumas editoras e saiu numa tiragem pequena ainda em 1947, sendo um dos primeiros relatos escritos dos horrores dos campos de concentração. Mas não alcançou sucesso editorial - as pessoas não queriam saber, não queriam acreditar no que aqueles sobreviventes contavam. Não era verossímil que tais atrocidades tivessem acontecido ali, não muito longe deles. Somente em 1958 o livro foi publicado por uma grande editora, começando a ganhar reconhecimento e traduções para diversas línguas. E infelizmente ainda é pouco conhecido entre o grande público. Somente conhecendo a história podemos lutar para que ela melhore, e não se repita.
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Paulo 26/08/2016

Relato sincero
O relato da vivência do autor no campo de concentração é objetivo, perspicaz e humano.
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Hey Lyla 20/08/2016

É isto um homem? - Primo Levi

A reflexão que a pergunta título propõe deixa uma resposta cruel e triste. Não tem como escapar, o relato do autor é profundo, real, doloroso e necessário.

Escrito após sua libertação, em 1946, o jovem judeu italiano Primo Levi, faz um relato sobre os 11 meses em que sobreviveu no campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, de fevereiro de 1944 a janeiro de 1945.
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Nicolle 05/08/2016

É isto um homem?
"... Não é humana a experiência de quem viveu dias nos quais o homem foi apenas uma coisa ante os olhos de outro homem."

Um texto absurdo e perturbador. Como pode homens fazerem isso com homens? Como podem homens com Deus serem tão maus?

Chocada!
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