Guerra e Paz

Guerra e Paz Leon Tolstói




Resenhas - Guerra e Paz


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Alberto 20/01/2022

Excelente, mas é para ser lido aos pouquinhos, como uma novela de TV
É, sim, um catatau, mas vale todo o esforço do leitor. Costumo dizer aos leitores mais jovens e acostumados às coisas ligeiras e diretas que é preciso se transportar para o passado para entender certas obras como esta. É preciso notar que 200 anos atrás não havia TV, rádio, internet. O livro era um dos poucos passatempos, e uma pessoa comum tinha acesso a uns poucos livros ao longo da vida. Quando um autor como Tolstói escrevia, tinha em mente um leitor que via o livro como um companheiro, alguém para entretê-lo por várias semanas ou meses. Por isso esses catataus do passado não têm pressa de concluir a história. Funcionam como uma novela da televisão, querem entreter o cliente por bastante tempo. Se você lê com olhos de leitor do século 21, querendo saber logo o final, não tem como aproveitar o livro. Então este livro é excelente se você pensa nele como uma companhia para um relacionamento de longo termo. É para ler aos pouquinhos todo dia. Dito isso, a história é boa, tem cenas fortes e personagens cativantes, a narrativa é interessante se consumida aos bocadinhos. Duas sugestões ainda. Primeira, faça um mapinha dos personagens, num caderno, para não se perder. São muitos, e personagens russos têm sempre vários nomes, no mínimo três nomes e um ou dois apelidos. Se você não anota, acaba se confundindo ou não sabendo quem está em cena. Segunda, pule os capítulos dissertativos: da metade para a frente há alguns capítulos, facilmente reconhecíveis, onde o autor discorre sobre as ideias dele acerca de História, da guerra, da Rússia, etc. São irrelevantes para a narrativa, e o leitor não perde nada se deixa de lê-los.
Rosangela Max 20/01/2022minha estante
Tolstói é maravilhoso! ?




Leo 19/01/2022

Acompanhos vários núcleos da história, suas tomadas de decisões, debates válidos até o dia de hoje e isso tudo enquanto é narrado fatos históricos. Me emocionei em diversos momentos, inclusive passei raiva em alguns, mas a verdade é o que os personagens são tão humanos que tornam a história ainda mais impactante.

Vamos pro segundo volume.
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Flofis 11/01/2022

Sinto que perdi uns três anos (no mínimo) de vida lendo esse livro. Arredondei a nota para três estrelas, mas na verdade ficou algo entre 2.85 e 2.90. Só queria saber como tem gente que favoritou esse livro e por que pessoas que não gostaram são tão raras de achar.
Raphael232 17/03/2022minha estante
Pq esse livro eh fantástico! Um dos melhores da história




Meury3 31/12/2021

volume I - É indescritível de tão excepcional! Tolstói foi gigante!"
- Ao chegar à praça Arbat, a imensa vastidão do céu escuro e estrelado abriu-se aos olhos de Pierre. Quase no centro daquele céu, acima do bulevar Pretchístienski, rodeado e polvilhado de estrelas por todos os lados, mas destacando-se de todas elas pela proximidade da terra, pairava o imenso e brilhante cometa do ano de 1812, com uma luz branca e uma cauda comprida e voltada para cima, o cometa que, segundo diziam, prenunciava todos os horrores e o fim do mundo. Mas, para Pierre, aquela estrela luminosa, com a cauda comprida e radiante, não despertava nenhum sentimento terrível. Ao contrário, com alegria e com os olhos molhados de lágrimas, Pierre olhava para aquela estrela luminosa que, depois de ter voado por uma vastidão imensurável, numa velocidade indescritível e numa linha em parábola, parecia ter se cravado de repente num local escolhido por ela mesma, no meio do céu negro, assim como uma seta se finca na terra, e ali ficou parada, com a cauda vigorosamente erguida, reluzindo e ostentando a sua luz branca no meio das outras estrelas, inumeráveis e cintilantes. Pierre tinha a impressão de que aquela estrela correspondia plenamente ao que se passava na sua alma, que se aplacava, se reanimava e desabrochava para uma vida nova.

- Às vezes, Pierre se lembrava de uma história que tinha ouvido sobre soldados que, na guerra, sob tiros, dentro das trincheiras, quando não tinham nada para fazer, procuravam ferrenhamente uma ocupação, a fim de suportar melhor o perigo. E para Pierre todas as pessoas pareciam soldados que fugiam da vida: uns pela ambição, outros pelas cartas, uns pela redação de leis, outros pelas mulheres, uns pelas brincadeiras, outros pelos cavalos, uns pela política, outros pela caça, uns pelo vinho, outros pelos assuntos de Estado. "Não existe nada insignificante, nem nada importante, é tudo a mesma coisa; a questão é fugir dela, de um jeito ou de outro!", pensou Pierre. "A questão é não ver a ela, essa terrível ela!


