Resenhas - Úrsula

lubento 09/03/2022

Romantismo na veia
Uma história que reúne vários elementos do Romantismo e que finalmente foi resgatada do ostracismo e passa a fazer parte do repertório de vestibulares e escolas. E, apesar de publicado em 1859 e de trazer toda essa lingaguem de época, proporciona uma leitura bem leve e fluida, apresentado a vida da mocinha Úrsula. Se fosse só pelo enredo, poderia até ser considerado um livro pueril, mas ele também é o primeiro romance escrito por uma autora brasileira (e essa autora é uma mulher negra). Também é o primeiro romance abolicionista escrito por uma mulher negra na América Latina, entre vários outros pioneirismo que tornam a leitura de Úrsula ainda mais necessária e cativante.

Lara 06/03/2022

Clássicos que ganham o coração
Escrito pela primeira romancista brasileira, Úrsula faz jus à primeira fase do romantismo. Publicado em 1859, conta a história de uma jovem órfã que precisa se livrar das garras dos seu tio que insiste em querer casar com ela (incesto, more?).

Entretanto, o que essa obra tem de verdadeiramente interessante é a história dos personagens coadjuvantes, sobretudo a Mãe Susana. Capturada na África e traficada para o Brasil, Susana é a representação das barbáries vividas por quase 6 milhões de pessoas negras.

Isah Conti 06/03/2022

Esperava mais...
O livro tem uma escrita cheia de floreios e com um romance daqueles instantâneos que não me agradam em nada, inclusive senti muita dificuldade em ler. Apesar disso, gostei da discussão que a história tem, fala sobre a falta de escolhas que as mulheres sofriam, sobre escravidão, vingança e amor. Essa obra tem sua importância por ser um dos primeiros livros escritos por uma mulher negra, então sua leitura se torna indispensável. É um livro curto e que apesar de ter temas importantes nenhum foi bem abordado.

Lucy 06/03/2022

Romance publicado entre 1859/60, traz o peso histórico da luta de uma escritora mulher e negra de conseguir uma publicação.
Sobre o livro, é bem característico do movimento literário do romantismo do século XIX, com descrições detalhadas e a mulher colocada como centro de pureza e de amor.
Além dessas características do estilo literário, há o diferencial que a autora coloca com protagonistas negros, o que é totalmente fora do comum.

@gezaine_ 04/03/2022

Vale a leitura pela sua importância histórica, de ter sido um dos primeiros romances escritos por mulher, negra e pobre.

Sabryelle Torres 02/03/2022

💙 "Úrsula" já estava na minha mira de leitora desde o ano passado, e quando a @antofagica lançou essa edição eu comprei desde a pré-venda e foi uma experiência de leitura muito boa. A edição traz duas aulas de apoio (uma pré e outra pós-leitura) com a Profa Dra Livia Nathalia (UFBA) além de mais três textos que contextualizam a obra e suas nuances.

A história é desenvolvida a partir do romance entre Úrsula e Tancredo e em segundo plano as perspectivas de Túlio e Susana, dois personagens escravizados que possuem uma voz ativa e consciente na narrativa, elemento incomum nas obras de até então que construiam um outro perfil de pessoa escravizada. A frase da quarta capa "A mente ninguém pode escravizar" é contextualizada na situação da personagem Susana que questiona Túlio sobre a definição de liberdade, uma vez que ele a associa a alforria, todavia Susana, uma mulher sequestrada e escravizada emoldura a sua visão do que é ser, de fato, livre.

Dessa forma, a autora é considerada percursora em muitos sentidos na literatura brasileira, uma vez que sendo mulher, negra, nordestina em 1859 escreve e publica uma história que documenta um Brasil real.

gustavo 28/02/2022

Úrsula foi uma leitura obrigatória do ensino médio, que, apesar de ter sido arrastada, valeu muito a pena. Primeiramente, gostaria de falar sobre o estilo de escrita da autora; ela adora introduzir os acontecimentos com descrições detalhadas da natureza, do dia e dos sentimentos dos personagens - algo que rendeu um cansaço mas que no final acostumou. Gostei do desenvolvimento da história e do seu final inesperado e dramático. Também foi muito interessante a troca entre as visões dos personagens, misturando as diferentes preocupações deles em uma sociedade escravocrata. A história demora para encaixar, todavia, prende o leitor até o fim.

Nicole Chaves 27/02/2022

O retrato do Brasil escravocrata
Um obra que une o principal romance da escritora, com contos e tb vários poemas. A perspectiva dos negros ganha espaço nas palavras
da escritora e mostra o lado que por muitos anos foi silenciado. Excelente para entender melhor a época escravocrata do Brasil.

