Triste Fim de Policarpo Quaresma

Triste Fim de Policarpo Quaresma Lima Barreto




Resenhas - Triste fim de Policarpo Quaresma


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Lirieudo 05/02/2020

Livro extenuante
Gostei do início do livro, porém no final da leitura ela vai ficando mais arrastada.
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Angie 05/02/2020

Triste mesmo
O livro nos leva pela vida de um personagem que peca pela inocência, despertando no leitor sentimentos diversos conforme avança.
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Pan 02/02/2020

Decepção literária
Este é um livro clássico que sempre quis ler, mas sofri pra terminar. Sem delongas digo que em minha opinião o livro é ruim. Existe um claro realismo no livro que vem denunciando os processos de dominação e os mecanismo de controle das massas, mas a história não é fluída, os capítulos sempre muito longos e sem clímax, você simplesmente não tem vontade de saber o que vai acontecer no capítulo seguinte e a história é no geral bastante chata. O personagem principal, Policarpo Quaresma, é super idealista e por vezes até bobo ou ingênuo, mas confesso que o achei sem sal, um personagem sem carisma, para falar a verdade; acredito que nenhum dos personagens tenham de fato alguma carisma. Assim temos aqui um livro que li como um remédio amargo que se tem de tomar, só por ser um clássico da literatura brasileira, pois de outra forma teria abandonado o livro sem peso na consciência.
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Lucas 27/01/2020

A loucura e a incompreensão são separadas por limites bem tênues
O patriotismo, ou melhor, a falta dele, sempre foi considerado um dos grandes problemas do Brasil como nação. Seja pelo quase completo desconhecimento dos símbolos nacionais ou pela secular memória curta do brasileiro, é sabido que a falta de uma identificação concreta e pessoal com o país é algo que, de certa forma, emperra a ascendência do Brasil, em especial o seu povo, no cenário mundial.

Esta pequena introdução serve para preambular uma análise sobre Triste Fim de Policarpo Quaresma (1911), um dos grandes livros da literatura nacional escrito por Afonso Henriques de Lima Barreto (1881-1922). Com uma vida bastante atribulada, Lima Barreto foi um dos mais importantes símbolos do movimento pré-modernista, que imperou no Brasil entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do século XX.

Este movimento não teve uma delimitação artística definida, sendo, em realidade, o primeiro passo rumo ao modernismo, este sim um movimento propriamente dito, que revolucionou não apenas a literatura, como as artes plásticas e a música, representado pela famosa Semana de Arte Moderna, ocorrida em São Paulo em 1922. Mas segundo Faraco e Moura (Ática, 1983), o pré-modernismo era marcado por dois vieses em tese conflitantes: o do conservadorismo, com traços do naturalismo, uma exacerbação do realismo; e a renovação, marcada por uma preocupação das artes com a sociedade brasileira, repleta de tensões e grandes mudanças (a República havia sido recém-proclamada).

Percebe-se em Triste Fim de Policarpo Quaresma todas estas características, seja a mais geral, de relação com o patriotismo, como também em termos literários, de identificação com o movimento pré-modernista. A obra-prima de Lima Barreto trata da história do personagem que nomeia o livro, um major do exército e apaixonado pelo Brasil. É talvez a forma mais eficiente de resumir Policarpo, um protagonista contado por um narrador onisciente, mas que cuja construção não revela nada de engrandecedor ou heroico. Todavia, o talento de Lima Barreto não é capaz de tornar o major Quaresma um tipo inócuo, sem sentido; o leitor se identifica com ele não pelos seus sentimentos ou atos, mas por uma permanente sensação de incompreensão frente a um mundo problemático.

Este "mundo problemático" nada mais é que a sociedade carioca da primeira década do século XX, muito bem pintada pela escrita do autor. A narrativa revela e realça as ironias inerentes a uma sociedade com ligações internas obscuras e apegadas a elementos controversos, como a troca de favores e a conveniência, tanto no meio urbano quanto rural. A crítica, ora fina, ora exposta, atinge não apenas a "alta roda" dessa sociedade (onde reinavam tolos preconceitos, relacionados à formação acadêmica e casamentos, por exemplo), como também toda uma estrutura maior que estava por trás disso: a então jovem república.