(...) Príncipe Andrei: Por que me debato, por que me preocupo tanto nesse âmbito estreito, fechado, quando a vida, a vida inteira, com todas as suas alegrias, está aberta para mim?", disse consigo. E, pela primeira vez desde muito tempo, pôs-se a fazer planos felizes para o futuro. Resolveu que devia cuidar da educação do filho, achar um educador que se incumbisse dele; depois, era preciso pedir demissão e ir para o exterior, ver a Inglaterra, a Suíça, a Itália. "Tenho de desfrutar a minha liberdade enquanto sinto em mim a energia e a juventude", disse consigo. "Pierre tinha razão quando disse que era preciso acreditar na possibilidade da felicidade para ser feliz, e eu agora acredito nela. Que os mortos enterrem os mortos, mas, enquanto estou vivo, é preciso viver e ser feliz", pensou.


- Contemple o seu interior com olhos espirituais e pergunte a si mesmo se está satisfeito consigo. O que você alcançou, guiado apenas pela razão? O que é você? O senhor é jovem, é rico, é inteligente, instruído, meu senhor. O que o senhor fez de todas essas bênçãos que lhe foram concedidas? Está satisfeito consigo e com a sua vida? - Não, eu odeio a minha vida - respondeu Pierre, de sobrancelhas franzidas. - Você odeia, então mude a sua vida, purifique-se, e por meio da purificação conhecerá a sabedoria. Observe a sua vida, meu senhor.

- Principe Andrei: Mas cada um vive ao seu jeito: você vivia para si e diz que assim, por pouco, não destruiu a própria vida, e que só descobriu a felicidade quando passou a viver para os outros. No entanto, eu experimentei o contrário. Eu vivia para a glória. (E, afinal, o que é a glória? O mesmo amor pelos outros, o desejo de fazer algo para eles, o desejo de receber os seus elogios.) Assim, eu vivia para os outros e não digo que por pouco não destruí a minha vida, mas que a destruí por completo. E, desde que passei a viver só para mim, fiquei tranquilo.

- Pierre: O que é ruim? O que é bom? O que se deve amar, e o que se deve odiar? Para que se deve viver e o que eu sou? O que é a vida, o que é a morte? Que força governa tudo?", ele se perguntava. E não havia resposta para nenhuma dessas perguntas, a não ser uma resposta sem lógica, e que nem mesmo respondia a tais perguntas. A resposta era a seguinte: "Você vai morrer e tudo vai terminar. Você vai morrer e vai ficar sabendo de tudo... ou vai parar de perguntar". Mas morrer também era terrível. A vendedora de bordados de Torjók, com voz esganiçada, oferecia as suas mercadorias e, em especial, chinelos de couro de cabra. "Possuo centenas de rublos, com os quais não tenho a menor ideia do que fazer, enquanto ela está aí com o seu casaco esburacado e me olha com timidez", pensou Pierre. "E para que ela precisa desse dinheiro? Por acaso esse dinheiro pode lhe trazer um pingo de felicidade, de serenidade de espírito? Por acaso alguma coisa neste mundo pode deixar a ela e a mim menos sujeitos ao mal e à morte? A morte, que põe um fim a tudo e que pode vir hoje ou amanhã... isso não faz diferença, é só um instante em com paração com a eternidade." E de novo ele apertou o parafuso que não encontrava resistência em nada e, tal como antes, o parafuso girou sem sair do lugar.

- Nunca na casa dos Rostóv a atmosfera amorosa se fizera sentir com tanta força como naqueles feriados. "Agarre os minutos de felicidade, faça-se amar e apaixone-se também! Só isso é real no mundo, o resto é bobagem. E aqui, nós só estamos interessados nisso", dizia aquela atmosfera.

- Que coisa horrível é a guerra, que coisa horrível!

- Como é possível estar saudável... quando se sofre moralmente? Acaso é possível estar calma em nosso tempo, se a pessoa tem sentimentos??
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elainegomes 22/12/2021

GUERRA E PAZ

15 anos de história contados através de um espetáculo narrativo que une ironia e sofisticação.

Em uma simbiose perfeita entre ficção e realidade.

Acompanhamos os destinos de famílias aristocráticas russas, seus amores, desamores, paixões, ódio.

