Caetés

Caetés Graciliano Ramos




Resenhas - Caetés


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Rochele6 12/01/2024

O típico "eu quero", "acho que eu quero", mas quando eu consigo, não sei se eu queria tanto assim! Muitas vezes, as pessoas só desejam algo, pelo simples fato de demonstrar poder!
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Olga 21/01/2011

Enredo morno, narrativa lenta e uma antipatia minha por João Valério fizeram um livro que parecia tão promissor se transformar em um exercício de paciência e determinação para alcançar o fim. Há momentos interessantes sim, mas são poucos e nada que possamos chamar de extraordinário.

Talvez o que mais tenha incomodado seja o excesso de personagens, alguns quase inexpressivos, e a alternância no modo que Graciliano os identifica (primeiro nome, sobrenome, função, etc.). Só consegui me habituar e reconhecer grande parte do núcleo de Palmeira dos Índios da metade para o final da história.

O que agradou (e não apagou por completo as esperanças de que São Bernardo seja realmente tão bom) foi a naturalidade na hora de expor os sentimentos do protagonista: a inveja, o desejo e o desencantamento, nada mais real.

A edição da Best Bolso trás no posfácio uma análise da importância do romance e destaca alguns trechos que podem passar despercebidos e que realmente ajudam a compreender melhor a o caráter do narrador, foi um bom complemento.
Jana 06/10/2021minha estante
Ótima resenha!!




Flávia 19/05/2020

Mais uma vez, Graciliano demonstra seu trato impecável com a linguagem e as técnicas literárias. Em Caetés, João Valério narra a sua história como tabelião da firma de Adrião Tavares e sua paixão pela esposa do patrão, Luísa. Com um ar introvertido e suscetível a devaneios, Valério emprega seu tempo a escrever um romance inacabado que trata dos índios Caetés. Durante o livro, João Valério, ao refletir sobre o adultério com a esposa do amigo, percebe-se muito semelhante aos índios antropofágicos de seu romance. Os indígenas devoraram o bispo Sardinha e ele, movido pela paixão, acaba com a vida de seu patrão e amigo.
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lucianomdjr 14/02/2021

Apesar de não prender tanto quanto os romances que Graciliano escreveria logo depois, "Caetés" traz um estudo de personagem bem interessante. A fortuna crítica no final do livro dá um panorama bem bacana de como a obra tem sido lida desde a sua publicação original.
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Jonara 15/04/2010

O estilo de Graciliano é simplesmente fantástico. Irônico, sarcástico, com muitas sutilezas nas entrelinhas... a leitura flui deliciosamente! A história é contada por João Valério em primeira pessoa, sobre um período de sua vida em Palmeira dos Índios - AL. Ele está tentando escrever um livro sobre os índios caetés que habitaram anteriormente aquela região. Parece que os índios eram antropófagos e tinham comido o primeiro bispo do Brasil, D. Pero Sardinha, mas João Valério não sabe nada de história e não quer se curvar sobre os livros para estudar, vai tirando informações de sua cabeça, inventando os rituais e maneiras dos índios, enquanto sonha em ser um autor importante e impressionar Luísa. Contando sua história ele fala das pessoas que moram na cidade, seus hábitos e descreve os lugares que frequenta. Os tipos ignorantes e arrogantes, os ricos e mesquinhos, as conversas entre as pessoas... os personagens ganham vida e saltam das páginas! João Valério também analisa sua própria condição de homem, diante da sociedade e da natureza, e tenta traçar um paralelo entre sua existência e a dos índios, o que é muito interessante.
Não vou contar mais porque perde a graça. O livro é uma delicia, mas achei que se perdeu um pouco perto do final. Da metade para o fim a história começa a lembrar muito Eça de Queiroz e o Primo Basílio (até o nome Luísa) e com isso acho que o livro perde um pouco de sua originalidade. Mas não deixa de ser uma excelente leitura E o melhor de tudo é que não vejo a hora de ler os outros livros do Graciliano. Recomendo.
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Juddy.Garcez 16/05/2021

