Resenhas - Édipo Rei

Yann.Lessa 22/06/2020

Incrível construção dos diálogos
Esta é, como a maioria das tragédias gregas, uma daquelas obras em que o leitor já inicia sabendo o final. Mas tal conhecimento não retira em nada a beleza da obra.

Sófocles é brilhante no uso da linguagem, brincando com certas palavras que já apontam para a revelação esperada ? que Édipo matara seu pai e casara com sua mãe. Tudo sem saber de nada, por força do Destino inexorável.

Luana 17/06/2020

Maravilhoso
Édipo Rei é uma peça teatral escrita por Sófocles e faz parte da trilogia Tebana, encenada em 430 a.C, aproximadamente. Publicado no Brasil pela L&PM Pocket em 1998.

Tebas está sendo assolada pelos deuses. O solo se tornou infértil, as mulheres não conseguem gerar mais filhos e a doença persegue animais e pessoas. O povo suplica ao Rei Édipo que descubra o que motivou a ira dos deuses.

“Se deves reinar sobre esta terra como reinas hoje, não é melhor que ela seja povoada que deserta? Uma fortaleza, um navio de nada servem, se não há homens para ocupá-los.”
Posição 33-35, versão ebook.

Édipo envia seu cunhado, Creonte, para o templo de Apolo em busca de orientação para salvar a cidade. Lá o deus revela o que o povo de Tebas terá que fazer para expurgar a impureza que drena a vida em Tebas e restaurar a sua antiga glória.

Édipo se compromete a seguir as orientações de Apolo sem imaginar as consequências que sua fala imprudente trará.

A peça não era um gênero que tinha o habito de ler, mas resolvi diversificar durante uma ressaca literária e foi a melhor coisa que eu fiz na vida. O gênero é fácil e rápido de ler, a peça em questão parece simples, mas a trama é intricada e cheia de reviravoltas. Impossível largar!

Édipo é um rei amado pelo povo, bom governante, marido e pai. Toma como incumbência a orientação de Apolo para remover a imundície de seu reino e libertar a cidade. A personalidade dos personagens não é desenvolvida já que o foco da peça está no enredo.

Nosso protagonista fugiu de casa após ouvir uma profecia terrível. Temendo ferir quem mais amava e praticar um ato atroz, abriu mão de uma vida abastada para perambular pelo mundo e escapar do seu destino. Em suas andanças conseguiu desvendar o enigma da esfinge e livrou Tebas do inimigo, tornando-se o novo rei. Todavia, o mal se abateu mais uma vez sobre Tebas e desejando salvar seu povo uma segunda vez promete fazer justiça ao antigo rei.

Vários temas permeiam a trama sendo o principal, o destino. Será que estamos predestinados? É possível escrever o nosso próprio destino?

“Tirésias, tu que percebes tudo, tanto o que se ensina quanto o que permanece interdito aos lábios humanos, tanto o que há no céu quanto o que há na terra, sabes, mesmo sendo cego, do flagelo que assola Tebas. Cremos que somente tu, senhor, poderás nos proteger e nos salvar contra ele.”
Posição 192-193, versão e-book.

O clímax é surpreendente. Não só o que descobrimos, mas a desgraça que o personagem traz para si, por causa de sua imprudência. A peça faz parte de uma série conhecida como a trilogia tebana, da qual fazem parte Édipo em Colono e Antígona.

Sófocles foi um célebre dramaturgo e poeta que produziu cerca de 120 peças. Costumava participar de concursos em Atenas. Infelizmente da sua extensa obra, apenas sete tragédias completas restaram: Ájax, Édipo rei, Édipo em Colono, Antígona, Electra, As Traquinias, Filoctetes.

O autor virou meu dramaturgo favorito (...)
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site: https://resenhandosonhos.com/edipo-rei-sofocles/

mari 31/05/2020

Apesar de já ser familiarizada com a história de Édipo, eu não havia lido a peça, mas agora que o fiz estou deveras exultante. Este enredo traz uma discussão tão profunda sobre o destino que, a cada página lida, eu ficava angustiada e me recusava a largar o livro, mesmo já conhecendo a lenda inteirinha!
Apesar de escrito no século V a.C, Édipo Rei ainda traz uma discussão muito presente em nossas vidas: somos livres para criar nosso próprio destino ou estamos designados a algo desde o nascimento? Esta é um grande dúvida que atormenta a mais profunda camada de nosso âmago e é muito bem representada nesse texto.
Foi um grande deleite ter lido esta peça, onde cada diálogo, tão bem escrito, encantaram-me completamente e tiraram-me o fôlego! Todo o desenvolvimento da trama é simplesmente genial. Mesmo se conheces a história, ainda, genuinamente, recomendo-lhe a leitura.

Gu Vaz 24/05/2020

E bota tragédia!
A origem do Complexo, vaidade e ignorância caracterizam esta incrível tragédia grega. É bem curtinho e rápido, vislumbramos a ignorância, a negação, a realização, o pavor e a incompreensão da própria existência fadada ao infortúnio. Traz aquela ideia do destino inevitável, quase mandatório ou previamente escrito, o que cabe análises mais aprofundadas para quem se interessar.

Lua 24/05/2020

Angustiante
- Visto que somos mortais, quem ainda não viu aquele último dia não poderá ser considerado feliz antes de transpor o termo da vida sem ter padecido nenhuma dor.