Ao mesmo tempo que acompanhamos as notícias sobre o louco ou gênio Napoleão, suas invasões as fronteiras da Europa até sua chegada à Rússia, e a partir daqui acompanharemos sua influência na vida de cada personagem e como cada personagem igualmente influenciou ao desfecho final.

Com essa obra, verdades absolutas, passam a ser questionadas, e sob o ponto de vista de Liev Tolstói, vemos grandes líderes como seres humanos comuns, com inseguranças, fragilidades (que pegam gripe inclusive) cometem erros e não divindades.

E o melhor de tudo, foi a reflexão sobre a marcha inevitável dos acontecimentos, colocando o povo e personagens comuns, como protagonista histórico.

Não posso deixar de mencionar, as incríveis reflexões sobre questões existenciais, que diversos personagens nos convidam a divagar sobre o que é amor, felicidade, perdão, vida e morte.

Os personagens são construídos com tamanha humanidade, em erros e acertos, que me fez amar e odiar com a mesma intensidade. E a evolução, inclusive moral, de cada personagem é um dos pontos altos do livro.

A guerra é apresentada com tanto realismo, que eu me sentia participando, ainda que de modo desastrado como fez o engraçado, contraditório e fundamental fio condutor da história Pierre.

Sim, a guerra não foi romantizada, Tolstói nos mostra sua crueldade, sua insanidade, onde todos perdem, e não se tem vencedores.

Ao fim temos o epílogo dividido em duas partes. Sendo a primeira, com o desfecho dos personagens, seus destinos e perspectivas de um novo futuro. A segunda parte do epílogo, traz uma verdadeira defesa de tese de Tolstói, sobre a grandiosidade ou não de Napoleão, sobre a parcialidade de historiadores que criaram um verdadeiro Deus.

Sem dúvida é um clássico maravilhoso, amei a experiência, verdadeira aventura literária, Guerra e Paz faz parte dos livros que transformam o leitor, simplesmente impossível ler sem se emocionar e iluminar a mente, super recomendo sua leitura.
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Carolina.Gomes 14/12/2021

O tratado de Tolstói
Comecei a leitura desse clássico, em setembro e, até o final do primeiro volume, estava completamente apaixonada.

A justaposição de personagens fictícios e históricos, a evolução das personagens? tudo parecia perfeito.

O ritmo de leitura caiu um pouco, quando começaram os detalhamentos das cenas de guerra. Mas continuei empolgada com a narrativa, aguardando pelo desfecho da história.

Chegando perto do final, fui me dando conta que as personagens eram todas coadjuvantes e o verdadeiro protagonista de Guerra e Paz, é Tolstói, cujo propósito único me pareceu o de provar sua teoria sobre o livre arbítrio.

O epílogo dividido em duas partes me deixou exausta. Eu já não tinha a menor conexão com a obra e, confesso, nenhum interesse sobre as divagações filosóficas do autor.

Achei q seria um favorito da vida, mas não. Concluo, hoje, com sentimento de alívio e dever cumprido.

Não deixou saudade.
Eliza.Beth 14/12/2021minha estante
Eitaaaa ?
Mas acho que sempre é válida essas experiências, até mesmo para nos conhecermos enquanto leitores.
Um dia quero ter tbm esse sentimento ao ler essa obra clássica! Um sentimento super válido.


Carolina.Gomes 14/12/2021minha estante
Valeu a pena, sim! Só o final foi frustrante ?


Joao 14/12/2021minha estante
Parabéns pela leitura e pela resenha, Carolina! Ainda pretendo ler esse clássico. Só não sei quando hehehe


Carolina.Gomes 14/12/2021minha estante
Resenha/desabafo, John


Isadora1232 14/12/2021minha estante
Adorei tua resenha, Carolina! Imagino que seja uma jornada exaustiva hehe ainda bem que, no final, valeu a pena!
Preciso ler, mas sinceramente não tenho tanta pressa pra isso não ?


Thamiris.Treigher 15/12/2021minha estante
Amo suas resenhas!


Carolina.Gomes 15/12/2021minha estante
Thami, fico feliz! Procuro exprimir como me sinto p q vcs queiram ler tb? ou não kkk




Bastos 05/12/2021

Clássico atemporal
Sinceramente não consigo encontrar palavras para fazer essa resenha. São tantos personagens e histórias que se cruzam, acompanhamos a evolução e as escolhas da vida de cada um deles, com reflexões e debates que são validos até hoje, também foram inúmeros momentos que me emocionei, que me despedaçaram e que me deixaram extremamente feliz.