Quando da época da publicação do romance (primeiramente em folhetim no Jornal do Commercio e depois em volume único em 1915, numa tiragem bancada exclusivamente pelo escritor), a sociedade brasileira vivia um período mais de conformismo do que de esperança transformadora em relação ao fim da monarquia em 1889. A República, que inicialmente trouxe uma sensação de alcance de uma identidade nacional, baseada na democracia, teve com o passar dos anos apaziguadas estas questões libertárias e heroicas que com ela vieram. Lima Barreto contribui para essa sensação, porque a narrativa de Policarpo Quaresma em vários momentos mostra que pouca coisa mudou com o exílio de Dom Pedro II: as estruturas sociais que comandavam o Brasil continuaram restritas a uns poucos favorecidos e, se havia uma democracia, ela não se estendia no acesso a oportunidades ou mecanismos de ascendência social. Assim, a escrita do autor alimenta uma sensação de niilismo, de desânimo, que é personificada em Policarpo Quaresma.

Então com cerca de quarenta anos, o protagonista leva uma vida previsível, exata e metódica, sem grandes sonhos ou ambições que não envolvam um profundo e detalhado conhecimento do Brasil e seus antepassados (os "originais", segundo ele, os indígenas). Este apego, por vezes exagerado e que gera várias situações cômicas, de uma forma geral, se torna tocante ao leitor, e, em consonância com o pessimismo do título, fazem a com que a narrativa seja carregada de um tom niilista e "dostoiévskiano". Uma das características dessa oralidade é o narrador, que, impessoalmente, conta a história numa toada permanentemente séria, mesmo ao retratar situações cômicas advindas de Policarpo e este balanceamento entre forma de narrar e o que está sendo narrado é um dos melhores símbolos de todo o livro.

Claramente, a narrativa ilustra primeiramente uma atitude proativa de Policarpo e seu posterior desânimo em três esferas: a cultural, a agrícola e a política. É esta última quem mais contribui para o seu desfecho, previsível desde o título, especialmente pela inserção da ficção na Segunda Revolta da Armada, ocorrida no Rio de Janeiro entre 1892 e 1894, que visava a derrubada do Presidente Marechal Floriano Peixoto (1839-1895). Floriano havia assumido o poder com a queda do Marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892) e deveria conduzir a convocação de novas eleições neste caso. Todavia, Floriano acabou estabelecendo uma ditadura, que com a vitória na revolta mencionada que foi comandada por membros da Marinha, prendeu e executou centenas de opositores.

A figura controversa de Floriano é decisiva a Policarpo. Seus questionamentos são bastante incisivos a respeito da validade das suas ações ao longo da narrativa. De uma forma específica, o árduo amor pela pátria e a necessidade de construir um legado universal que represente isso são o cerne destes exames de consciência que o protagonista faz nas últimas páginas. E conduzem também a diversas outras conclusões de ordem prática e atual como os destinos que o ser humano dá a sua vida e do que ele considera realmente importante enquanto está vivendo.

É preciso que seja louvada a edição da Editora Ática, muito popular no final dos anos 90 e ainda hoje importante editora do ramo de material didático. A edição resenhada pertence à Série Bom Livro, que publicou grandes clássicos da literatura nacional em edições esteticamente simples, mas com um conteúdo complementar bem relevante. No caso dessa edição, de 1997, as primeiras páginas são permeadas com um rico texto introdutório elaborado pela Drª Carmen Lydia de Souza Dias, professora de literatura da USP, que comenta muitos pontos importantes da narrativa (este texto precisa ser lido após a leitura da obra, portanto). Já na história em si, há dezenas de notas de rodapé muito elucidativas, seja explicando algo ou, incrível, chamando a atenção para algum detalhe narrativo. Ao fim, numa parte separada, há ainda um resumo da peculiar vida de Lima Barreto, com várias imagens ilustrativas. Trata-se de uma edição rica e que traz um ar de nostalgia: muitos adultos de hoje tiveram o primeiro contato com vários clássicos nacionais pertencentes a esta coleção.

Ao buscar e se apegar a todas as particularidades que fazem do Brasil esse país tão vasto em todos os aspectos, Policarpo Quaresma torna-se um dos maiores personagens da história da literatura nacional, que ele tanto defende e valoriza. Louco ou incompreendido, o major Quaresma é capaz de cativar qualquer leitor e isso se deve muito ao talento de Lima Barreto, que abusa do realismo na construção de uma obra-prima não apenas dele, mas de toda a literatura brasileira. Ela mistura comicidade e niilismo de uma forma quase inigualável e transforma seu protagonista no maior personagem "quixotesco" já desenvolvido na literatura nacional.

