Úrsula

Úrsula Maria Firmina dos Reis...




Resenhas - Úrsula


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Raomi1 10/04/2022

Afrontoso porém esquecido
Uma coisa que chega a soar tão absurda foi a época a qual o livro foi publicado e o nome por trás dele, uma mulher negra sendo protagonista da sua própria escrita, deixando sua vivência doída ser transparecida através da narrativa.

Maria Firmina, enquanto um corpo no meio dessa encruzilhada que é formada entre gênero, raça e classe expressa de maneira doída tudo que envolve e tange a experiência da mulher e do negro do brasil escravocrata, dando mais vida do que se esperava para a epoca àqueles personagens que meio a tantas obras ocupavam apenas o lugar de objeto de análise, aqueles que ocupavam o local de outro ao qual não ocupa tal lado (o da branquitude e o da masculinidade).

A forma com a qual os personagens são subjetivados e construídos se faz de maneira tão linda, mas que deixa transparecer tudo aquilo que beira ao trágico e que é bem mais esperado a esses grupos.

De todo, essa obra é uma potência, um afronte bem como um manifesto da ousadia de uma mulher que contrariou tudo aquilo que era esperado dela, inflamando a sua escrita e fazendo do papel o seu refúgio.
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Michelle 09/04/2022

Úrsula
Tancredo e Úrsula são jovens, puros e altruístas. Com a vida marcada por perdas e decepções familiares, eles se apaixonam tão logo o destino os aproxima, mas se deparam com um empecilho para concretizar seu amor. Combinando esse enredo ultrarromântico com uma abordagem crítica à escravidão, Maria Firmina dos Reis compõe Úrsula, um dos primeiros romances brasileiros de autoria feminina, em 1859. Por dar voz e agência a personagens escravizados, é vista como a obra inaugural da literatura afro-brasileira. Retrata homens autoritários e cruéis, mostrando atos inimagináveis de mando patriarcal e senhorial em um sistema que não lhes impõe limites.
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Tatiane 05/04/2022

Úrsula, para mim, foi uma gratíssima surpresa. Embora mergulhada em uma narrativa assoberbada de um "floreio" romântico, a meu ver um pouco exagerado, a obra inova numa perspectiva até então desconhecida na época. Apresenta o abolicionismo pelo olhar de uma mulher negra; a saudade de uma África, refletida como terra amada, lugar de liberdade; o homem branco como bárbaro ao contrário do que sempre lemos na História...

Não me parece um acaso que esse romance tenha se perdido por anos e anos. Vale a leitura, mesmo para quem não curte o estilo. Como escreveu Preta Ferreira, no prefácio, "A arte e a escrita têm dessas; atemporais, porém provas e documentos essenciais do que já fomos". (p. 10)
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Robson 05/04/2022

Uma obra carregada de história
'Úrsula' é surpreendente. Possui um legado imenso em cada parte de sua concepção através da autora Maria Firmina dos Reis, da história desta e também da relação que faz à história do Brasil durante a escravidão.

Esta é uma obra que todos nós deveríamos ler, tanto por ter sido escrita e publicada pela primeira autoria feminina de que se tem conhecimento no Brasil, - lá em 1859, quando a publicação de obras escritas por mulheres era algo inédito numa sociedade dominada por intelectuais masculinos, mas tanto ainda por ser um livro escrito por uma mulher negra que aborda o pré-abolicionismo e devolve também a devida condição humana aos escravizados ao dar-lhes protagonismo na história e mostrar o ponto de vista destes frente à escravidão para uma sociedade que viam os negros como 'bárbaros'.

A obra de Maria Firmina dos Reis passou muito tempo apagada e só recentemente foi reencontrada e, com isso, a devida importância à autora e às suas obras estão sendo aos poucos restituídas.
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Julliana71 01/04/2022

Pioneiro em tantos pontos: primeiro romance escrito por uma mulher no Brasil, primeiro romance da literatura afro-brasileira (foi escrito por uma mulher afrodescendente) e precursor da temática abolicionista, é difícil sair ileso da leitura de Úrsula. Uma trama ultrarromântica e trágica, repleto de críticas e controvérsias à época em que foi escrito, Úrsula se trata do desenrolar de um romance quase impossível entre a personagem-título e Tancredo, ambos brancos e repletos de traumas causados por familiares.