O livro é simplesmente uma obra-prima e um clássico essencial na estante de cada leitor.
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Calebe 26/11/2021

Completo
Se eu tivesse que descrever esse livro em uma palavra provavelmente seria 'completo'. É aquele tipo de livro que se você pudesse ler um único livro na sua vida toda e escolhesse esse estaria fazendo uma ótima escolha. Ao longo dessas infinitas páginas você aprende, sofre, se empolga, ri, chora, se alegra e muito mais. Tolstói consegue criar personagens extremamente humanos e cativantes, conflitos pessoais e familiares intrigantes, cenas de batalha incríveis e também nos faz pensar constantemente no que é o poder? o que é grandeza? e qual é a força que move as nações?
Eu amei cada momento desse livro, personagens e aprendizados que vou levar comigo pro resto da vida. Acho que eu nunca fiquei tão imerso em um livro como fiquei nas cenas da batalha de Borodino enquanto escutava 1812 do Tchaikovski kkkkk
São momentos como esse e essas lembranças e aprendizados maravilhosos que me dão vontade de continuar lendo e não parar nunca!
Não deixem o tamanho desse livro assustar vocês. É uma jornada longa sim, mas é boa, e quando o caminho é agradável é melhor que a jornada dure o máximo possível!
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Tatiane 25/11/2021

Romance grandioso e forte. Comecei a ler "Guerra e Paz" porque quero ler os grandes clássicos, mas não foi uma leitura fácil. Precisei parar por um tempo para conseguir enveredar pelo segundo volume. O melhor de tudo, para mim, são as reflexões filosóficas de Tolstoi sobre a guerra, o poder, a liberdade e sobre as relações humanas. Há passagens que preciso voltar e refletir bastante. Difícil destacá-las, mas sorteei duas:

"O meu menino cresce e se diverte com a vida, na qual ele será, como todos, um enganado ou um enganador."
(p. 771, vol. 2, Cia. das Letras, 2017)

"A guerra não é uma amabilidade, e sim a coisa mais cruel da vida, e é preciso entender isso e não brincar de guerra. É preciso levar a sério e com rigor essa terrível necessidade. Tudo se resume a isto: pôr de lado a mentira, a guerra é a guerra, não é uma brincadeira. Senão a guerra acaba sendo esse entretenimento predileto de pessoas ociosas e levianas... A carreira militar é a mais honrosa. Mas afinal o que é a guerra, o que é necessário para o êxito em questões militares, quais são os padrões de conduta no meio militar? O objetivo da guerra é o assassinato, os instrumentos da guerra são a espionagem, a traição e o seu encorajamento, o extermínio dos habitantes, a pilhagem dos seus bens ou o roubo para o abastecimento do exército, a fraude e a mentira, chamadas de astúcias militares; os padrões de conduta da carreira militar são a ausência de liberdade, ou seja, a disciplina, a ociosidade, a ignorância, a crueldade, a depravação, a bebedeira. E apesar disso é a carreira mais alta, a mais respeitada por todos. Os reis todos, exceto o chinês, usam um uniforme militar e conferem a maior recompensa àquele que matou mais gente... Como vai acontecer amanhã, eles se reúnem para se matarem uns aos outros, ferem, aleijam dezenas de milhares de pessoas, e depois vão mandar rezar missas em ação de graças por terem matado tanta gente (cujo número ainda tratam de aumentar) e vão proclamar a vitória, supondo que quanto mais gente for massacrada maior o mérito. Como é que Deus, lá do alto, pode vê-los e escutá-los?"
(p. 937-938, vol. 2, Cia. das Letras, 2017)
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Joao.Hippert 23/11/2021

Livro bem desafiador. O total de 2500 páginas assusta e, sem uma rotina muito bem definida, é um pouco difícil pegar um bom ritmo.

Dito isso, Guerra e Paz é uma obra inesgotável. Parece que o livro consegue ser tudo ao mesmo tempo: romântico, histórico, engraçado, lírico, filósofico. É o livro definitivo sobre a invasão napoleônica na Rússia, mas interessa perceber a visão histórica crítica do próprio autor. A guerra é vista com maus olhos e os personagens não são grandes gênios; são apenas líderes que ocasionaram de ser líderes por determinados contextos. Mesmo que o livro seja da segunda metade do século XIX, essa visão crítica de Tolstoi me interessa bastante e parece dialogar com a História contemporânea.

Para além disso, Tolstói também é bem hábil na parte de ?romance de costumes?. Os personagens têm traços bem definidos e nos importamos com eles. Isso facilita a leitura e dá mais corpo ao romance como um todo.