Seja tomado de forma literal ou não, a verdade é que Triste Fim de Policarpo Quaresma é um livro excelente, rico em termos de abrangência, sagaz nas críticas sociais e com uma ficção agitada e que prende a atenção (outros personagens marcantes também destoam, além do protagonista, como o futuro leitor perceberá). A principal obra de Lima Barreto simboliza, de certo modo, tudo que a literatura brasileira tem de melhor e, seja patriota ou não, é um dever que todo leitor o leia para se deleitar com as suas linhas.
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Brendo 21/01/2020

Um homem sobre o qual podemos dizer que o único erro foi amar demais sua nação, Triste Fim de Policarpo Quaresma traz um retrato do Brasil do passado refletindo o que é fato até os dias atuais.
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Raquel CR 03/01/2020

Idealista
Fiquei com dó do personagem... Uma pessoa bem intencionada que só encontrou traste no caminho.
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rebeccavs 02/11/2019

Reflexivo
Policarpo Quaresma é um homem devotado ao nacionalismo exacerbado de sua pátria. Decide fazer sua vida girar em torno do Brasil e revelar às pessoas o quanto ela é perfeita e superior às demais.

Desse modo, o major acaba expondo demais seus desejos acerca do idioma verdadeiro de seu país: o tupi-guarani. Entretanto, isso não é bem visto pelas autoridades, mostrando, através dessa incrível obra pré-modernista, uma reflexão.

Quando tentamos enxergar apenas os pontos positivos de determinada coisa, cultura, pessoa ou pátria (este último sendo relacionado ao major), acabamos esquecendo que os pontos negativos podem se virar contra nós mesmos e transformarem-se em nosso triste fim.

Lima Barreto, brasileiro que nasceu no dia em que foi feita a Lei Áurea (13 de maio de 1888), nos mostra em sua obra que há pessoas e fatores perfeitos e faz uma alusão, refletindo e aderindo o aprendizado desse livro à atualidade, que aquele amigo maravilhoso que sempre está do nosso lado, aquele cônjuge indefectível,a réu judiciário que aparenta a completa inocência ou o amor por uma nação considerada perfeita pode ser a causa da nossa miséria, simplesmente pelo fato de esquecermos os defeitos que podem ser necessários.

Livro incrível, mas a linguagem e a narrativa maçante tornaram, ao meu ver, a obra como 4 estrelas.
Kaah 02/11/2019minha estante
Eu li ele para escola, um dos meus livros nacional favorito?


rebeccavs 06/11/2019minha estante
Também é um dos meus favoritos




Mikhaella 26/10/2019

O Dom Quixote Brasileiro
Impossível não fazer um paralelo entre as personagens Dom Quixote e Policarpo Quaresma. Achei o livro incrível, mostra-nos um retrato da sociedade brasileira na época inicial da República. Com uma pitada de humor o livro vai se desenvolvendo aos poucos e crescendo através dos entraves passados pelas personagens.

A personagem principal, o major Policarpo Quaresma, vive numa monomania (tal qual Dom Quixote com sua cavalaria andante) em que se esforça para dar ao Brasil o lugar que ele acredita ter direito, no caso, o lugar de destaque no mundo. Incentivado pelos livros que lê ele leva isso até os extremos se colocando por diversas vezes em uma posição de escárnio ou mesmo de perigo.

Enfim, é um livro muito bom. Para mim, a leitura fluiu bem e aproveitei muito a leitura. Nada escapou do escrutínio do autor, fazendo até mesmo retratos onde se pode ver paralelos, como nos casos das personagens Olga e Ismênia em que diferencia dois tipos de mentes e suas relações com o mesmo tema, o casamento.
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Anienne 23/09/2019

Triste fim de Policarpo Quaresma
Esse livro traz uma ácida crítica sócio-política da época do início da república brasileira.

O texto se desenvolve sempre na mesma cadência, sem altos, nem baixos, tendo o mesmo caráter morno do personagem principal, Policarpo Quaresma. Tanto a escrita, quanto o personagem trazem um ar de seriedade e polidez ao texto, deixando nas entrelinhas o que, na verdade, é cômico, irônico e/ou sarcástico.

As duas primeiras partes trazem a vida, o dia a dia, a personalidade, a visão inocente e o patriotismo mais que ingênuo do Major Quaresma e nós vamos acompanhando suas sandices, seus sonhos além da realidade e também como as pessoas o viam.