Nascida em 1822, filha de um homem branco com uma mulher negra e maranhense de São Luís, Maria Firmina dos Reis se enxergava exatamente como a sua época ditava, e isso fica claro logo ao lermos o prólogo de Úrsula onde ela se descreve como “uma mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e conversação dos homens ilustrados”. Porém ao seguirmos com a leitura é notável a grandeza da escrita de Maria Firmina. Escrito numa época anterior à Lei Áurea, Úrsula possui personagens pretos escravizados que são nobres e generosos, muito relevantes para o seguimento da história e muito incisivos sobre todo mal que a escravidão causa, o que anteriormente não acontecia, visto que até então personagens pretos eram escritos por pessoas brancas. Pela primeira vez na literatura brasileira, elementos da cultura preta e africana são retratados de forma positiva. Nos dias atuais, com o alto fluxo de informações que recebemos, um romance focado em pessoas brancas e com personagens pretos, escravizados e coadjuvantes pode soar arcaico, reducionista ou até ofensivo às questões de raça, porém, deve-se reforçar a ideia de que trata-se de um livro escrito numa época em que a escravidão era legalizada e pessoas pretas não eram incentivadas a ler, estudar ou muito menos escrever histórias, portanto todo mérito à Maria Firmina, que mesmo diante de todas as dificuldades de sua época, conseguiu dar voz ao povo preto.

Num primeiro momento, percebemos Úrsula como uma história de amor trágica sobre duas pessoas muito infelizes: a pobre jovem Úrsula, solitária, órfã de pai e com uma mãe enferma; e Tancredo, um jovem rico, traumatizado por crueldades causadas pelo seu pai. Uma história de heróis bondosos e vilões terríveis. Entretanto, pode-se perceber que a autora utiliza um pano de fundo sem muita complexidade para abordar temas mais profundos, como a situação das mulheres e pessoas pretas na época e as consequências que traumas psicológicos podem causar.

Úrsula foi publicado em 1860 sob o pseudônimo de "uma maranhense", porém durante muitos anos o livro foi ignorado, até ser lançada uma segunda edição apenas em 1975, quando o nome de Maria Firmina ficou conhecido e a história de Úrsula foi difundida pelo país com o valor merecido. Úrsula não tem meias palavras, o livro não segue a linha dos romances com final feliz. Muito pelo contrário. A história é trágica do início ao fim, gerando no leitor uma empatia muito forte pelos personagens, seja pelos mocinhos ou pelos vilões, que também tem seu ponto de vista retratado no livro. Uma leitura essencial para quem deseja se aprofundar na literatura preta brasileira, entender melhor a época em que o livro foi escrito e conhecer Maria Firmina dos Reis, mais uma grande escritora brasileira que por tempos foi ignorada na nossa história.
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Satiro 31/03/2022

Uma leitura obrigatória e histórica
Um clássico abolicionista bem escrito e tendo como autoria uma mulher em pleno século 19 - considerado o primeiro romance brasileiro tendo como autor uma mulher.
Os títulos já são enormes, mas mesmo assim a narrativa se mantém à altura e corresponde muito bem no que se propõe. Um clássico sendo um clássico, porém que deveria ser mais reconhecido aos olhos do século XXI.
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Licia Maria 28/03/2022

Uma Maranhense
Precisei lutar contra minha mente preguiçosa pra passar pelo primeiro capítulo? Sim! Valeu a pena? Muito!

Vencida essa etapa, devorei cada página (e as muitas consultas ao dicionário), presa em uma narrativa absolutamente envolvente, recheada de história, de resistência e de amor romântico (e, G-zuis, Romantismo não é para amadores!).

Leiam o primeiro romance brasileiro escrito por uma mulher, negra e nordestina. Leiam a primeira narrativa em primeira pessoa da escravidão, leiam a escravidão a partir da senzala.

