Lucíola

Lucíola José de Alencar
José de Alencar




Resenhas - Lucíola


719 encontrados | exibindo 616 a 631
42 | 43 | 44 | 45 | 46 | 47 | 48


letAcia1172 11/10/2023

A dualidade de Lúcia
Esse foi um livro um tanto quanto difícil de ler. Mas reconheço a importância do contato com obras (no caso, romances) que ajudaram a dar uma forma à nossa literatura nacional (nesta época ainda em construção). E Alencar foi um dos grandes destaques nesse processo introdutório do gênero romance no Brasil e de consolidação de uma nacionalidade.

Entre os romances que publicou, temos Lucíola. Esta obra conta a história de amor (digamos assim) entre Paulo e Lúcia. Lúcia era uma cortesã carioca, e Paulo era um recém-chegado à cidade. Os dois acabam por se aproximar de uma maneira distinta pq Lúcia sente uma diferença no tratamento de Paulo, ela percebe que ele "não é como os outros", que ele a enxerga para além de seu corpo. Por essa razão, a mulher se torna devota a ele - ao ponto de abandonar a profissão.

Na forma de todo romance, há um herói. E neste, a nossa heroína é a Lúcia. A narrativa gira em torno dela e de sua dualidade. Dualidade no sentido de ela ser composta por duas partes: a Lúcia e a Maria da Glória. A Lúcia é a parte que diz respeito ao corpo, a Maria da Glória é a parte que diz respeito à alma. Essas duas partes de si correspondem respectivamente ao seu lado "negativo" e ao seu lado "positivo". E isso fica claro na forma como o enredo é construído. Nós vemos q esse lado negativo, o corpo, aparece na figura da mulher fatal que ela demonstra ser no começo, quando ainda prostituta, cercada de abundâncias e luxúrias, enquanto o lado positivo, a alma, aparece quando ela tem a sua "redenção" - quando deixa de ser prostituta e volta a ser quem era antes. Com isso, nós vemos que na verdade a história nao é sobre uma história de amor, é sobre Lúcia. E esta, serve para reafirmar os valores sociais cristalizados na sociedade da época - com essa "transformação" ela alude a um como comportar-se para viver bem. Daí o caráter moralista da obra. Essa estratégia com certeza influenciou na aceitabilidade do romance naquele meio social no qual circulou.

E, apesar de ser baseada numa obra francesa, é notória a tentativa de Alencar de tornar nacional, por exemplo a partir da repetição dos nomes das ruas do Rio de Janeiro e dos personagens. Estes claramente nao eram brasileiros em essência, assim como o meio no qual a obra se passa - o meio burguês. Mas esse foi o pontapé inicial, Alencar introduziu, preparou o terreno para outros autores que se aprofundariam nessas questões futuramente.
comentários(0)comente



Gabriela.Carioca 13/10/2023

Resenha: Lucíola
Como muitos outros livros, li esse por conta da escola!
É um livro em que você nao espera se emocionar de alguma forma e acaba se emocionando com os relatos finas da protagonista. Mesmo sendo sobre um romance que envolve uma cortesã, é algo surpreendente, já que você recebe evoluções da personagem.
É uma história de vai e vem em relação ao relacionamento dos protagonistas. Achei bem desenvolvido, pena que o final acabou sendo meio corridinho.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



May 28/10/2023

Um romance de paixão e redenção
"Lucíola", uma obra clássica de José de Alencar, mergulha os leitores nas complexidades da sociedade do século XIX. O livro nos apresenta à cortesã Lucíola, uma mulher de beleza e espírito cativantes, e a Paulo, um homem que se envolve profundamente em seu mundo.

Lucíola, cujo nome verdadeiro é Maria da Glória, é uma mulher que desafia as convenções sociais de sua época. Ela sai de casa e se estabelece no Rio de Janeiro como uma cortesã, em busca de independência e controle sobre sua própria vida. A decisão de se tornar uma cortesã é um ato de rebeldia contra o papel tradicionalmente atribuído às mulheres na sociedade do século XIX, um ato que a coloca no controle de sua sexualidade e destino.

No entanto, o livro também revela as contradições internas de Lucíola. Ela se apaixona por Paulo, o protagonista, e sua busca por redenção e amor verdadeiro é uma parte fundamental da narrativa. Essa contradição na personagem a torna um retrato complexo da mulher em uma sociedade repressora. Através da personagem de Lucíola, Alencar aborda a hipocrisia social e as restrições impostas às mulheres da época.

