Cida Zientarski 24/03/2022
Lucíola (+16)
Nunca fui grande fã dos clássicos, até que no 2º ano do Ensino Médio, minha professora de literatura passou um trabalho literário e foi aí que me apaixonei, não só por nossos clássicos da literatura, mas por José de Alencar. Este livro é o meu romance romântico urbano favorito de todos os tempos.
Nesta obra, Alencar dá a voz à Paulo Dias, que conta, por meio de cartas, como começou seu relacionamento com uma mulher, Lúcia.
Ela é uma cortesã, cobiçada pela sua beleza e que vive numa sociedade que a julga preconceituosamente, até encontrar Paulo, o único capaz de enxergar além das aparências. Já no primeiro encontro, Lúcia diz que ele a purificou com seu olhar e, a partir das visitas de Paulo, ela se distancia cada vez mais da vida de cortesã e se reaproxima de sua origem, enquanto Maria da Glória, sua verdadeira identidade. Nessa dualidade de Lúcia, podemos enxergar os valores cristãos, de pureza, calma, bondade, e os valores do mundo da libertinagem. A personagem busca a autopiedade e o esquecimento do seu passado, porém não consegue, uma vez que a sociedade não perdoa seus atos. Sendo assim, não existiria alternativa para o desfecho e salvação de Lúcia, a não ser a morte, que foi uma morte triste, pois ela morreu grávida, achando que a sociedade não aceitaria isto. Recomendo!