A ocupação

A ocupação Julián Fuks




Resenhas - A ocupação


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10/01/2022

Ocupações
É uma escrita bem diferente das que eu leio mas no final me acostumei e gostei.
Nesse estilo dramático de contar uma história, Julián traz três cenários: seu casamento e a tentativa de gravidez, seu pai doente e uma ocupação em São Paulo.
O autor entrevista os sem teto da ocupação e passa a conhecer um pouco de suas difíceis trajetórias.
No final do livro a gente percebe que tudo que ele conta não deixa de ser uma forma de ocupação.
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Lendo no mato 11/04/2021

Acho que não comecei bem, mas...
Julian Fuks e? um autor que tem aparecido muito nos algoritmos da minha vida ultimamente. E depois de um tempo para a completa gerac?a?o de alguma expectativa, resolvi comec?ar a le?-lo pelo livro A ocupac?a?o. Na?o sei porque, mas foi. E acho que comecei por um livro denso demais e autobiogra?fico demais que talvez na?o tenha me dado a experie?ncia que eu esperava. Pelo menos fiquei com essa sensac?a?o.

A ocupac?a?o fala sobre diversas formas de ocupac?a?o que podemos ter na vida. E? um show de significados e valores para uma mesma palavra. Ocupamos um espac?o, ocupamos um lugar na vida das pessoas, ocupamos uma maca de hospital, ocupamos um corpo, ocupamos um pre?dio, entre outras coisas. Em A ocupac?a?o o autor trabalha em tre?s arcos de diferentes tipos de ocupac?a?o que se misturam e se mesclam pelo livro. Ele comec?a falando do seu pai ocupando a UTI de um hospital, depois passa para sua relac?a?o/ocupac?a?o com a esposa e por u?ltimo a ocupac?a?o de um pre?dio por pessoas sem teto.

Achei que o livro traz temas muito interessantes, mas so? arranha a superfi?cie de tudo que tenta trazer, tenta com um vocabula?rio verborra?gico (as vezes) demais aprofundar as coisas, mas pra mim na?o funcionou muito deixando o livro aque?m do que poderia ter sido. O auge do livro, pra mim, foram os momentos relatando a?s ocupac?o?es pelo sem teto, a resiste?ncia ao poder pu?blico, enfim, manifestac?o?es de vida em meio ao capitalismo que poderiam ter sido mais trabalhadas.

Mas tambe?m...o livro e? bem curtinho, na?o sei o que eu esperava mais. ? Enfim, certamente lerei mais coisas dele.
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Ortega 14/12/2019

Tocante
Recomendo!
Para quem se sente perdido em 2019/2020, seja com o mundo lá fora ou com coisas íntimas, esse livro é um bom companheiro. Julian parece pensar muito em cada palavra (tanto que os livros dele partem da exploração de um só termo, o anterior foi Resistência e esse é Ocupação). São capítulos curtos com boas ideias concentradas. Nesse, ele mistura a experiência com uma ocupação popular, a doença do pai e a gravidez com a mulher. Ele investiga histórias tristes mas também de coragem, dele e das pessoas ao seu redor. Primeira vez que me fez querer recomendar um livro aqui :)
Karina.Agra 30/01/2020minha estante
Já quero ler!!!




pedropires 15/10/2021

inquietante
Esse livro relevou muito sobre mim, enquanto o lia. A inquietação sentida pelo personagem ao se adentrar na realidade das ocupações por moradia na cidade de São Paulo e os efeitos na sua relação com conhecidos e com ele mesmo, também foi a minha ao me debruçar com os enormes sofrimentos e, ao mesmo tempo, a incrível capacidade de organização e luta dos despossuídos desse país.

O livro te leva em uma viagem pelo inconsciente de Sebatian, que se confunde com a identidade do próprio autor, enquanto ele tenta descobrir qual é o seu papel, sendo alguém com conforto e tendo seus direitos fundamentais garantidos, ao apoiar e relatar a luta dos que ocupam pra viver.