Pedro Ramos 27/02/2022

Divertido
Ursula foi uma das leituras obrigatórias da UFRGS no vestibular 2022 e é um livro bem dinâmico no qual várias aventuras acontecem, diferentemente da maioria dos clássicos, que deixam o livro bem interessante. É um livro muito bom e vale a pena ler.

Josielle 24/02/2022

A leitura nos leva às experiências da escravidão na perspectiva de quem a sofreu, colocando em protagonismo também a mulher. É assim a partir de olhares até hoje marginalizados da sociedade que lemos a história de Ursula que se vê em um triângulo amoroso cuja curiosidade pelo desfecho me fez não conseguir parar de ler.

Rô 23/02/2022

Eu já tinha lido esse livro em e-book, mas nunca é demais ler Firmina. A história é uma das mais belas que já li. Curta e envolvente, na medida certa. E nessa edição exclusiva da TAG, ficou um arraso. Super recomendo!!

Karla Borba 21/02/2022

Um romance clássico que precisa ser conhecido
Úrsula é um romance que não vai agradar qualquer leitor, especialmente os que buscam uma escrita contemporânea e realista, no entanto após conhecê-lo, não somente a sua história, mas seu contexto histórico e social defendo que todos que se interessam pela literatura brasileira deve dar uma chance a ele. Afinal de contas, não cansamos de defender Machado de Assis que possui um enredo e escritas tão similares quanto, portanto, por que não conhecer Maria Firmino dos Reis também?
O romance, que se passa no interior do Brasil, retrata uma realidade de relações amorosas e familiares que nos parecem muito distantes de nós, mas será mesmo? Será que ciúme, possessão, orgulho, poder, controle, dentre alguns dos muitos sentimentos que Maria Firmino retrata na construção da sua trama, estão tão longe assim da nossa realidade? Disputas feitas em nome do amor, sonhos despedaçados, laços feitos e desfeitos são romanceados pela autora, porém com uma camada a mais de complexidade que a maioria dos romances brasileiros enaltecidos ignoram: personagens negras estão presentes no enredo. E assim, penso que da mesma forma como há a defesa sobre a leitura de clássicos de forma atemporal pela comunidade leitora, devemos redobradamente defender a leitura de Maria Firmino e demais autores negros brasileiros não somente para que estes venham ter o devido reconhecimento e destaque, mas também para que possamos enfim nos aprofundar no Brasil real, no Brasil que é formado por mais da metade da nossa população e que tem suas visões, histórias e artes constantemente silenciados e reduzidos a um recorte limitante dado por uma classe branca e burguesa que nega o seu direito de ser.

Ana 21/02/2022

Romance abolicionista escrito por uma mulher, negra, no auge da escravidão no Brasil. A leitura pode ser em alguns momentos, como logo no primeiro capítulo, um pouco chata, devido aos longos parágrafos de descrições, pensamentos e divagações dos personagens ou do narrador, mas com certeza vale a pena. O romance de Úrsula e Tancredo fica em segundo plano e os personagens negros, principalmente Túlio e Susana, tomam o protagonismo. É inevitável não voltar completamente a atenção para o contexto histórico apresentado. O capítulo em que Susana relata à Túlio sobre a sua captura na África e vinda como escrava para o Brasil, dói na alma. A autora não poupa detalhes das torturas que os negros sofriam nessas viagens e no trabalho escravo no Brasil. Com certeza quero ler e conhecer mais dessa autora tão corajosa.

ulla 19/02/2022

ursula
ursula é um romance surpreendente. não desista no primeiro capítulo que é meio cansativo, pois o restante recompensa.

no meio da história de amor de ursula e tancredo, maria firmina traz não somente questões abolicionistas, o que para a época já é incrível, mas também da negritude a partir de uma perspectiva interna.

boa leitura.

Rafaella270 18/02/2022

Não sei por qual motivo demorei tanto para ler esse livro, o primeiro capítulo em minha opinião é dispensável para o desenvolvimento da trama principal. Chato e cansativo, mas não desista pq quando a história engata se torna muito envolvente.
Um romance cheio de ?romance bobo? como é esperado em um livro da época, porem com o desenvolvimento não tão previsível como o esperado.
O ar abolicionista está em cada parte do enredo, fica evidente as opiniões pessoais da autora sobre o assunto de forma natural e orgânica através das suas personagens.