Os demônios

Os demônios Fiódor Dostoiévski




Resenhas - Os Demônios


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herbert40 01/09/2021

a única condição essencial à existência humana é que o homem deveria ser capaz de curvar-se perante algo infinitamente grande. se os homens forem privados do infinamente grande, não continuarão a viver e morrerão em desespero. o infinito e o eterno são tão essenciais ao homem como o pequeno planeta no qual habita.
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Ramalho 17/08/2021

Este é o livro mais místico de Dostoiévski; até agora... Os Demônios são todos aqueles que estão neste livro, é sobre eles. Sem duvida é um romance profético, Stálin está aqui, Hitler e Zaratustra. Quando o autor resolveu escrevê-lo, já tinha em mente que seria um romance em prol político, e não tem como não notar: é o romance mais estereotipado do autor; cada um dos personagens estão ali para um fim, zombar de tal personagem, criticá-lo e etc... já disse aqui na resenha do Padre Amaro que quando o autor escreve algo com o intuito de criticar uma ideia o livro tem uma "tendencia" de ficar estereotipado. No mais, o livro ganha nesse sentido, pois é um livro exemplo; dos livros com intuito de criticar uma ideia, uma pessoa, este é o melhor livro. Cheio de sarcasmo, zombaria, muitos momentos cômicos de verdade, de dar gargalhadas; e essa é a parte boa dos livros críticos.
Mas o que faz desse livro verdadeiramente boa é que todo o conceito critico de Dostoiévski, toda sua critica perante o materialismo está enraizada aqui. E ela é colocada de maneira muito profissional e gostosa de ser lida.
A edição é boa, o livro demora para começar pois é escrita em segunda pessoa, e o narrador demora pra engrenar, mas o final é supremamente bom e vale a pena a investida.
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Ruffo 13/06/2021

Meu autor preferido, mas não indico para todos. Acredito que Dostoiévski seja o tipo de autor que o leitor tenha que descobrir sozinho. Além disso, não aconselho como obra introdutória, mas caso você já conheça-o, leia, sim! A jornada é fantástica.
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The Bill 08/06/2021

Profético!
Dostoiévski me surpreendeu mais uma vez!
Gosto bastante de seu estilo, de sua agudez de percepção e da forma de mostrar a realidade, mas nesse livro, como em nenhum outro, para minha pequena pessoa, ele conseguiu se superar.
É claro que os Irmãos Karamazov é uma obra mais grandiosa, mas o que mais me chamou atenção foi o seu poder de interpretar a realidade, e dessa forma ser profeta das crises que viriam cair sobre o mundo.
Um nietzschiano sem Nietzsche, protótipos de Stálin e Hitler, tudo isso por perceber aquele assassinato do jovem Ivanov como um "elo na cadeia dos movimentos revolucionários russos", mas de toda a Europa do século XIX e XX.
A trama é belíssima, os personagens bem desenvolvidos e com aquela boa pitada de tragédia, comum a Dostoievski.
Por fim, um bom livro, que faz pensar e observar quão grande era a envergadura intelectual de Fiodor Dostoievski.
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Roberto 17/05/2021

Melhor livro que li até o momento
Demorei pra caramba, mas desde o começo já tava prevendo que iria encabeçar minha lista.
Pra quem quer começar ou tá começando a ler agr, recomendo anotar em um arquivo de Word ou numa folha os nomes de todos personagens que vão aparecendo e depois alguns tópicos explicando brevemente o que acontece em cada capítulo.
Vai dar trabalho, mas vai ser importante pra lembrar, pq muita coisa acontece e sem isso alguns podem ficar perdidaços com a ordem dos acontecimentos, igual eu fiquei no começo.
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Drygon 10/05/2021

Após rever Clube da Luta esses dias, percebi algumas semelhanças, talvez inspirações do Chuck para com essa e outras obras do velho Dosto.
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Elton 20/03/2021

Livro mais político de Dostoiévski
Publicado um pouco mais de10 anos após o fim do regime de servidão na Rúsica, Os DeMõnios é o livro mais político escrito por Dostoiévski. No romance o clássico escritor russo faz críticas ferozes às ideias progressista em ascensão na época e defende os valores da nobreza russa e da igreja ortodoxa.
É um livro conservador, pode-se dizer até reacionário, mas que serve como interessante objeto de estudo sobre o período de transição que se iniciada na Rússia a partir da década de 1860.
A obra é recheada de personagens tanto variados como ricos e bem construídos. O desenrolar da trama intricada é interessante de acompanhar, principalmente a partir do final da parte I, quando as personagens mais importantes já foram apresentadas e toda a história começa a ganhar mais forma.
Não é um livro recomendado para começar a ler o autor, mas sem dúvida um que ser lido.
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Darkpookie 13/02/2021

