Nath @biscoito.esperto 18/08/2024ㅡ Quero que acredite.
ㅡ Em que?
ㅡ Naquilo em que não pode acreditar.
"Pois a vida da carne está no sangue" (Levítico 17:11)
Participar do Drácula Daily foi uma das melhores experiências literárias que eu vivi este ano, e finalmente vim falar sobre este livro.
Drácula, do autor irlandês Bram Stoker, é um livro epistolar ㅡ ou seja, ele é narrado através de cartas que os personagens trocam entre si (e entradas de diário, e telegramas, e recortes de jornal...). Cada entrada do livro possui uma data, começando dia três de maio e terminando dia seis de novembro.
A premissa do Drácula Daily é simples: ler o livro de forma cronológica, lendo apenas as entradas com a data do dia atual, até acabar o livro. Foi um pouco sofrido ler este livro ao longo de mais de seis meses, principalmente nos dias em que havia apenas um parágrafo ou nas semanas sem nenhuma atualização. No entanto, esse ritmo de leitura me permitiu sentir visceralmente a experiência dos personagens.
Drácula, o livro, foi o primeiro livro sobre vampiros a fazer estrondoso sucesso, servindo de inspiração para a maioria dos livros, filmes, séries e jogos vampirescos que vieram depois. É fácil falar que o livro é um cliché, mas a verdade é que ele inaugurou todos os clichês que conhecemos. Antes de qualquer coisa, esta é uma história completamente original.
Porém, algo que raramente vejo falarem sobre Drácula é sobre como esta é uma história de amor. Amor romântico, amor fraternal, amor platônico e amor eterno.
Este livro é povoado pelos personagens mais encantadores possíveis: Jonathan Harker, um advogado recém formado que trocaria a própria vida pela de sua amada noiva, Mina Murray; que por sua vez é uma secretária que ama trens e que possui uma inteligência invejável. Lucy Westenra, uma jovem tão doce que fez com que três homens a pedissem em casamento no mesmo dia: Dr. John Seward, médico cético e valente; Quincey Morris, o pragmático caubói americano; e Arthur Holmwood, a personificação do perfeito gentleman. Claro, não podemos nos esquecer do professor Van Helsing, nosso sábio velhinho "caçador" de vampiros.
Por fim, Drácula, o personagem. Ele é uma representação perfeita do vale da estranheza. Ao mesmo tempo em que é um rico cavalheiro, também é um vilão monstruoso. Mas, por mais que Drácula seja um personagem emblemático, meu coração estará para sempre com Jonathan, Mina, Lucy, John, Arthur, Quincey e Van Helsing.
Acho que esta frase define perfeitamente a razão de ser deste livro: "De fato, pode haver monstros no mundo, mas ele está repleto de homens bons".