Gabrielsquall 25/02/2023
Úrsula correu para a Escrava Isaura nem andar.
Como não lerei todos os livros da edição que peguei, vou marcar separadamente os que li.
Úrsula é um combo de coisas históricas. Um dos primeiros livros abolicionistas, feito pela primeira romancista mulher do Brasil, e ainda escrito por uma mulher negra e possivelmente a principal é negra também (vi uma pessoa falar que ela é branca, mas não lembro de falar que é, só fala da delicadeza e vestido branco, mas foi escrito por uma mulher negra, então não imagino que ela só ache as brancas delicadas. Procurei versões em quadrinhos e a maioria viu ela como negra), além de ser o primeiro a mostrar o ponto de vista dos negros sobre a escravidão e a dar voz aos personagens negros.
O ponto positivo de destaque no livro são os personagens secundários que são escravos negros humanizados, coisa que A Escrava Isaura nem tentou, mas ainda sim é ele, e não Úrsula que é leitura obrigatória na escola. A personagem idosa faz um relato que viveu na África, mostrando toda sua trajetória sofrida até chegar aqui.
De negativo só tem o meu gosto pessoal mesmo. Acho o romantismo muita enrolação pra falar pouca coisa, além dessa coisa de se apaixonar loucamente com 10 minutos de conversa, mas faz parte da escola literária, porém, acho que isso deixa a leitura muito arrastada. A história principal também é muito básica, bem clichê do romantismo mesmo, mas todos esses feitos deveriam colocar ele como obrigatório na escola e dar um adeus a Escrava Isaura que é mais importante pra quem estuda história entender o pensamento de pessoas da época, mas não representa em nada um livro abolicionista.