Na terceira parte, a vida impõe para o nosso herói um "abrir de olhos" e um "acordar" e, sinceramente, é bonito de se ver, ao mesmo tempo triste, a avaliação que ele faz de sua própria vida, coisa muito necessária para cada um de nós.

Agora, não há dinheiro que pague, a descrição que o narrador faz do "ditador", o Marechal Floriano Peixoto. kkkkk

Inclusive, ele faz questão de frisar, que essa não é a visão de Policarpo, que é mais contido em seu olhar e suas conclusões. Acho que este foi o momento mais retumbante do livro, que tem um caráter tépido, como falei anteriormente.

Eu, particularmente, adoro livros que tenham um enfoque na história. O nosso país tem razões para trazer tantas feridas, que agora se encontram expostas. Isso vem, desde sua formação. Muito interessante, o olhar do narrador, em uma série de questões relacionadas.

Esse livro tem personalidade. Eu gostei bastante. Queria mais respostas no final que ficou em aberto. Mas são tantas as coisas que ficaram e ainda ficam em aberto no nosso Brasil.

Enfim...
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Nah Sakura 22/09/2019

Uma leitura obrigatória que acabei gostando
Li o livro para um trabalho de escola. Por ter sido "forçada" a ler e pelo título do livro, comecei a leitura sem muito entusiasmo... Porém o senhor Policarpo Quaresma me cativou! Um personagem encantador, profundamente engajado com seu projeto e que, infelizmente, vai sendo levado por seus desvarios... Seria um Dom Quixote tupiniquim? Talvez. A princípio você se pega rindo das suas loucuras, mas conforme o tempo passa a piada vai perdendo a graça e você sente compaixão do querido patriota. Conclusão: se eu pudesse também te obrigava a ler, é muito bom!
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Guilherme.Barbosa 14/09/2019

Resumo: Triste Fim de Policarpo Qauresma
Triste fim de Policarpo Quaresma apresenta uma visão agressiva e realista, dotado de veemente crítica ao nacionalismo patético e ufanista, representado na figura do protagonista Policarpo Quaresma. A obra é capaz de despertar em quem a lê sentimentos de amor, ódio, euforismo, melancolia ou piedade, pois é uma fusão entre o cômico e o trágico. É perceptível o caráter comportamental nacionalista do protagonista, mas chega a ser trágico quando ele é condenado por um crime que não cometeu – traição à pátria.

O protagonista é o major Policarpo Quaresma, subsecretário no Arsenal de Guerra, que ama incondicionalmente sua pátria – o Brasil. Esse amor à pátria (nacionalismo) faz com que ele estude violão, um instrumento marginalizado no fim do século XIX, a língua tupi-guarani, o folclore e os usos e costumes dos silvícolas. Desses interesses ele se interessa tanto pelos estudos do tupi que manda à Câmara um requerimento recomendando a língua indígena como idioma oficial do Brasil. Logo mais, escreve em tupi um ofício que provoca grande confusão e por tudo isso é considerado louco, assim, internado em um manicômio. Ao ser considerado melhor, é solto e compra um sítio – “Sossego” – onde residirá com sua irmã Adelaide e o criado Anastácio.

Com o tempo seus ideais nacionalistas voltam e ele começa a plantar em suas terras, acreditando estar na agricultura a chance do país ser a primeira nação do mundo, e enfrenta ervas daninhas e formigas, do mesmo modo que as intrigas políticas.

Com a Revolta Armada, Floriano Peixoto integra Quaresma como major ao batalhão Cruzeiro do Sul. Quase no fim da revolta é designado a carcereiro dos presos políticos na ilha das Enxadas. Em determinada noite, o Itamarati envia alguém para retirar vários presos e fuzila-los. Esse fato deixou Quaresma revoltado, portanto escreve uma violenta carta ao marechal Floriano Peixoto. Então é preso como traidor e condenado à morte, sem julgamento. Apenas Ricardo Coração dos Outros tenta salvar Policarpo, ficando ele à espera do destino.

site: https://www.coladaweb.com/resumos/triste-fim-de-policarpo-quaresma-lima-barreto
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Gustavo 05/09/2019

Crítica político-social relevante até hoje!
Triste fim de Policarpo Quaresma (1915), obra-prima de Lima Barreto, conta a história do "major" Policarpo Quaresma, um funcionário público conhecido por sua excentricidade e seu patriotismo exacerbado. Ambientada no Rio de Janeiro do final do século XIX, nos primeiros anos da República Brasileira, sob o governo do Marechal Floriano Peixoto, a narrativa nos leva pela vida do major Quaresma a partir do momento em que o seu patriotismo começa a, aos olhos das personagens, tomar ares de loucura, como quando ele encaminha um requerimento à Câmara dos Deputados a fim de que a língua tupi-guarani passe a ser a língua oficial do País. Nesse sentido, trata-se, antes, de uma história de desilusão, pois ao longo da narrativa Quaresma vai se desiludindo cada vez mais com seus ideais patrióticos até culminar no seu - você adivinhou - triste fim.