Graciliano tem uma prosa tão confortável que seu teor deveria pouco importar. Mas importa. Muito e sempre. Como uma boa apaixonada por literatura brasileira eu não poderia escapar da primeira obra deste autor. E em meio a sobressaltos, risos e expressões faladas em voz alta, fui tomada por muitas emoções. Não tenho mais nada a dizer além de que, como João Valério, sou uma caeté.
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Wagner 17/05/2012

Eu creio que ainda haja grande preconceito com a literatura brasileira, digamos assim, antiga. Um Machado de Assis ou um José de Alencar forçado pela escola é o suficiente para trazer uma torrente de generalizações a respeito de anos de escrita brasileira. O que seria qualquer um deles perto da magia e grandiosidade mística das obras nacionais contemporâneas? Obras geniais como as de Machado ou qualquer outro gênio da literatura, embora eu as considere atemporais, não mais condizem com a época, no entanto, em seu período de lançamento estavam em perfeita sintonia com o contexto social, e isso é um fator imprescindível para a assimilação e apreciação do livro. Sendo assim, Graciliano Ramos nos prestigia com seu primeiro romance, Caetés: uma obra sem muitos adornos e recursos, direta e simples. O que para muitos, imagino, seja uma qualidade, uma vez que ouve-se muito queixas de que a literatura possui demasiadas figuras que impedem o claro entendimento do texto, sob a alegação de que não é possível adentrar na subjetividade alheia, porém: sim, nós temos acesso à subjetividade do personagem nessa narração em primeira pessoa. O cenário se situa em Alagoas, num município chamado Palmeira dos Índios, e lá o autor cria uma narrativa em primeira pessoa no personagem de João Valério - a quem antipatizei logo de início - um escriturador mercantil que trabalha na empresa dos irmãos Teixeira: Adrião e Vitorino. Valério tem pela esposa daquele uma paixão que já dura três anos, tendo ele frequentado a casa do patrão por cinco e inicia o romance beijando-a duas vezes no pescoço, ao que Luísa reage estupefata e manda-o para fora. Com o desenvolvimento da narrativa, outros muitos personagens vão aparecendo, o que pode confundir o leitor, pois ora são chamados pelo nome ora pelo sobrenome e dificultam a total dominação das personalidades por parte do leitor.
Essa obra, como muitas de caráter semelhante, demonstra uma preocupação social tremenda do indivíduo muito evidente na pessoa de Valério que tenta desempacar um romance sobre índios caetés para obter elevação social e apreciação principalmente de sua amada Luísa, como também o valor de status da união matrimonial e a influência da religião em cada atitude. O herói dessa obra não possui lá nada de religioso, mas também afirma no final, talvez com ironia, que não é ateu. Em total contraste com os tempos atuais, temos a forma de sedução dos cavalheiros da época e o sofrimento causado e suas consequências pelo amor não correspondido e também a tamanha influência do pensamento das pessoas nas atitudes do indivíduo: mais uma preocupação social.
O esboço psicológico que o autor traça do personagem-narrador é repulsivo: chega a desejar a morte de Adrião, em mente que facilitaria seu romance com Luísa. Valério também tem uma espécie de anti-intelectualismo, atribui a instrução aos mais elevados socialmente, como o Dr. Liberato, mas e ao Nazaré? Mero tabelião...
Por fim a obra tem um desfecho não muito surpreendente mas também um tanto inesperado, tendo em vista a fama de "durão" que pousa sobre Adrião durante a narrativa. Eu esperava algo mais como o final de "A cartomante" de Machado de Assis.
Um livro bom para quem não tem contato com literatura brasileira ou tem preconceitos, ou somente quer iniciar o hábito de leitura. Recomendo.
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Lutty 08/09/2023

João Valério, um homem frustrado e sem esperanças. O livro se divide entre um amor impossível que nutre pela esposa de seu empregador e a escrita de seu próprio livro sobre o povoado Caeté. Relata em uma trama complexa sobre os anseios, pretensões e frustrações que envolvem sua existência. Detalhista demais em descrições em que me perdi. Cansativo.
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Gian Paolo 01/04/2024

CAETÉS!!!!!
Que pena ter lido tantos russos atrás da psicologia enquanto tinha graciliano aqui na estante!!!!!!!!!!!!! gigante
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Jana 06/10/2021

