Gi | @leituras_da_gi 06/01/2021Resenha: Vox - Christina DalcherA pouco tempo o governo dos Estados Unidos decretou uma lei que as mulheres só podem falar apenas 100 palavras por dia.
Através de uma pulseira que conta todos os dias quantas palavras são ditas.
Ao ultrapassar esse numero de palavra as mulheres levam um choque capaz de deixa-las sentindo muita dor e a cada palavra dita a intensidade vai aumentando.
Meus filhos trocam olhares preocupados, pois sabem o que acontece se o contador ultrapassar os fatídicos três dígitos— um zero, zero.
Então digo minha última palavra de segunda-feira. Para minha filha. sussurro apenas “noite” nem posso falar “boa”.
Junto com essa lei o governo estabeleceu que, as mulheres não teriam mais o direito de trabalhar, ter correio eletrônico, viajar para outros país, ter telefone celular, as crianças do sexo "feminino" não podem ler e escrever, entre outras coisas mais.
Nesse lugar as mulheres só têm o direito de cuidar do seu lar, de seus filhos, marido e obedecer. Apenas isso.
A mulher não deve ir a urnas, mas tem uma esfera própria de incrível responsabilidade e importância. Ela é a guardiã do lar nomeada por Deus… Ela deve ter total consciência de que sua posição de esposa e mãe, e de anjo do lar é a tarefa mais santa, mais responsável régia designada para os mortais.
No livro vamos conhecer a Dr. Jean McClellan, uma mulher forte e determinada que teve sua voz roubada de uma forma muito cruel.
A situação de Jean é uma dos milhares caso que existe no mundo, infelizmente.
Jeane mora nos Estados Unidos com seus quatro filhos (Sam, Leo Steven e Sonia) e seu marido Patrick Jean é formada em Neurolinguística (é uma ciência que estuda a elaboração cerebral da linguagem. Ocupa-se com o estudo dos mecanismos do cérebro humano que suportam a compreensão, produção e conhecimento abstrato da língua, seja ela falada, escrita, ou assinalada.)
Seu marido é médico e membro da elite do governo.
Dos quatro filhos de Jeane, existe Sonia, sua filha caçula de apenas 6 anos que também usa a pulseira, Jeane se ver em uma situação difícil quando percebe que sua filha está sendo criada de uma maneira nada saudável.
Sonia não tem uma vida normal para uma criança de apenas 6 anos de idade.
Seus outros três filhos homens (Sam, Leo e Steven) está indo por um caminho assustador, sendo influenciado pelo governo.
O governo tenta colocar na cabeça dos jovens e dos adultos do sexo masculino, que o movimento “Puro” é o regime ideal para sua sociedade, que desse jeito seu país vai se tornar um mundo melhor para sua sociedade.
Usando a palavra de Deus e a religião, o governo tenta manipular as pessoas e influencia-las a fazer e aceitar o que eles querem.
A trama toda começa quando a Dr. Jeane recebe um "convite" do presidente, para ajudar seu irmão que acaba de sofrer um acidente e perdeu sua fala, o presidente oferece alguns privilégios para Jeane, caso ela aceite trabalhar para recuperar a fala do irmão do presidente, Jeane é a única pessoa que pode ajuda-los.
Nesse momento vamos acompanhar essa grande decisão que a doutora terá que tomar.
No livro também vamos conhecer Jackie amiga de Jeane, uma mulher que sempre lutou por seus direitos, Jackie é do tipo de mulher que sempre teve uma visão a frente de outras mulheres em relação ao movimento político.
Mulheres como Jackie previam. Ela chegou a liderar uma passeata dos dez membros do grupo Ateus pela anarquia em volta do campus, gritando profecias ridículas como Alabama agora, Vermont em seguida! E não o seu corpo… um corpo puro! Jackie não estava nem aí para as pessoas que riam dela.
- Fique de olho, Jeane — disse ela. — Ano passado 21 mulheres faziam parte do senado, agora só tem 15 senadoras naquela porra de recinto divino.
Na trama vamos conhecer e viver a vida de Jeane, juntas, lado a lado com ela.
Os pequenos detalhes que a autora descreve como está sendo a vida de Jeane, depois que o governo decretou essa nova lei, nos faz ficar cada vez mais próximo de cada personagens, sentindo cada dor e frustrações.
A autora consegue nos levar para outro mundo não tão distante do nosso.
No livro sentimos raiva, frustração, revolta, tristeza, mais principalmente vontade de falar.
Gostei muito do livro, a autora conseguiu prender minha atenção do começo ao fim.
A única coisa que não me agradou foi o fato de o final ser muito corrido, tudo muito rápido, achei que poderia ser mais aproveitado.
Fora isso, amei, recomendo muito, um livro para refletir e se conscientizar de nossas escolhas do presente para que possa ser refletido de maneira positiva no futuro.
Minha Avaliação: 4,5🌟