"Lucíola" é uma leitura que nos faz refletir sobre os conceitos de moralidade e amor verdadeiro. É uma obra literária que continua a fascinar os leitores, oferecendo uma visão perspicaz das complexidades do coração humano e da sociedade em transformação.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Invasão Bárbara 05/11/2023

Lucíola (Desafio Livrada! 2022)
Para a Categoria 2 do Desafio Livrada! (um livro que você odiou ler na escola), escolhi o que me assombrava nos vestibulares: Lucíola.

Essa é a quarta releitura e, pela primeira vez, não foi por obrigação. Pude ignorar movimentos literários, contextos sociais, importância do autor e tentar apreciar a narrativa apenas pela capacidade de entretenimento. Foi pior do que eu podia imaginar.

O José de Alencar claramente estava sob influência dos autores românticos europeus, com seus devaneios intermináveis e diálogos ornamentados. Pensando bem, é melhor irmos direto para o enredo, assim vocês podem passar raiva junto comigo:

A obra é epistolar, ou seja, uma carta do narrador, Paulo, para uma amiga, contando sobre seu primeiro amor quando foi morar no Rio de Janeiro.

A fonte desse sentimento é a Lúcia, uma prostituta de luxo e performance erótica. Mesmo sendo uma mulher muito jovem, ela já é independente financeiramente ao ponto de poder escolher ou rejeitar amantes. Nas falas dela há amargura em relação à sociedade e, bem, estamos falando do Brasil do Séc. XIX, é justificável.

Então, os dois se conhecem e é paixão à primeira vista. Lúcia não cobra pelos seus serviços e Paulo, logo em seguida, ao assistir uma apresentação dela na residência de um conhecido, a humilha, fazendo-a chorar de vergonha e sentir repugnância de si mesma.

Depois disso, Paulo passa a morar na casa de Lúcia, num relacionamento tóxico de dar pena. O auge para mim é ele dizendo que considerava uma prova de amor a Lúcia se desculpar pelas brigas que o próprio começava, e por ela não dizer nada quando tinha suas gavetas reviradas em busca do dinheiro que recebia dos clientes.

Quando os amigos do Paulo contam que a cidade inteira está chamando ele de gigolô - o que é um fato -, em vez de arrumar um emprego e se propor a sustentar a moça, o cara a abandona. Porém, fica na volta, não deixando ela se recuperar e seguir em frente.

No final, assistimos a sanidade e a saúde da Lúcia se esvaindo, num delírio de redenção religiosa que o livro tenta mostrar como belo, mas é só muito triste. E o Paulo termina como um herói por não ter saído do lado dela (?!).

site: https://www.instagram.com/invasao_barbara/
comentários(0)comente



Carla.Parreira 07/11/2023

Lucíola
O livro conta a história romântica de Lucíola (Lúcia), uma cortesã de luxo do RJ em 1855 e Paulo (o mesmo que recebeu o manuscrito de Augusto Amaral no livro Diva), um rapaz do interior que veio para o Rio a fim de conhecer a Corte. Na primeira vez que Paulo viu Lúcia, julgou ela como meiga e angélica. Mesmo seu amigo Couto contando barbaridades sobre ela e revelando a sua verdadeira profissão, Paulo preferiu ficar com a primeira impressão que tivera. Descobrindo sua casa, Paulo foi visitá-la, e sendo as circunstâncias favoráveis, ela entregou-se a ele como no mais belo ato. Depois disto, Lúcia passou a ser vulgar e mesquinha, desprezando o amor de Paulo, bem como havia dito Couto a respeito dos modos da moça. Paulo então viu Lúcia com outros homens, como Jacinto, e sentiu ciúmes, mas Lúcia justificou alegando ser ele apenas um negociante. Em uma festa a que tanto Paulo quanto Lúcia estavam presentes, todos os convidados beberam e jogaram a vontade, tanto os homens quanto as mulheres. Nas paredes havia quadros de mulheres nuas, e como era Lúcia uma prostituta, a pedido e pagamento dos cavalheiros, ela ficou nua diante dos presentes. Para Paulo fica claro a diferença entre a repugnante e vulgar Lucíola, a prostituta mais cobiçada do Rio de Janeiro, e aquela bela e fantástica Lúcia que ele tivera numa primeira impressão. Paulo a amava desesperadamente de forma bela e pura. Lúcia em seus conturbados sentimentos, decidiu então dedicar-se inteiramente a esse amor para que sua alma fosse purificada por ele. Então vendeu sua luxuosa casa e foi morar em uma menor e mais modesta. Assim ela decide contar a Paulo sua história: seu nome verdadeiro era Maria da Glória e, quando em 1850 houve um surto de febre amarela, toda sua família caiu doente, do pai à irmãzinha. Para poder pagar os medicamentos necessários para salvá-los, Lúcia se deixou levar por Couto, quem a partir disso ela passou a desprezar profundamente. Nessa época ela tinha 14 anos, e seu pai, ao descobrir, a expulsou de casa.
Ela fingiu então sua própria morte quando sua amiga Lúcia morreu, e assumiu este nome. Agora, com o dinheiro que conseguia, pagava os estudos de Ana, sua irmã mais nova. Paulo ficou muito comovido com a historia de Lúcia. Ele sempre a visitava e numa noite de amor ela engravidou, mas adoeceu. Lúcia acreditava que a doença era devido ao fato de seu corpo não ser puro. Confessou seu amor a Paulo e seu desejo de que este se casasse com Ana, que tinha vindo morar com eles. Paulo recusou-se assim como Lúcia também recusou o aborto. E por isso ela morreu. Após 5 anos, Ana passou a ser como uma filha para Paulo, que a amparava. E 6 anos depois da morte de Lúcia, Ana casou-se com um homem de bem e Paulo continuou triste com a morte do único amor da sua vida. Lucíola é um romance urbano, em que o autor transforma a cortesã em heroína.
Ela não se permite amar, por seu corpo ser sujo e vergonhoso, e ao fim da vida, quando admite seu amor, declara-se pertencente a Paulo. É a submissão do amor romântico, onde a castidade é valorizada. Percebe-se também uma crítica social e moral ao preconceito. Paulo se viu dividido entre o amor e o preconceito. A atração física superou essa barreira, mas até o final ela se sentia indigna do amor de Paulo e do sentimento de igualdade que deveria existir entre os amantes. É um bom livro para se pensar sobre a igualdade humana e o preconceito. Nem todo homem aceitaria ter como companheira uma ex-prostituta, assim como nem toda prostituta (ou ex-prostituta) sentir-se-ia bem diante de um relacionamento conjugal, exatamente por carregar uma história de vida ou um passado tido como ?frívolo? e ?desonroso? perante a sociedade preconceituosa.
comentários(0)comente



