@blogleiturasdiarias 26/12/2017Um dos melhores da série!Sempre ouvia de algumas amigas leitoras que esta seria uma das melhores leituras da série Elementos. E tenho que concordar. Quando temos uma história que envolve traumas aliados a música, eu simplesmente me encanto. E tendo a escrita da Brittainy C. Cherry que é uma das autoras que mais gosto, fica difícil não se encantar.
Maggie May aos 10 anos de idade é apaixonada pelo Brooks Griffin. Amigo de seu irmão, ele jura de pé junto que nunca irá querer nada com ela pois nesta idade que menino quer saber de garotas!? Mesmo ela insistindo que irão casar-se, ainda que de mentirinha, Brooks nunca deu atenção. Até que ele percebe que ela não é tão irritante assim. No dia que nossa garota mais ansiava, o dia do casamento, ao ficar esperando Brooks que estava atrasado, Maggie vê uma cena que mudará completamente sua vida.
Traumatizada, ela vê seu mundo cor de rosa caindo, mudando para uma realidade cruel em que perde sua voz. Mesmo após anos e anos, com pesadelos, com ataques de pânico, nada do que ela faça faz sua voz voltar. Tendo o carinho do pai, e do seu agora melhor amigo Brooks, ela descobre que talvez sua afeição por ele seja maior que amizade. Nosso rapaz também sente a mesma coisa porém, acontecimentos da vida ou o destino faz com que eles coloquem esse amor em jogo. Será que mesmo após todas as tragédias e mudanças de rotina eles conseguirão ficar juntos?!
Pela sinopse pode-se perceber o drama enorme que teremos na narrativa né?! Não está enganada. Brittainy tem um jeito peculiar e diferente de esmagar seu coração e suas esperanças, reconstruindo de maneira única. Sofri, chorei, ri, chorei sorrindo e no final tudo valeu a pena. Gosto de acompanhar crescimento de personagens, e por temos um enredo que segue a linha de crescimento deles fica fácil ser conquistada. Principalmente quando conhecemos o trauma da Maggie. Pensei que não saberíamos o que a fez ficar muda pois é um recurso muito utilizado por escritores — no entanto para minha surpresa temos essa informação. E isso propicia uma angústia maior, afinal teremos seus familiares e amigos não tendo esse conhecimento. Vamos vê-los sofrendo sem saber o que de fato transcorreu.
"Naquele momento, soube que ela estava certa sobre tudo, o tempo todo. Ela estava certa sobre mim, sobre ela e nós dois. Ela era a garota que eu amaria para sempre. Não importava o quanto a vida tentasse mudar." pág. 67
Este pacote todo por si só dá um tom de catástrofe, entretanto a autora soube quando trazer os elementos de alegria. São de uma leveza na escrita que você se pega sorrindo ou rindo. Temos a dose certa de tragédias versus felicidade. Mostra basicamente o que poderia passar-se na vida real, mostra que nem tudo é só júbilo.
Se tem algo absurdamente bem desenvolvido e analisado são os protagonistas que fazem a trama render. Maggie e Brooks é uma dupla que deu certo e se encaixou mesmo com as diferenças. Geralmente fico irritada com certas atitudes tomadas ao longo das cenas, o que não verificou-se aqui, mostrando o acerto na conectividade deles. Até nas situações ruins onde não veremos uma saída ou uma solução fácil eles tem a química. É um casal fácil de apostar e torcer ao longo das páginas.
Novamente tenho que elogiar a evolução da escrita que torna-se poética em determinados tempos, pois é visível o amadurecimento. Fiquei curiosa em saber em como a autora iria colocar o elemento água na narrativa, e ele apareceu em diversos etapas de modo apropriado. Aliás uma das reviravoltas que mais te angustiam tem a ver com a água. Confesso que fiquei abalada nela porque muda tudo o que esperamos e é um choque. Acho que poucas pessoas das quais conversei sobre o exemplar imaginavam esta situação.
De uma forma geral classifico como um dos melhores romances lidos. Por A Chama Dentro de Nós, antecessor, não ter atingindo tantos minhas expectativas fui com menos ansiedade neste. Acho que este ponto fez com que eu ficasse mais feliz quando vi algo que me conquistou. Ainda que não o coloque como o melhor da série — O Ar Que Ele Respira é o meu favorito — ele pode ser considerado o segundo melhor. Tem todas as qualidades desejados em uma obra do gênero. Recomendo!
"Eu me apaixonei por centenas de homens de centenas de livros. Achava que sabia como era o amor com base nas palavras impressas nas páginas que li. Amor era união, força e algo pelo que valia a pena viver." pág. 160
Na parte física mais uma vez vemos os modelos representados serem compatíveis com o conteúdo. Fora o tom azul remetendo a água. Aprovado! A diagramação é a padrão da editora com o diferencial de ser dividido em partes, que são de acordo com a idade transcorrida. A narrativa é feita pelo ponto de vista da dupla principal em primeira pessoa. Um adendo é que logo no início tem uma nota da autora. LEIAM, LEIAM, LEIAM! Irão entender melhor o quanto algumas coisas colocadas tem ligação com a vida pessoal da Brittainy.
Terceiro e penúltimo livro de Elementos finalizado, e agora só falta o último A Força que Nos Atrai. Tenho pretensão de lê-lo ainda em 2017 por ser relativamente "pequeno". Nem parece que vai fez 2 anos quando comecei a coleção.
site:
http://diariasleituras.blogspot.com.br/2017/12/resenha-o-silencio-das-aguas-brittainy-c-cherry-grupo-editorial-record-serie-os-elementos-the-elements.html