Em uma analogia muito esperta, o autor busca relacionar o verbo ocupar aos seus significados mais subjetivos, nos quais a alma também pode ser ocupada pelas dores e demandas alheias, se não tivermos com clareza os nossos desejos mais íntimos e nossas responsabilidades sociais.
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Amanda Nachard 24/02/2021

Bom livro
O tema do livro é muito interessante, nunca tive acesso a obras que falassem da vida de pessoas em ocupações. Gostei do autor intercalar histórias, gostei da escrita do autor. Porém achei que a mistura do tema que entendo principal com os dramas familiares não ficou tão boa. Eu queria saber mais sobre a ocupação em si, seus ocupantes, e sei que a mistura foi feita para justificar a presença do personagem naquele contexto. São passagens também bonitas e bem escritas, mas achei que a recorrência a esses capítulos acabou quebrando o clima (quando eu "entrava" na ocupação, vinha um capítulo sobre a esposa, que me desconectava do anterior).
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Tereza 01/02/2022

A Ocupação
Livro que impressiona, J. Fucks investiga os sentidos e as práticas de ocupações. E um autor que tem muito marcada a própria subjetividade no mundo que observa e na percepção de liames entre o fora e o dentro, o que acontece no mundo exterior e no seu mundo íntimo, pessoal.
É escrito num momento de desencanto com a política nacional, o governo Bolsonaro e suas aberrações, o autor fala de outras ocupações - a de um prédio por pessoas desabrigadas, exiladas de países estrangeiros e exiladas de seu próprio país; da ocupação do ventre de sua mulher com uma gravidez, e do vazio com a possibilidade da morte de seu pai doente.
Descreve as "ruínas" das pessoas que encontra na ocupação e também no semblante de seu pai: trazem histórias de sofrimento e também de esperanças - de ocupar um prédio vazio, de criar um elo de solidariedade com outros, de acreditar no diálogo. Entre os exilados, um sírio que fugiu da guerra, um mexicano que fugiu da miséria, uma brasileira que cansou de ser ocupada e passou a ocupar.
Outros temas abordados: sua esperança de paternidade, o aborto de sua mulher e o silêncio sobre essa experiência.
Sua questão: ao procurar sair de si para ver o mundo encontra articulações entre o fora e o dentro, remete tudo ao seu próprio universo.
Não sei se essa última ideia procede: sua literatura se abre para a alteridade, que busca compreender, num trabalho de proximidade e reflexão. E lindo com faz isso.
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Clara 26/10/2020

?Fazia tempo que a literatura não se mostrava tão urgente e expressiva?
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Murilo Lorençoni 24/05/2024

Ocupação
Um livro reflexivo que gira em torno da ocupação de um prédio, da ocupação do espaço de pai, da ancestralidade e, também, da ocupação política
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Cardoso 09/11/2024

Morno
Realidade social de classes subalternas como reflexo e inspiração para a vida particular, normalmente pouco interessante, de uma típica classe média paulistana ilustrada (que, assim como a classe média ilustrada dos Estados Unidos, parece, cada vez mais, destacar suas raízes não paulistanas/estadunidenses para se verem livres do peso do privilégio). Bem escrito.
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Joao.Marcelo 10/07/2021

"A Ocupação" de Julián Fuks conta um pouco das histórias dos habitantes de um prédio ocupado na capital paulista. Um sírio, uma haitiana, um boliviano e brasileiros desterrados em seu país natal. Por trás da luta coletiva existem os dramas individuais: o horror da guerra, a catástrofe que destruiu uma família, a miséria absoluta ou a violência doméstica. E, muitas vezes, somente a luta coletiva consegue ajudar as pessoas a se reerguerem de suas ruínas.
O narrador mescla as histórias dos moradores do prédio ocupado aos seus dramas pessoais deixando a certeza que a capacidade de vivenciar o sofrimento alheio nos faz realmente humanos.
"Todo homem é a ruína de um homem, eu poderia ter pensado. Aquele homem que se apresentava aos meus olhos era a encarnação dessa máxima, um ser em estado precário, um corpo soterrado em seus próprios escombros."
"Disseram que você escreve sobre exílio, sobre vidas desgarradas, sobre árvores cujas raízes estão fincadas a milhares de quilômetros ..."
"Najati, Rosa, Demetrio, Ginia. Eles me contam as suas histórias, dizem coisas tão fortes que às vezes turvam os meus sentidos e eu já não sei quanto assimilo, e sobretudo não sei o que lhes devolver, não sei como retribuir.
Só o que faço é deixar que me ocupem, que ocupem a minha escrita: uma literatura ocupada é o que posso fazer neste momento. E é assim, num último movimento, que me vejo perdido - mas não no sentido libertador que você professou naquele dia. Meus ocupantes me conduzem para fora dos meus domínios, e eu já não sei bem por onde vou. Estou escrevendo um livro sobre a paternidade sem conseguir me tornar pai - e sondando a maternidade como se não soubesse que nunca a apreenderia. Estou escrevendo um livro sobre a morte sem tê-la jamais sentido apagar um corpo, numa especulação de sentimentos que um dia se fará risível, quando eu conhecer a dor. Estou escrevendo um livro sobre a dor do mundo, a miséria, o exílio, o desespero, a raiva, a tragédia, o absurdo, um livro sobre esta interminável ruína que nos cerca, tantas vezes despercebida, mas escrevo protegido por paredes firmes."
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paloma 23/12/2021