15/11/2023

Um livro bom. Para um clássico achei a leitura bem fluida, mesmo não estando acostumada com ler livros de 2 séculos atrás. Acredito que o que vemos no livro é uma incrível representação de como mulheres eram tratadas antigamente.
comentários(0)comente



Eddie0 23/11/2023

Bom a única coisa que gostei no livro é a personagem Lúcia por que se você pegar essa personagem e ver que ela só quer ser amada e quando ver a oportunidade de ser ela agarra mesmo que seja em um relacionamento extremamente abusivo em que o que ela quer não importa e sem confiança e repleto de brigas. eu acho que a personagem só estava cansada de ter que fingir ser forte e quando aparece uma pessoa que se importa com ela sem aparentemente sem importar com o que ela é deve ser perfeito mas vemos o quanto tudo no relacionamento não faz bem pra ela e ao mesmo tempo faz porque ela tem essa visão de que não é pura e merecedora de amor mesmo que ela goste de ser amada e vemos que ela continua com essa visão até o quando ela decide que o único jeito de voltar a ser pura ou digna de amor é na morte.
Agora os pontos que eu não gostei o livro ser sobre o Paulo que ao meu ver nunca realmente amou a Lúcia não talvez a Maria mais a Lúcia não ela era só uma conquista uma pessoa muito bela e ele queria não importava o resto tanto que na primeira vez que eles dormem juntos fica nítido que ela não quer ela chora e tenta a todo custo fazer com que ele a enxergue como pessoa e não objeto coisa que ele não faz e depois disso ele torna se controlador e ciumento ao extremo.
Por que nosso "herói" só começa a tratar a Lúcia como pessoa depois de saber sua história e nada me tira da cabeça que ele sabia da dependência dela em ser amada por alguém e por isso faz esses jogos manipuladores ridículos.
Bom eu vi muita gente falando que Lucíola é sobre a mulher forte que a Lúcia é e eu não acho que seja o caso, acho que Lucíola é sobre a visão distorcida de um homem sobre como ele acha que uma mulher deve ser.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Marye0 25/11/2023

Muito bom
Vemos aki as características claras do romantismo , o sentimentalismo dos personagens, a classe social etc.
A necessidade de lucia pela redenção, me trouxe muitas reflexões.
Foi uma ótima leitura .
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Supercut09 30/11/2023

Projeto Lendo José de Alencar #1
Definindo esse livro com precisão, eu diria que é uma versão de dama das camélias adaptado aos moldes brasileiros, mas sem a rapidez e sutileza do original.
O livro em si e bem curto, na verdade, mas o casal de protagonistas ficam terminando e reatando o tempo todo no romance que fica nesse sentido mesmice que para mim dificultou o andamento da leitura.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



719 encontrados | exibindo 616 a 631
42 | 43 | 44 | 45 | 46 | 47 | 48


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR