Manú Tristíssimo 11/06/2023
Que isso agora? Tão querendo me calar? Ninguém me cala não!
Mais parecido com o ex desgoverno do que você imagina, só nos faltou os contadores.
Uma distopia atual onde o governo decreta que as mulheres só podem falar 100 palavras por dia, mas é muito mais complexo do que só isso. A educação na escola não é igual a padronizada que estamos acostumados ou que aprendermos, pelo menos não pras meninas. Elas aprendem a cozinhar, costurar, até jardinagem é ensinado! A matemática é básica, apenas pra saber quanto vai dar a compra no mercado ou saber quais as medidas usar nas receitas quando forem donas de casa.
É mais revoltante durante todo a leitura, todas as mulheres que leram se sentiram exatamente igual a mim, pu.tas da vida, tenho certeza! É um livro muito agonizante, me fez ficar incomodada o tempo todo.
A história não é lá essas coisas, incluindo as partes lógicas que não fazem sentido, tipo as leis, aceitação das mulheres e até a economia do país, é um livro bem meia boca e desleixado. Mas a intenção é muito boa e apesar de não ter sido 5 estrelas eu acho que toda mulher deveria ler apenas pra ter noção do quão importante é a nossa voz e posicionamento.
A religiosidade compulsória é inacreditável, imaginar que muitas mulheres seguem essa doutrina de forma submissa na vida real é completamente absurda!
Os pontos positivos do livro são os capítulos pequenos, é bem prático. Mesmo sendo uma leitura que deixa a impressão de que nada acontece de verdade, os capítulos curtos ajudam a desenrolar a história sem ficar tão cansativo.
O romance nesse livro é muito desnecessário! Se tivesse ficado apenas pra apresentação do casal teria sido aceitável, mas a insistência da autora em nos fazer engolir o casal a todo custo fez ficar completamente ÓBVIO o final, deixando claro quem vai morrer e porquê, apenas pra autora conseguir desenvolver o final com mais facilidade.
E pra concluir, mas não menos importante, uma parte dos agradecimentos da autora que eu achei fofo:
"E, por fim, ao meu marido, Bruce, que apoia tudo que eu faço. E que nunca, jamais, me diz para não falar tanto."
E o que eu senti lendo esse livro?
Revolta é meio óbvio, qualquer ser humano com senso se sentiria assim, mas uma outra coisa que me deixou muito incomodada foi o fato da autora conseguir "substituir" as mulheres em seus posicionamentos antes de ser obrigatório ser dona de casa. Acho que ela deveria ter passado a sensação, pelo menos um pouco, de que isso é impossível e que é capaz até de sermos mais importantes! #paz sz