Comentário
Gostei bastante desse livro, ainda que tenha sido um esforço grande lê-lo e isso por duas razões. A primeira é a extensão da história: em quase 700 páginas e dividida em 3 partes, Dostoievski narra primeiramente o pano de fundo da história (até a página 200, 250), depois se iniciam os conflitos ideológicos, sejam eles religiosos, políticos ou sociais (da página 300 até 400,450) e, daí para o fim, aumentam as tensões narrativas, o clímax e a conclusão. Outro aspecto que dificultou a compreensão é a falta de conhecimento que eu possuo sobre a história e a política russa, assim, durante a leitura apenas fiz algumas pesquisas necessárias que foram o suficiente, mas acredito que uma familiaridade maior ajudaria a aproveitar mais os temas tratados.
Enfim, deixo um trecho do posfácio escrito pelo tradutor Paulo Bezerra que se encontra na edição da 34, e esclarece bem os propósitos da obra:

Dostoievski "[...] mostra em Os Demônios como ideias grandiosas e generosas, uma vez manipuladas por indivíduos sem consistência cultural nem princípios éticos, podem se transformar na sua negação imediata, assim como a utopia da liberdade, da igualdade e da felicidade do homem pode degenerar na sua negação, no horror, na morte, na destruição. Ideias grandiosas não podem ser geridas por mentes pequenas que não fazem senão amesquinhá-las, por seres indigentes sem condição de compreender a essência profunda da natureza humana e prezar a liberdade do homem, por pessoas que fazem das ideias objeto de compra e venda, moeda de troca com farsantes, vendilhões de liberalismo ou gente que jamais teve qualquer apreço por elas. Sem valores elevados é incoerente professar ideais elevados, e o resultado é um concubinato de nobres evoluídos e pequeno-burgueses provincianos, progressistas, niilistas, fourieristas e conservadores, administradores governamentais e altas patentes militares, e nesse concubinato passam a segundo plano as diferenças políticas e ideológicas e os que ontem apareciam como inimigos irreconciliáveis hoje se entendem e até fazem alianças. [...] O simulacro, o quinteto de Piotr Stiepánovitch, é a redução das várias tendências de um movimento à sua caricatura grotesca sob a égide de indivíduos possuídos pela ideia de poder pelo poder, que, querendo auto afirmar-se a qualquer custo, ultrapassam todos os limites, obliteram todas as objeções teóricas e obstáculos morais e criam uma engrenagem que transforma em "salvadores" e "vanguarda" da humanidade indivíduos sem consistência moral e ideológica nem condição cultural para tais papéis. Estes, para manter seu poder, apelam para dois procedimentos: cercam-se de elementos incondicionalmente submissos, cegos às questões ético-ideológicas mas de olhos bem abertos para toda espécie de benesses; e criam em torno de si a aura mítica de sábios, profetas e heróis."
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Wayner.Lima 26/12/2020

Uma obra fundamental
Seu primeiro Dostoievski, diferente da grafia do nome do autor, é difícil de esquecer.

Na área de humanas, ainda mais em Filosofia é quase impossível que você se gradue sem nunca ter ouvido falar e lido algo sobre Tolstoi, Dostoiévski e talvez algum outro autor russo contemporâneo aos dois. Comigo não foi diferente, mas até recentemente não havia lido nada de Dostoiévski e somente alguns contos curtos de Tolstoi. Quando a editora 34 fez seu feirão online eu decidi que era hora de pagar essa dívida formativa e adquirir uma boa tradução de Dostoiévski, optei por ler O Idiota mas acabei comprando Os Demônios por engano, nem sabia do que se tratava. A introdução explica a motivação ?panfletária? do romance, o único escrito direta e unicamente com esse fim, que apesar disso não deixa em nada a desejar se comparado aos outros quatro grandes romances de Dostoiévski. O evento que motiva o autor, o assassinato de um jovem ex integrante de um grupo niilista por seus ex parceiros, que também ocorre no romance, é anunciado lá no início do livro e eu fiquei esperando que fosse o estopim da história quando na verdade ele só aparece quase no final do livro, como consequência da narrativa.

Separei um mês e meio para ler Os Demônios, acabei levando quase três meses. O livro não é chato, não é desinteressante, mas Dostoiévski se dedica demais a construção de cada fato, a apresentar cada personagem , a explicar cada detalhe que acaba tornando o livro longo e as vezes você se pergunta se aquilo é realmente importante ou só um alongamento desnecessário. Ao terminar a leitura de todo o livro nenhuma parte de Os Demônios me pareceu desnecessária. Aliás, ate mesmo o anexo que a edição da 34 traz, um capitulo que foi originalmente censurado, ajuda a compreender melhor a conclusão do romance.

