Lanny 15/10/2024
O Tempo é fugaz!
É um romance alegórico, que explora a profundidade psicológica de seus personagens. Um tanto pacato, melancólico e, por vezes, monótono. Mas nada disso diminui a grandeza dessa obra.
Acompanhar as angústias, indecisões, expectativas e frustrações de um personagem, fazendo com que nos aproximamos ainda mais da nossa própria realidade, é o que torna uma obra inesquecível.
Giovanni Drogo, no auge da juventude, com grandes expectativas em sua carreira militar, se vê, ao longos dos anos no mesmo lugar, num território inóspito, à espera dos tártaros. Indeciso, o tempo escorre entre os anos de esperança e consome ali a melhor parte de sua vida, a juventude.
Não é só um romance, mas uma dualidade, uma reflexão sobre a nossa própria vida, o que fazemos e o que deixamos de fazer, a espera de que dias melhores virão. Enquanto isso, o tempo nos rouba a jovialidade, o vigor e a disposição daquilo que não podemos recuperar jamais.
? O Tempo entretanto corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás. ?Pare, pare!?, se desejaria gritar, mas vê-se que é inútil. Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se as pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não para nunca.?
Você não tem mais tempo, e nem o tempo que passou.