Becos da memória

Becos da memória Conceição Evaristo




Resenhas - Becos da memória


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Silvinha 12/11/2023

Incrível
Vale a pena cada página. O livro é gigante como a autora. Escrita perfeita e totalmente envolvente. merece ser lido daqui há um tempo pq são tantos detalhes no enredo que uma leitura só não dá conta. Amei demais!
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Maria 11/11/2023

Como sempre, Conceição Evaristo não decepciona. Mais um relato forte e sensível das realidades de pessoas menos abastadas.
É um livro relativamente curto. De início a leitura não fluiu como eu esperava, o que, confesso, me desestimulou um pouco a continuar, mas não desisti e não me arrependo. Todas as histórias relatadas são fortes e nos prendem, de uma forma ou de outra.
Já li outros livros de Evaristo e nem preciso dizer que sempre recomendarei
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Heley 10/11/2023

Mais um da Conceição Evaristo
Becos da Memória traz a história de vários personagens que vivem na favela e estão em um processo de despejo. Maria-Nova é a narradora na maioria das histórias, relatando a vida sofrida dos personagens que moram ali.
Percebe-se que mesmo diante de tanta miséria e sofrimento, os moradores se ajudam nas dificuldades. O livro traz a realidade presente na vida de muitos sujeitos invisíveis que habitam as periferias do país, e coloca em primeiro plano o sentimento do favelado que perde seu espaço. A maioria dos relatos são bem fortes.
É um livro que apresenta uma enorme carga de ensinamentos e realidade.
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Falcatruas 31/10/2023

Sobre Becos da Memória
Incrivelmente realista, porém necessário. Todas as vivências descritas no livro são extremamente possíveis e reais no nosso cotidiano, talvez por isso que seja tão impactante.
Histórias desde a de Tio Totó, Bondade, Maria-Nova, até a doce e gentil Vó Rita e a Outra, nos comovem e demonstram de forma direta ou indireta, como muitas vidas podem estar interligadas por laços não existentes na realidade, mas sim juntos pela situação/contexto em que se encontram, criando relações de afeto e simpatia entre os personagens, os quais dividem suas histórias e experiências.
Um livro extremamente necessário para a compreensão da realidade brasileira, assim como um choque de realidade para aqueles que pensam que o Brasil está ótimo do jeito que está, demonstrando a necessidade de agir a favor daqueles que não podem defender nem direitos básicos como seus lares e amores.
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fabbis:) 19/10/2023

No começo é até confuso por ter tanto personagem, mas depois que você se encaixa na história, sabe a dor e sofrimento de qualquer um.
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Maximiliano.Sales 16/10/2023

Não saberia dizer o que conceição evaristo faz com as palavras se não existisse a palavra magia ? de um jeito bem materialista. ela diz num prefácio que para lidar com uma memória ora viva e ora esfacelada "surgiu então o invento para cobrir os vazios de lembranças transfiguradas". em outro momento, diz de um personagem que ele queria era inventar uma nova história. em outras várias horas, diz que é preciso aprender a ler o escrito e o não escrito. assim foi sendo possível compor esse quadro imenso em que conceição evaristo parece fazer isto: inventar um jeito de construir uma história nova, que ainda não estava escrita. o que ela fez nesse livro parece ter uma função importante de fornecer palavra ao que talvez sem ela não tivesse. uma das coisas mais bonitas é, inclusive, o modo como ela submete o português. esse idioma que não fala todo mundo. becos da memória revela mesmo o jeito como a memória da gente funciona: tudo ao mesmo tempo e surpreende, principalmente na medida em que as ligações entre as muitíssimas histórias de personagens parecem até espontâneas e o que liga uma especificamente àquela outra vai-se demonstrando só aos pouquinhos. quanto mais a gente passeia nessas ruas e mais pessoas surgem, mais desafiador fica, e mais palpável tudo parece. a história, a memória, a língua, o livro, a cidade viva, contra o que a deseja morta. becos da memória é uma expressão da luta pela vida humana, e, no fim das contas, é amor. é de muito.
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Rayssa71 14/10/2023

Um tapa na cara.
Esse livro mostra uma realidade que muitas vezes preferimos não ver, pode se dizer que é um livro pesado, aborda vários assunto, msm que esse livro foi escrito a muitos anos atrás a realidade continua a mesma. acho que só não gostei mais desse livro pq eu fui "obrigada" a ler ele, então não se tornou tão prazeroso como teria sido...
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rumohra 13/10/2023

Uma intensa expressão da multiplicidade do racismo e pobreza
"Becos da Memória" é uma história que faz jus ao seu nome quando, ao longo da narrativa, não se tem uma sequência de fatos que acontecem de forma linear. Nas idas e vindas dos personagens, nos é mostrado aos poucos e em fragmentos de contos que se encontram como em becos, como um rio que leva tudo de roldão, como uma árvore que se desenrola em galhos que se desenrolam em folhas. É bem diferente do que estou acostumada a ler e fiquei confusa de início, mas quando peguei o gancho foi impossível não se emocionar a cada história contada pela autora (que se confunde em Conceição e Maria-Nova).

