Laryssa234 18/09/2024
Toda viagem é odisseia
A Odisseia é um poema épico, escrito por Homero, que narra o percurso atribulado do herói Ulisses para voltar para casa depois da Guerra de Troia. Na mitologia grega, as divindades estavam longe de ser perfeitas. Poseidon, estava com raiva de Ulisses porque ele tinha cegado o ciclope, queria usar as águas para acabar com a sua vida. Contudo, Atena protesta e assume o papel de defensora do herói.
Muitos episódios da jornada de Ulisses são conhecidos pelo imaginário ocidental. O Ciclope, as sereias, Circe e a visita ao inferno de Hades.
Na obra, observamos os diferentes papeis das mulheres e suas personalidades. Penélope, esposa de Ulisses, fica desamparada com a falta de seu marido, sua casa se enche de pretendentes e ela precisa constantemente enganá-los. Temos Calipso, uma deusa que aprisiona o herói numa ilha, e mesmo com toda a beleza e divindade, é rejeitada por Ulisses, mesmo chateada, ela permite que o herói continue sua jornada. Logo após temos a feiticeira Circe, que transforma os homens do navio de Ulisses em porcos. A princesa dos Feaces encontra Ulisses na beira do riacho, leva-o ao seu pai, e o rei o ajuda a retornar para casa.
Ulisses retorna disfarçado de mendigo, concretiza sua vingança e reecontra a família.
Se, após superar tantos desafios e lições, Ulisses tivesse esquecido algo, sua perda teria sido bem mais grave: não extrair experiências do que sofrera, nenhum sentido daquilo que vivera.
Ulisses não poderia esquecer sua rota de retorno para casa, o futuro que Ulisses procura é o seu passado, sua sabedoria é a repetição, reconhecido pela cicatriz que o marca para sempre. O Ulisses que desembarca em Itaca como mendigo, não é a mesma pessoa que partiu para Troia, o único reconhecimento imediato vem do seu cão Argos, como se a continuidade de um indivíduo só se manifestasse pelo olho de um animal. Assim que Penelope reconhece Ulisses, ele volta a falar sobre Ciclopes e sereias...
será que a Odisseia não é o mito de todas as viagens? Talvez para Homero/Ulisses a distinção de mentira/verdade não existisse, ora ele narrava na linguagem do vivido, ora na linguagem do mito, como ainda hoje para nós cada viagem, pequena ou grande, sempre é odisseia.