A obra se sobressai no seu aspecto eminentemente crítico. Barreto critica através da história de Quaresma, e de algumas outras personagens, diversos elementos e costumes da sociedade brasileira de então, como, por exemplo, o desprezo por literatos e a glorificação de títulos acadêmicos; a mesquinhez e o individualismo do brasileiro médio; o povo maltrapilho, desleixado e preguiçoso, para o qual todo evento, inclusive a guerra, é motivo para festa; as autoridades opressoras, vingativas e indiferentes aos rumos do País, muito mais preocupadas em consolidar o seu poder e atender aos próprios interesses; e o casamento como objetivo final das mulheres, símbolo de realização pessoal suprema. Com muita pompa, ironia e bom humor é que Barreto trata desses temas através de uma escrita viva e descritiva, acompanhada de observações críticas pontuais que permanecem relevantes até os dias de hoje.

Triste fim de Policarpo Quaresma é uma história trágica e cômica que retrata com riqueza de detalhes o contexto social, político e histórico do Brasil do final do século XIX. Todavia, a comicidade das situações narradas no livro seriam felizes se não fossem, antes, o reflexo das incongruências, infortúnios e injustiças sobre as quais este "belo, forte e impávido colosso" foi erguido. É natural que, ao fim da leitura, se fique com um sentimento de impotência e pessimismo quanto aos rumos do Brasil. Se há, enfim, uma lição a se extrair dessa obra, seria a de não nos deixarmos levar por ideologias, mas buscar contribuir, de alguma forma, para a constituição de um projeto realista de nação.

Recomendo a obra a todos os leitores!
rebeccavs 07/12/2019minha estante
Policarpo é realmente um marco na escrita pré-modernista através da crítica de Lima Barreto sobre seguir determinado caminho sem preocupação com os aspectos negativos, criando uma veracidade ilusória. Ótima resenha!




Kaah 18/08/2019

Surpreendente bom
Eu tive que ler por causa de um trabalho da escola, no começo não achei muito bom, mas conforme fui lendo percebi que o livro e bem envolvente, e um livro que eu super indico... apesar das palavras serem um tanto antigas você consegue saber o que significa pelo contexto, foi uma boa leitura.?
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yara 25/07/2019

"como é fácil na vida tudo ruir! aquele homem pautado, regrado, honesto, com emprego seguro, tinha uma aparência inabalável; entretanto bastou um grãozinho de sandice..."

segundo o dicionário, patriotismo é o sentimento de orgulho, amor e devoção à pátria, aos seus símbolos e ao seu povo; é razão do amor dos que querem servir o seu país e ser solidários com os seus compatriotas. apesar de "observável" na atual conjuntura política brasileira, inexiste maior expoente de tal vertente do que o grande Policarpo Quaresma.

fruto de um idealismo nato, o Brasil - sob a ótica de Quaresma - era sinônimo de farturas, facilidades, compreensão mútua e representava um enorme potencial como nação. apaixonado por suas raízes, o personagem apresenta propostas de reformas agrárias, políticas e culturais de teor ufanista com o intuito aprimorar e flexibilizar as qualidades já existentes no território. tais propostas, apesar de erguidas sob sólidos alicerces, são motivos de escárnio por uma comunidade acomodada, egoísta e alienada. de ideário pré-modernista, a obra critica as posições negativas inerentes ao brasileiro médio, no qual o apelo nacional ao estrangeiro e a desvalorização da pátria inexistindo em Policarpo o caracteriza como louco.

por meio de críticas e alegorias contundentes, Lima Barreto compõe uma sátira impiedosa, capaz de registrar e criticar a realidade brasileira de modo objetivo. de apreciação extremamente necessária, a obra suscita reflexões fundamentais quanto ao desenvolvimento excludente da nação.
Lucas 09/01/2020minha estante
excelente análise.




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