Anna Mendes 29/06/2019
Simplesmente maravilhoso!
“Reparação” conta a história de Briony Tallis, uma pré-adolescente que nutre a ambição de se tornar escritora. No dia mais quente do verão de 1935, numa casa de campo na Inglaterra, Briony vê pela janela uma cena incompreensível: sua irmã mais velha, sob o olhar de um amigo de infância, filho da arrumadeira da família, despe a saia e a blusa para mergulhar, de sutiã e calcinha, na fonte do quintal.
A partir desse episódio e de uma sucessão de equívocos, a aprendiz de romancista, movida por uma imaginação febril e pela inexperiência, comete um crime que marcará a vida de toda a família. Briony passará o resto de sua existência tentando desfazer o mal que causou.
Bom, é difícil colocar em palavras tudo o que esse livro significou para mim. Eu sempre ouvi comentários muito positivos sobre essa história, e confesso que eu tinha medo de não gostar da leitura. Adiei por um tempo a leitura desse livro até que finalmente tomei coragem para lê-lo. E foi a melhor coisa que eu fiz!
Achei o livro simplesmente maravilhoso, do começo ao fim. Me senti completamente envolvida logo na primeira página pela escrita e pela narrativa do autor. A escrita dele é fluida, quase poética. Nunca li nada igual. O autor “brinca” com as palavras e com as construções das frases, mostrando um domínio muito grande do que está fazendo.
O livro é dividido em três partes e narrado em terceira pessoa, mas variando os pontos de vista entre os principais personagens da trama. Eu me senti completamente envolvida na história como um todo. Só no começo da segunda parte do livro que acabei não me sentindo tão envolvida, mas isso não durou muito. Gostei da forma como o autor fez as descrições, pois fez com que eu me sentisse “dentro” da época na qual o livro é narrado. Também adorei o tom de humor que o autor utilizou em algumas passagens.
Além disso, achei os personagens muito cativantes. Houve momentos nos quais eu senti uma simpatia muito grande por eles, enquanto que em outros eu senti raiva e indignação. Achei muito interessante essa mistura de sentimentos que os personagens e suas atitudes me proporcionaram. E, apesar do livro ter mais de 400 páginas, a leitura fluiu de forma muito rápida, porque eu não conseguia parar de ler o livro.
“Reparação” é um drama psicológico que, além de ter como pano de fundo a Segunda Guerra Mundial, também mostra as tensões de classe da sociedade britânica daquela época. Mas mais do que isso, esse romance mostra a natureza, as limitações e os poderes da literatura. O livro também aborda as questões da culpa e do perdão, e o poder que as palavras e a escrita têm de mudar tudo.
E o final fez com que eu amasse ainda mais a leitura. O epílogo traz revelações que fizeram com que o livro como um todo ganhasse uma nova perspectiva e um novo significado. Isso me surpreendeu muito e fez com que eu ficasse ainda mais admirada com a trama que Ian McEwan construiu.
Em suma, “Reparação” foi um livro que me surpreendeu muito. A leitura foi rápida e envolvente, e adorei a escrita e a narrativa do autor. Amei muito a leitura desse livro e fiquei ainda mais curiosa para assistir a adaptação dele.