Intensa na sua forma de contar, nessa escrita deliciosa que expressa com o mais profundo sentimento, com sua escrevivência, as diversas vidas e formas de viver e de morrer dos personagens que sofrem das mesmas mazelas: o preconceito, a fome, a sede. A exclusão social e estrutural, a expulsão dos moradores da favela.

Enfim, nota 5/5? para este livro, e estarei com certeza lendo mais obras da Evaristo!!
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hiraimango 25/09/2023

Conceição Evaristo segue me destruindo.
Deveria se tornar um clássico de tão atual que é esse livro. Apesar de escrito a tanto tempo, suas discussões permanecem extremamente atuais.
Conceição Evaristo trabalha com temas sensíveis, com as questões mais profundas da sociedade brasileira, sem nunca perder a delicadeza e poeticidade.
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Bernal 08/09/2023

Minha primeira leitura de Conceição Evaristo
?Todos sabiam que a favela não era o paraíso, mas ninguém queria sair? foi uma das frases mais impactantes para mim. Era como se o sofrimento por ser despejado, sair daquele lugar de pertencimento fosse sinônimo de morte. Mas vai além disso. Ir embora da favela era como perder a sobrevivência, já que a maioria das mulheres tinha vínculo de trabalho e renda com aquele entorno, as relações topofílicas eram muito fortes, era como se as memórias daquele lugar fossem uma fonte de nutrição coletiva.

Resenha completa no IG @be.thereader
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nsantos06 31/08/2023

Memórias de soldados sem bandeira
Assertiva e direta, destruidora e ao mesmo tempo poética, assim é construído Becos da memória, de Conceição Evaristo. Trazendo como história, as memórias das pessoas mais velhas da favela e toda sua vivência passada, permitindo correlacionar o passado colonial brasileiro com o presente, cercado de seus impactos na população negra.

Ao recontar as memórias dos moradores mais velhos, podemos vislumbrar a favela como uma extensão atual de condições insalubres já vividas por pessoas negras no passado escravocrata. Denominado por Conceição como: “senzala-favela”, relacionamos o passado com o presente. O poder da memória e da narrativa nos possibilita revisitar vidas e passados que foram silenciados. Sendo assim, criando-se uma visão da história que necessariamente não é dita pelos colonizadores.

Além disso, cada personagem em Becos é único e complexo, auxiliando o leitor desamparado que ressignifique em seu imaginário aquilo que ele compreende como “favelado”. Ademais, a sua descrição dos personagens foge de uma visão estereotipada do que é o negro e o favelado, contribuindo para essa ressignificação e consequentemente a humanização.

É através das memórias e das letras que a personagem, Maria-Nova, identifica uma maneira de contar essas histórias, não sendo ditas unicamente pela oralidade. Nas linhas que lemos, percebemos o quão adoecedor e tocante pode ser a falta. Seja uma falta material ou mental. A fome, a desesperança, a miséria, todas essas necessidades que hão de ser supridas, são rejeitadas. Essa rejeição advém de raízes coloniais, sendo criado ao longo da história brasileira projetos políticos de combate à população negra. A Lei da vadiagem (1890), por exemplo, entendia necessário o combate aqueles que estavam ociosos, sem algum trabalho a fazer. No entanto, coincidentemente ou não, esta lei foi instaurada no período após a assinatura da Lei Áurea. Tendo como impacto em muitas pessoas negras alforriadas sem ocupação alguma.

Infelizmente, como nos conta a própria autora antes do começo do livro:

"Entre o acontecimento e a narração do fato, há um espaço em profundidade, e ali que explode a invenção. Nada que está narrado em Becos da Memória é verdade, nada que está narrado em Becos da memória é mentira. Ali busquei escrever a ficção como se estivesse escrevendo a realidade vivida, a verdade. Na base, no fundamento da narrativa de Becos está uma vivência, que foi minha e dos meus. (p.12)"

Essa lacuna entre o acontecimento e a narração do fato permite que as histórias aqui contadas sejam, ao mesmo tempo, reais e ficcionais. Conseguimos identificar na realidade brasileira, em múltiplas faces, o que a autora narra em seu livro.