Por fim, é uma experiência bem desafiadora, mas que ao final compensa. Um clássico absoluto, essencial para amantes de boas histórias e História.
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voandocomlivros 21/11/2021

Ler "Guerra e Paz" sempre foi um sonho, mas não me achava preparada até este ano. Foram quatro meses nessa jornada, em um ritmo de leitura lento que a própria obra exige, e finalmente terminei suas 1.532 páginas. A sensação de concluir um calhamaço assim é indescritível.



Mas o que é "Guerra e Paz"? Sobre o que ele fala? Para mim, "Guerra e Paz" é um novelão que destaca a trajetória de cinco famílias aristocráticas russas no período de 1805 até 1820. Como pano de fundo, temos as batalhas napoleônicas e seus impactos brutais na vida da sociedade da época.


Os excertos com batalhas são os meus preferidos. A escrita do Tolstói tem o poder de nos transportar para as cenas de um jeito único. É sensacional olhar o cenário de dentro e conseguir sentir exatamente o que se passa no corpo e na mente da personagem. Os devaneios, os júbilos, principalmente as dores e sofrimentos, são tão vívidos que é possível experienciar junto com cada personagem.


Eu gosto muito da técnica de escrita que o autor usa para transitar entre as passagens, ele conseguia aguçar minha curiosidade para os próximos acontecimentos e quebrar uma possível monotonia que uma cena muito longa poderia me causar.


Enquanto estava lendo, eu falava para alguns amigos que tinha muita "paz" no primeiro volume da obra. Cadê a "guerra"?, perguntava para quem já tinha lido haha... uma brincadeira que expressava o meu deleite ao ler os trechos geniais das batalhas.

Mas é claro que essa obra-prima não se resume a lutas. A busca espiritual é um dos fios que tecem essa colcha de tempestades e angústias que permeiam todo o enredo até seus momentos finais, onde a sensação de paz paira no ar.


"OLHOU PARA O CÉU. E O CÉU ESTAVA TÃO MÁGICO QUANTO A TERRA. O CÉU ESTAVA LIMPANDO, E ACIMA DO CUME DAS ÁRVORES AS NUVENS CORRIAM LIGEIRO, PARECIAM DESVELAR AS ESTRELAS. ÀS VEZES DAVA A IMPRESSÃO DE QUE O CÉU LIMPAVA E REVELAVA UM CÉU NEGRO E LIMPO. ÀS VEZES PARECIA QUE AQUELAS MANCHAS NEGRAS ERAM NUVENS. ÀS VEZES PARECIA QUE O CÉU SE ERGUIA ALTO, ALTO, ACIMA DE SUA CABEÇA; ÀS VEZES O CÉU DESCIA MUITO, COMO SE FOSSE POSSÍVEL TOCÁ-LO COM A MÃO."


Eu ainda não superei o desfecho e talvez nunca supere. A vida é dura demais e quando encontro recortes fidedignos dela em minhas leituras, principalmente com personagens que estou tão envolvida, é difícil aceitar. Sofri, chorei e amei. Valeu cada minuto dedicado a essa leitura grandiosa em tamanho e qualidade.


Se você também tem vontade de ler esse clássico, deixo aqui meu conselho: só se joga, deguste com calma, não tenha pressa em terminar. Vai valer a pena!😉



site: https://www.voandocomlivros.com/post/guerra-e-paz-resenha
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Cdmm 20/11/2021

Casos de família...
Casos de famílias da aristocracia russa durante as guerras Napoleônicas. É um livro muito extenso onde Tolstoi reflete muito sobre a injustiça da guerra, quem é mais afetado, as tradições desigualdades e ironias sociais tanto quanto a hipocrisia da época também. É um livro que contém romance, cenas de guerra, humor, tragédia. Um feito gigante.
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Marcio 18/11/2021

Clássico
Apesar de muito bem escrito a leitura, para mim, sem muita empolgação; terminei a leitura só para comentar que li Guerra e Paz.
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cris 18/11/2021

QUE OBRA INCRÍVEL!!!!
O que dizer dessa obra tão grandiosa e completa? "Guerra e paz" é um livro que espanta muitos devido ao número assustador de páginas, mas não deixe um número te aterrorizar porque essa leitura só rende lucros. Não é apenas uma mera descrição das guerras napoleônicas na visão dos russos.... é um retrato perfeito das atrocidades da guerra, acompanhada reflexões filosóficas e questionamentos a respeito das descrições feitas pelos historiadores da época. Este livro proporciona tanto um rico conhecimento histórico do período quanto grandes gargalhadas ao ler determinados comentários cômicos.
Enfim, não é atoa que Tolstói é um autor tão adorado(e o meu preferido). Recomendo demais.
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