Escrita primorosa, faltou recheio criativo
A ocupação - Julián Fuks

O livro aborda o tema ocupar em três arcos narrativos: uma ocupação por sem tetos em um prédio abandonado de sp, a ocupação da barriga da mulher do narrador por um feto e a ocupação do corpo do pai por ar (está internado em um hospital). A estrutura é semelhante à do seu livro anterior, A resistência, onde o título tb é explorado em contextos diferentes. Ambos são autoficção narrada pelo mesmo personagem, Sebastián, alterego de Julián, e tentam articular contexto político e social com histórias pessoais. A escrita de Julián Fuks é muito precisa e só por isso já vale a leitura, mas, diferente de A resistência, faltou recheio em A ocupação, pois parece ser um relato reflexivo de experiências reais, com pouca margem para a ficção, para fazer a história crescer e se articular.

A parte sobre a ocupação do Hotel Cambridge é baseada em um episódio real que o escritor acompanhou de perto. A história traz relatos de refugiados da Síria, Peru, Haiti e Brasil (refugiados de políticas públicas). Pessoas comuns desamparadas, vítimas de guerra, terremoto e do capitalismo, e que são humanizadas pelos seus relatos, suas memórias, seus vínculos afetivos e seus sonhos. Na ocupação, Sebastián passa a refletir sobre seu papel naquele contexto. Não lhe falta casa nem meios para viver. É um intelectual com sensibilidade social, mas não compartilha aquelas experiências e demandas. Sente-se então alguém que está se apropriando mais uma vez de pessoas já tão exploradas, roubando-lhes suas histórias. Esse é o forte de Julián: refletir sobre si; sobre suas questões íntimas e sobre o papel que ocupa quando em comunidade e isso ele faz muito bem.

*Há um filme sobre a ocupação: Era o Hotel Cambridge


"A literatura não me interessa em nada. Só o que me interessa é a abertura para o diálogo." (Frase dita pelo personagem Najati, refugiado sírio)
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Pedro 06/02/2021

"Não olhei os seus olhos, nos seus olhos não cheguei a procurar a minha própria imagem"
Uma narrativa surpreendente e encantadora. A forma sensível e poética que o autor se utiliza das palavras para ocupar as linhas, os espaços, os silêncios, me envolveu em seus dramas e nas questões apresentadas, sejam as mais banais e cotidianas ou as mais complexas e pertinentes. Percorremos pela história imersos em suas impressões e reflexões, na amarração de sua vida com as histórias que encontra.
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Brenda Santos 07/12/2020

DESAFIO LITERÁRIO 2020
12/24

?Ocupar era o imperativo de todos eles, ocupar as praças, as ruas, os prédios vazios, povoa-los com seus corpos ainda firmes, com sua vida incontível. Ocupar era uma urgência de corpos, convertida no mais contundente dos atos políticos, a afrontar a resignação dos serenos. Ocupar, nem que fosse para estar entre muitos, para existir ainda uma vez em coletivo.?
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Vi Gelsi 13/05/2022

Escrita impecável de Júlian, disputando meu top1 com Drauzio e com certeza na minha lista de livros que todos deveriam ler um dia.
Por diversos momentos a sensação que tinha era "eu não sabia que precisava colocar isso em palavras, até ser colocado".
Com uma sensibilidade avassaladora, reflete ao longo da narrativa as várias formas de ser e estar no mundo.
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