Uma condição que naturaliza a escassez como ponto central da vida. Tal condição trouxe aos personagens um desespero em que fundamentaram sua vida. Viam na morte uma possibilidade de existir sem miséria, somente nas memórias dos que sobraram. O fim de uma existência trágica onde a morte curaria todas as faltas.

Ademais, Becos da memória permite, através da literatura, fazer-se política. A construção da representação dos moradores da favela por meio de suas próprias memórias são demonstrações de atos políticos. Assim como Maria-Nova, Conceição faz das letras um meio contar o que querem esconder.
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Lorraine72 29/08/2023

Escrevivências ?
Histórias que te tocam, com mistura de revoltas e indignações, faz-se imergir em detalhes. Te faz repensar e refletir no mais profundo, sobre a consciência de classe e de cor.
Um ótimo livro ?
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Stefanny 27/08/2023

"Sonho que é uma vontade grande de o melhor acontecer. Sonho que é a gente não acreditar no que vê e inventar para os olhos o que a gente não vê."

"Sonho só alimenta até à hora do almoço, na janta, a gente precisa de ver o sonho acontecer."
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charlesnascimento 21/08/2023

Escrevivências...
Em Becos da Memória, Conceição traz para sua literatura e para sua ficção lembranças de sua infância - para nós leitores, não há como separar onde é ficção e onde é realidade, nem ela, espera que isso aconteça.

Conceição costura essas memórias envolta numa linguagem poética, mas sem perder a crueza daquela realidade em que as personagens estão inseridas.

A miséria, o alcoolismo (que é a única forma de não encarar de frente tanta agressão por parte de um estado omissor, de uma sociedade que os coloca sempre à margem, da fome), a violência (tanto por parte, novamente, do estado, quanto deles próprios, que não sabendo de quem é a culpa, acaba descontando nos próprios companheiros), o desfavelamento, que querem empurrar para mais longe aqueles que Carolina Maria de Jesus chama de "trastes velhos", são os temas que Conceição traz à tona.

"Eu denomino que a favela é o quarto de despejo de uma cidade. Nós, os pobres, somos os trastes velhos."
- Carolina Maria de Jesus | Quarto de Despejo

Mas há também ali, pessoas como Bondade que não recebeu essa aucunha atoa, que faz o bem e ajuda a todos que podem, Vó Rita que amparou uma mulher doente e que sorri e fala com todos, sempre sendo um contraponto para Maria Nova que é acostumada sempre com os rostos tristes, a feição judiada de tantos problemas...

Conceição tem uma escrita potente, forte, acho que só o romance Torto Arado do Itamar Vieira Junior me deixou com um nó na garganta igual. São temas de um Brasil pouco falado, pouco discutido, mas que é o Brasil de milhões e milhões de brasileiros.

Viva Conceição Evaristo! Viva Carolina Maria de Jesus e Viva Itamar Vieira Junior!
Mano Beto 28/03/2024minha estante
Li olhos d'água e achei muito tenso e maravilhoso ao mesmo tempo. Este está na minha lista também!




Jean297 16/08/2023

Um passado recente em Becos da Memória
Conceição Evaristo tem a habilidade rara em contar histórias que mesclam a ficção com o real. Em Becos da Memória, a autora utiliza das memórias para retratar a vida na favela. Através da escrita, ou melhor, "escrevivência", como termo criado pela autora, ela nos provoca a refletir sobre o racismo tão entranhado em nossa sociedade. A estrutura se amontoa e varre esses corpos para às margens.
Uma das histórias que mais me comoveu foi a de Ditinha. A personagem trabalhava como empregada doméstica na casa de uma mulher muito rica. Ditinha em certa passagem reflete sobre a disparidade de vida, sentindo-se enojada só em pensar em almoçar na casa da patroa enquanto seus filhos não tem o que comer no barraco onde vivem. A autora inclusive faz o comparativo chamando a favela de senzala e a cidade grande, os centros e a casa dos patrões de Casa Grande. Os barracos como retorno à realidade, a bebida como fuga e a favela, com suas imperfeições, rachaduras, vielas e pobreza, mesmo assim, funcionando como berço, refúgio dessas pessoas que se agarram umas nas outras para sobreviver e resistir.
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