Ótimo
Segundo livro que li do autor (o 1° foi São Bernardo), não foi tão impactante como o 1°, mas gostei. E refleti sobre como os desejos das pessoas são passageiros, depois que o protagonista não tinha mais obstáculos para viver seu romance, ele simplesmente perdeu o interesse. Às vezes a gente acha que quer muito uma coisa, mas na verdade a gente só quer porque não pode ter, ou porque idealizamos, ou porque a repressão de desejos os torna maiores. Uma reflexão que uma moça não monogâmica fez, ela diz que o paradoxo da relação dela é não ter muito interesse em ficar com outras pessoas. Aí tem gente que larga casamento por uma paixão e quando a paixão acaba, percebe que o sentimento não era o que pensava, jogou fora uma relação verdadeira por ilusões.
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Natalie Lagedo 24/12/2016

João Valério é um guarda-livros da pequena cidade de Palmeira dos Índios, no interior de Alagoas. Vive modestamente na pensão de dona Maria José e anseia escrever um romance histórico, contando sobre os Caetés, tribo canibal que viveu naquela região e foi exterminada a mando de Mem de Sá após terem devorado um bispo. Frequentava reuniões na casa do patrão, regadas a músicas tocadas no piano e boas conversas. Foi nessas visitas que se apaixonou por Luisa, esposa do anfitrião. Após meses de sofrimento por não saber se o sentimento era correspondido e o natural endeusamento da amada, eles finalmente engatam um romance que pensavam ser secreto. No entanto, como geralmente acontece em lugares pacatos, o relacionamento tornou-se alvo de todos os tipos de comentários e foi o estopim para o final trágico criado pelo autor.

A escrita fácil, precisa e, ao contrário do que muitas pessoas dizem pejorativamente, "econômica" de Graciliano que eu já conhecia por Vidas Secas, já estava presente no seu primeiro livro. Caetés é uma obra dramática, mas sem exageros. Consegue dar o contorno ideal da cidade poeirenta e quente do interior nordestino, na qual as pessoas são fortes como tempero de pimenta dedo de moça, mexeriqueiras e, apesar disso, solidárias nos momentos de necessidade.
24/12/2016minha estante
Ótima resenha Natalie. Deu vontade de reler Caetés.


Natalie Lagedo 24/12/2016minha estante
Obrigada, Zé. :D


Emmerson 24/12/2016minha estante
Ótima resenha, como de costume, Natalie :). Ano que vem pretendo ler mais livros do Graciliano Ramos, li somente Vidas Secas e gostei bastante.


Natalie Lagedo 24/12/2016minha estante
Emmerson, apesar de não ter adicionado ainda à minha estante aqui no Skoob já anotei vários que pretendo ler. Ele está se tornando, disparado, meu autor brasileiro preferido.


Mônica 26/12/2016minha estante
Suas resenhas são muito boas. Amo!


Natalie Lagedo 26/12/2016minha estante
Obrigada, Mônica!




Le 06/09/2022

Legal
Os romances brasileiros não tão contemporâneos são meus favoritos, gosto de aprender novas palavras, as de desuso. A história em Caetés é de amor, ou melhor, de algo proibido que o personagem principal narra na pequena cidade do nordeste. Delícia.
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maribsilva 28/10/2024

Espelho
A parte mais difícil na leitura de caetés foi, sem dúvida, a exacerbada quantidade de personagens. vi-me listando-os como parentes em uma árvore genealógica e recorrendo à lista a cada menção de um nome familiar. um dos meus professores de literatura diz que essa é a grande falha do romance, e eu concordo.

caetés não me decepcionou apesar desse entrave inicial. diverti-me como nunca! os comentários de joão valério, além de mordazes, eram risíveis, em sua maioria. nunca conheci personagem mais ambíguo, inconstante, volúvel. em diversos momentos, vi-me absolutamente consternada ante suas ações; em outros, contemplei, refletido em suas letras, meu próprio lado ambíguo, inconstante, volúvel. senti-me mal por luíza e adrião, para os quais as ações de joão foram como água salgada em ferida aberta. desejei que nunca o tivessem conhecido. lamentei, profundamente, suas quedas.
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Sara 16/05/2024

Demorei muito pra ler um livro minúsculo. De todos os livros que li do Graciliano e amei, esse eu odiei. Ficou interessante só no final e mesmo assim no final eu não gostei.
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