Ana Lícia 27/01/2021Cadê minha voz?Na realidade de Jean as mulheres podem falar somente 100 palavras por dia, se ultrapassarem recebe um choque doloroso através do contador (pulseira) que utilizam em seus pulsos. Além de não poderem mais ler, escrever. Trabalhar fora nem pensar. Só podem cuidar dos afazeres domésticos.
Jean tem 4 filhos, três meninos e uma menina de 6 anos. E é desesperador ver esta criança com tão poucas palavras, contida a todo tempo. É sufocante presenciar a angústia de Jean, e sua impotência diante da nova sociedade.
Agora só há professores homens. As alunas só ouvem. E existem punições para as mulheres que "saem da linha." E nem vou dizer o que acontece se você não for hétero.
É um momento crítico, perturbador. O enredo é simples. Leitura rápida, capítulos curtos. Mas as questões abordadas são muito interessantes, e, traz assuntos ótimos para discussão. A importância do voto, como deveria ter mais mulheres na política, o fato de nós acomodarmos quando vemos outros grupos perdendo direitos. Pois, se não me atinge, não estou nem aí. Mas é bom sair da bolha, SEMPRE. E, ficarmos sempre atentos ao que acontece ao redor, e principalmente ficarmos de olho em quem estão no poder. Governando o país.
E, claro. Ficar preocupado com qualquer tipo de extremismo.
Sabemos que desde sempre alguns usam a religião para fazer atrocidades. Fazem coisas horríveis usando fundamentos religiosos. Ainda hoje ouvimos vários absurdos. Então, tudo é possível.
" Como Mulheres, devemos manter o silêncio e obedecer, se precisarmos saber de algo, perguntemos aos nossos maridos na intimidade do lar, porque é vergonhoso uma mulher questionar a liderança do homem ordenada por Deus." (Pág.86)