Fabrício Miranda 19/05/2020

Um clássico
Talvez umas das leituras obrigatórias de um jovem leitor,poder acompanhar édipo em sua tragédia selada por seu terrível destino, ótimo livro.

Debora.Mezzavilla 17/05/2020

Chocante.
Qualquer que nunca tenha tido contato com a peça ficará chocado em como ela se desenvolve. Definitivamente, é um livro que não se pode passar dessa vida sem ler.

tavittu 08/05/2020

Édipo rei
Já conhecia por alto a história de Édipo rei, mas ler como tudo se desenvolve foi fascinante. Com certeza, essa se tornou uma das histórias mais loucas que já li e com mais certeza ainda, é um dos meus livros favoritos.

Millena 05/05/2020

Uma tragédia grega que nos apresenta temas universais e atemporais. A leitura levanta o questionamento sobre destino de forma única.

Steph.Mostav 04/05/2020

Do trono à ruína
Acho que todos conhecem ao menos a terrível profecia de Édipo Rei: o protagonista cumpre o terrível destino de matar o pai e casar-se com a própria mãe. Nesse sentido, Édipo representa tanto a fragilidade humana diante do poder dos deuses que ele desdenhou quanto o livre arbítrio. Ele mesmo cometeu estes crimes contra os pais por conta da própria ignorância, apesar de achar-se plenamente capaz de governar e resolver o enigma do assassinato do antigo rei Laio. Édipo também é um protagonista cheio de ira: durante grande parte da história, ele confronta e discute com todos que o questionam e, ainda que dele seja o título de tirano porque julgavam que ele recebera o trono por merecimento e não por herança, suas atitudes se assemelham à nossa noção contemporânea de tirania. Édipo Rei também é uma história de decadência, pois o rei foi do poder, prestígio e felicidade máximos à literal cegueira, mendicância e infortúnio. Apesar de tanta tragédia, a leitura é rápida por conta do ritmo ágil da ação, do interesse que nos desperta o enredo e do carisma irresistível de Édipo. Ele é arrogante demais com sua autoconfiança exacerbada e sua raiva que o fez cometer tantos erros, mas talvez por este mesmo motivo que seu personagem seja capaz de nos atrair, nos fazer torcer por ele e lamentar sua queda. A questão central da peça é uma das grandes perguntas que nos fazemos desde os tempos primórdios, "quem sou?" e o autor do maior conflito surge quando Édipo soluciona essa pergunta, assim como também desvenda o autor e o motivo do assassinato de Laio. Sempre adorei histórias em que o responsável pelo sofrimento do protagonista é ele mesmo e parte da jornada desse personagem é lidar com os próprios pecados e compensar as próprias falhas. Assim como Hamlet, Édipo é um dos maiores protagonistas da literatura ocidental.

matlima 25/04/2020

Clássico curto e profundo
- Resumo: tragédia grega de Édipo narrada em uma curta peça teatral. Após virar rei de Tebas, Édipo vê a cidade numa situação de desgraça que só pode ser saneada com a expulsão do assassino de Laio, o antigo rei. Édipo investiga o caso e acaba sentenciando a sua própria desgraça ao descobrir-se filho e assassino do pai; filho e marido de Jocasta. Ele sai do céu (já que era visto como um herói desde que livrou Tebas da Esfinge) ao inferno (visto que vê a esposa se suicidar e tira a própria vista, caindo em desgraça).
- Ideais centrais: infalibilidade do destino (profecia de Delfos/Apolo se realiza a qualquer custo); soberba do rei frente aos demais (Édipo não ouviu Creonte, pensando que este queria roubar o seu trono; também não ouviu o adinho e acabou sentenciando seu autoexílio)
- Frases: O orgulho é que produz o tirano; e quando tiver em vão acumulado excessos e imprudências, precipitar-se-á do fastígio de seu poder num abismo de males, de onde não mais poderá sair!”

Mellhsz 23/04/2020

Triste
É impossível pensar no edipo como um vilão, é apenas mais um desafortunado na vida, infelizmente as previsões para ele foram as piores. É triste, pois, percebi a maneira como ele zelava pelo seu povo e por sua família..

Renata 15/04/2020

Foi o meu primeiro contato com as tragédias gregas, a leitura é rápida e prazerosa, o livro é curto e é possível terminá-lo em pouco tempo (o li em 1h30). Foi um ótimo início de trilogia.
É estranho que Freud tenha atribuído ao famoso complexo o nome de "Complexo de Édipo" já que ao meu ver, o tal complexo não se aplicou aqui. De qualquer forma, não sou estudante de psicologia!
Só me resta esperar que na vida real a força do destino não seja assim tão poderosa.

Heloiza 12/04/2020

Clássico essencial
Recomendo fortemente a todos!
Teria a vida um destino já traçado, do qual não poderíamos fugir?
Édipo, ao tentar fugir do seu destino, tristemente acaba concretizando a profecia lançada mesmo antes do seu nascimento.
Obra que inspirou Freud ao desenvolver sua teoria sobre o complexo de Edipo.

Estêvão Marcelino 08/04/2020

Édipo o azarado?
Impressionante tragédia onde o destino monta uma implacável sina contra um homem que a princípio é um herói, aquele que venceu a esfinge, porém depois se descobre um desgraçado, assassino e incestuoso homem, porém tudo feito involuntariamente ou melhor, as cegas, sob o jugo da pura ignorância.