Tati 14/10/2020
Eu não posso dar menos que a nota máxima pra essa grandiosidade que é esse livro.
Confesso que tive dificuldade em vários trechos, pra acompanhar o que estava acontecendo, pra acompanhar a narração de vez em quando e compreender alguns personagens. Mas não posso dizer que o livro é ruim só porque eu tive dificuldade na leitura algumas vezes, pois sinto que esse livro é muito mais além do que uma simples compreensão de uma leitura rápida. É como se eu não conseguisse absorver tudo que acontece assim, lendo só uma vez e sem fazer anotações - há muitas mensagens sobre a sociedade da época da autora que aparecem nas entrelinhas.
De início, achei que eram muitos personagens, muitos nomes para aprender quem é quem e o que faz. O início de passa inteiro em Passagem das Pedras, narrado como um interior comum, da época, me senti lendo realmente um livro que foi publicado em 1899. Do meio, quando finalmente aparece a ilha e as paladinas, continuei achando confuso a quantidade de nomes pra aprender. Mas comecei a achar tudo mais interessante, e como descrito no livro, era como se fosse uma maçonaria apenas de mulheres (e achei isto sensacional). A história também fica mais interessante a medida em que as viagens são feitas e conhecemos cada vez mais mulheres e suas histórias repletas de dor e sofrimento. Imagino que Emília tenha frisado tanto nas dores das mulheres para que ilustrasse sua época tão opressora com a vida das mulheres, desde cedo já precisando seguir códigos de conduta rígidos, e mesmo seguindo, ainda sendo as loucas, histéricas. E na vida da Rainha do Ignoto - tão "curandeira" de dores, compreendemos mais ainda essa mensagem.
É um livro que com certeza precisa ser lido mais de uma vez. Nem duas dá conta, é um livro que pra se entender tudo precisa ser estudado.