Marcelo Duarte 10/10/2021
Propaganda Ideológica descarada
Nesta obra o autor, Frierdich Engels, teoriza sobre a historia, principalmente, sobre a história de povos antigos. No bojo de sua teoria, ele desenvolve uma argumentação de como ele entende que surgiram algumas instituições, como por exemplo: família, dinheiro, propriedade privada, comércio e comerciantes, o exército armado, domesticação de animais, bancos, etc. Sua obra perpassa diversos povos, e vai nos contando como ela se desenvolveu e como ela alterou a realidade de seus pares. O livro é basicamente isso.
Algumas considerações:
1. Fica evidente, conhecendo o histórico do autor e seu posicionamento, que sua pesquisa (que nem.é sua, ele apenas teoriza sobre supostos dados de terceiros) que ele já tem uma visão fixa da marcha da história. O desenvolvimento da análise dos dados, passa a ideia de que o texto é mera formalidade para se dizer a conclusão segue as premissas, o que é falso. O autor já tem uma visão definida e sua análise dos dados é filtrada pela lente sua ideologia. Ou seja, acaba se demonstrando uma análise tendenciosa e questionável em sua palavra final.
2. A esquerda, para legitimar a prática homossexual e a prática sexual liberal e libertária, por inúmeras vezes, usam exemplos tirados da natureza. Mas quando algum exemplo poxe ser usado da mesma forma para questinar a argumentação, eles alegam que a argumentação não é valida, pois não se trata da mesma categoria. Lembrando que Engels e Marx lançaram boas bases para os movimentos: feministas, amor livre e LGBTQIA+;
3. Para Engels (concordando com Bachofen) o casamento monogâmico foi uma escolha da mulher, que buscava nessa relação segurança, que não encontrava mais segurança e respeito em outros tipos de relacionamento (exemplo: heterismo), pois as configurações de relacionamentos dessas gentes (livre e sem restrições) estava sendo visto com olhos impuros. É interessante ressaltar que essas mesmas mulheres agora querem acabar com a instituição do casamento, mais precisamente, o casamento monogâmico estrito.
4. Engels comete inúmeras falácias lógicas, como a sobre a origem. Ele por algumas vezes associa a origem etimológica da palavra, que carrega uma conotação negativa, para reforçar a ideia de que está certo, pois o termo surgiu de uma forma condenável. Isso por si só não é valido, é um argumento falacioso.
5. Outra falácia muito usada por ele é do conhecido "apelo a natureza". Ele a usa para falar sobre o senso comunista, sobre que ele era o modo padrão no estilo de vida nos primórdios, portanto, não podemos nos desviar desse padrão, pois ele é natural. Ele, porém, não diz nada sobre as origens que levaram essa senso dar lugar ao individualismo, e consequentemente, a propriedade privada. Ele apenas diz que é culpa do egoísmo humano. Sobre a liberdade sexual da mulher, é da mesma forma, antes ela possuia autonomia sobre seu corpo, depois de aderir a monogamia não mais. Agora não consegue se livrar dessa escravidão. Em outras palavras a escravidão das mulheres foi voluntária, mas não querem mais se sujeitar a segurança obtida na monogamia.
6. Com a origem do casamento Engels afirma que o acompanharam "o amante da mulher" e "o homem traído". Assim como a prostituição. Foram todas aberrações criadas pelo casamento. Como Engels pretende acabar com isso? Simples: vamos destruir a família... Simples! Não?
7. Engels no livro fala au6e todas as revoluções políticas foram para proteger um certo tipo de propriedade . detrimento de outras. E que a apropriação por meio de revolução, pode sim ser chamada de roubo, também chamado confisco, como ele diz.
8. Como dito, muitos argumentos são falaciosos. Em diversos trechos ele apela a falácia do Non Sequitur (as conclusões não seguem da premissas);
9. Engels afirma que a igreja não fez nada contra a escravidão. Não recorre aos textos veterotestamentário e nem ao novo testamento. Que são textos carregados sobre o assunto e nem fala da teologia Paulina. Nem acerca dos pensadores cristão e a influência do Cristianismo na derrubada da escravidão. Nada. Só afirma e tchau.
10. Para Engels o lugar da mulher é no mercado de trabalho, produzindo em grande escala em diversos setores. Se não for isso, seu trabalho doméstico toma um tempo "insignificante".
11. Sua teoria sobre a história é tão confusa que ele chega a dar duas origens para um mesmo objeto. Um exemplo é a origem do Estado. Segundo Engels, se deu assim: No início do livro ele diz que origem do Estado se deu para resguardar o direito à propriedade privada e assegurar sua manutenção. Agora, no final do livro, ele afirma que o Estado surgiu com a finalidade de manter o antagonismo de classes sob controle.
12. Enquanto para muitos o trabalho significa o homem, para Engels ser assalariado é sinônimo de escravidão.
13. Engels cria um paradoxo em relação a mulher e ao trabalho. Eles querem duas coisas. O que é confuso. Querem estar com a família e querem que a mulher produza. Mas para isso ela precisa deixar o lar...
14. O livro é muito massante! E o mais decepcionante é chegar no fim e ver o poder de síntese que Engels tem. Ele resume mas últimas 10 páginas todo a lógica da sua argumentação. O que evidencia sua prolixidade em todo o restante do livro.
15. O autor apenas dialoga com autores que corroboram sua teoria. Omite diversos pensadores, povos, culturas e religiões mais antigas que as histórias que ele narrou para exemplificar sua teoria.