Dostoievski é um autor fundamental para compreender a Rússia pré soviética, Os Demônios é uma obra fundamental para compreender a Rússia Soviética e o perigo que ideologias são para uma juventude cada vez mais necessitada de um norte intelectual, de um significado para a vida.
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Ebenézer 19/12/2020

Dostoiévski incomparável
É muito interessante como Dostoiévski constrói a sua narrativa em Os Demônios: um grande elenco de personagens que vão se movimentando em toda a trama e em que o autor vai dosando pari passu e metodicamente tanto a revelação quanto o suspense do enredo e dos conflitos de cada personagem no conjunto da obra.
Embora seja uma obra longa a história mantém a vivacidade e o frescor em sua objetividade, pois Dostoiévski não se prende a minúcias desnecessárias. O texto é enxuto e diante disso o leitor, tendo conseguido capturar a lógica do autor, percebe que a narrativa flui celeremente. Para isso é fundamental que o leitor esteja atento às particularidades de cada personagem à medida que ela entra em cena.
Dostoiévski é um mestre em esquadrinhar o submundo da sordidez humana em suas estratégias para alcançar seus objetivos escusos: "Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio..."
Os Demônios revelam as forças poderosas e manipuladoras que impulsionam os homens a perpetrarem ações muitas vezes inconcebíveis se pensadas isoladamente, à parte de associações ou grupos politicos partidários.
"Sem dúvida, os demônios existem, mas o modo de concebê-los varia muito."
Cada um de nós tem seus próprios demônios que precisam ser mantidos sob forte controle, sem o qual nem sofisticados sistemas religiosos são suficientes para debelar seus efeitos nocivos.
Os Demônios é uma obra que merece ser lida dada a contemporaneidade de sua temática.
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Thiers.Neto 22/11/2020

As vezes é de se assustar como o livro retrata alguns pensamentos e métodos de ação na política que só vieram a acontecer no século XX e que de vez em quando reaparece nos dias de hoje. Valeu o esforço da leitura!

"A leitura do romance hoje deixa a impressão de que nada parece haver mudado na essência, de que houve apenas uma renovação dos cenários sociais e mudanças de traje das personagens... Cabe salientar especialmente que Os Demônios foi escrito não tanto sobre diferenças, embora no romance elas sejam de princípios, que infelizmente não perdem sua atualidade. Como se pode constatar, nosso cotidiano está literalmente superpovoado de personagens de diferentes escalas saídos de Os Demônios, que são encontrados entre 'direitistas', 'esquerdistas', 'conservadores' e 'liberais'... 'quadros' e 'extraquadros' burocráticos. Por assim dizer, os demônios estão em toda parte. Eles logo se reconhecem uns aos outros; uns, em sua ávida procura da verdade e movidos pelo desejo sincero de mudanças progressistas, não se dão conta de que se encontram num turbilhão de demônios."
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Leila 06/09/2020

Assustadoramente atual
Considerado como um romance panfletário, Os demônios, possivelmente, é a maior crítica política feita por Dostoiévski. Mas, vale ressaltar que a crítica em nada compromete a qualidade estética do texto, além da profundidade psicológica e filosófica tão presente nos romances do escritor russo.

Publicado em 1871, século XIX, Os demônios é uma reação de Dostoiévski ao assassinato de um estudante por divergências políticas e a decisão de se afastar do grupo revolucionário, ao qual era membro, e tinha por princípios o Chigaliovismo, um vislumbre do que viriam a ser o fanatismo e a violência dos regimes fascistas do século XX.

Numa época de intolerância, violência, conservadorismo e tentativa de cerceamento do conhecimento, Os demônios é um livro de assustadora atualidade.

?Ele propõe, como solução final do problema, dividir os homens em duas partes desiguais. Um décimo ganha liberdade de indivíduo e o direito ilimitado sobre os outros nove décimos. Estes devem perder a personalidade e transformar-se numa espécie de manada e, numa submissão ilimitada...
[...]
Cada um pertence a todos, e todos a cada um. Todos são escravos e iguais na escravidão... A primeira coisa que fazem é rebaixar o nível da educação, das ciências e dos talentos.? P. 392 - 407.
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Valéria 02/09/2020

Desdobrando o assassinato de um estudante, Dostoiévski faz estudo profundo do pensamento político, social, filosófico e religioso de seu tempo. Ele projeta os desvios que o socialismo real viria a apresentar até o seu esfacelamento.

Reler Os Demônios 18 anos depois, me traz um novo olhar sobre as relações sociais e o quanto somos os mesmos independente do tempo, de 1872 quando escrito, até agora.
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