Bruna Lima 14/01/2019
Faça as pazes com seu corpo
Confesso que me interessei por esse livro depois de ter visto o tema em uma aula na faculdade de nutrição. Eu simplesmente amei entender a relação que a comida e os sentimentos estabelecem, e o quanto é difícil para muitas pessoas entenderem isso. Mas tive uma surpresa. O livro é mais interessante ainda porque mostra o ponto de vista de alguém que passou por isso. Mostra as dores e dificuldades para criar uma relação saudável com a comida. A dificuldade de amar seu corpo como ele é. Os desafios de se sentir bem e sem culpa por ter comido uma refeição que tanto gosta. Tudo isso mostra como a nutrição é uma ciência complexa, que precisa muitas vezes de uma rede de apoio multiprofissional, com psicólogos e psiquiatras. Apresentar esse tipo de comer transtornado é mais comum do que se imagina, ainda mais em tempos de redes sociais e padrões de beleza ainda impostos pela mídia.
Dessa forma, a autora aborda o assunto de forma à contemplar todas essas características, relatando de forma bem realista tudo que ela passou. Por isso, o leitor cria uma relação empática, sendo ou não da área, porque a doença não é física para quem vê. Muito pelo contrário, a ferida é interna.
Assim, é necessário entender que comer não se trata somente de um ato fisiológico, mas sim de um ato emocional e prazeroso. Comer é compartilhar sentimentos. É celebrar. É estar com pessoas que você gosta. É criar recordações afetivas. É fazer as pazes com seu corpo e aprender a ouvi-lo.
Recomendo à todos que já passaram ou ainda passam por isso, mas principalmente àqueles que julgam esse tipo de problema como ?frescura?. Duvido você não sentir empatia e passar a entender melhor que para muita gente comer pode ser algo tão doloroso.