Afinal, parafraseando Fernanda R. Miranda, que assina um dos posfácios desta edição: nada melhor que a literatura para nos ajudar a conceber o mundo é nos mesmos em outro patamares.
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Margolivros 26/03/2022

Nem o amor sobreviveu
A autora foi sagaz em seu enredo, afinal iniciou com um certo vagar, e foi destrinchando até a personagem central encontrar seu grande amor.

Era a época da escravidão. Lugar que mulher não tinha voz, os negros eram tratados como mercadoria, mas ali, poeticamente, Ursula amou e foi amada, apesar da tirania.

Um tio sem limite beirando a loucura foi o carrasco de uma vida, de uma família, e mesmo com passar do tempo fez valer sua violência e desrespeito com os demais.

Amei a escrita, o desenrolar e o amor arrebatador surgido, o herói protetor, a fragilidade e a grandeza da história.

??????
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Maria 25/03/2022

Surpreendente
Eu esperava tudo desse livro, menos o que acontece nele hahahahaha


Grata surpresa (mas dolorida também)
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giginha 21/03/2022

maria firmina conte comigo para tudo!!!
primeiro: a introdução do livro é muito muito muito bonita e eu poderia fazer um texto inteiro só falando dela (juro).

esse aqui eu me diverti horrores, fiquei muito entretida com o plot de novela das 18h cheio de personagem emocionado. foi uma leitura bem legal (mas achei o final muito murchinho).

enfim, amigas, recomendo muito esse aqui. acho que é ótimo pra estudar romantismo porque as características do movimento (e principalmente as questões históricas e sociais) são bem escrachadas etc, muito didático. é isso, um beijo.
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Andreia 10/03/2022

Livro publicado em 1859, de autoria de Maria Firmina dos Reis, uma mulher negra e nordestina, “Úrsula” é considerado o primeiro romance nacional escrito por uma mulher. Neste livro, a autora aborda temas como machismo, autoritarismo e desmandos dos poderosos da época e retrata as mazelas da escravidão.

No livro, começamos a história acompanhando Tancredo, que após uma exaustiva viagem, acaba sofrendo um acidente e é socorrido por Túlio, negro escravizado, que o leva para a fazenda de Luisa B. e sua filha Úrsula. Durante o período em que ele fica na fazenda, Tancredo e Úrsula acabam se apaixonando.

Em agradecimento pelo socorro, Tancredo dá dinheiro suficiente para que Túlio compre sua alforria. Conhecemos, então, Susana, uma mulher negra e escravizada, que foi para Túlio, uma figura materna, após este ter sido separado da mãe. Para mim, esse núcleo foi o mais importante e cativante da história. Apesar dos dois não serem os personagens principais da história, através de suas histórias podemos conhecer um pouco mais do horror que foi a escravidão no Brasil. Para atrapalhar a felicidade de Úrsula e Tancredo, aparece o Comendador Fernando, que faz de tudo para separar os dois, para poder se casar com Úrsula.

Sobre a escrita da autora, eu achei muito descritiva em algumas partes, tornando a leitura um pouco arrastada nesses momentos. Eu gostei muito do núcleo Túlio-Susana, achei a história deles bem realista, apesar de triste e trágica. Porém, não consegui me envolver com a história de Úrsula e Tancredo. Apesar disso, recomendo a leitura, acredito que pela importância do livro, essa obra deveria ser mais conhecida pelos leitores brasileiros.
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lubento 09/03/2022

Romantismo na veia
Uma história que reúne vários elementos do Romantismo e que finalmente foi resgatada do ostracismo e passa a fazer parte do repertório de vestibulares e escolas. E, apesar de publicado em 1859 e de trazer toda essa lingaguem de época, proporciona uma leitura bem leve e fluida, apresentado a vida da mocinha Úrsula. Se fosse só pelo enredo, poderia até ser considerado um livro pueril, mas ele também é o primeiro romance escrito por uma autora brasileira (e essa autora é uma mulher negra). Também é o primeiro romance abolicionista escrito por uma mulher negra na América Latina, entre vários outros pioneirismo que tornam a leitura de Úrsula ainda mais necessária e cativante.
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