Um Conto de Duas Cidades

Um Conto de Duas Cidades Charles Dickens




Resenhas - Um Conto de Duas Cidades


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highgarden 20/08/2022

Liberdade, Igualdade, Fraternidade, ou Morte.
Comecei a ler Um Conto de Duas Cidades com grandes expectativas, mas ao mesmo tempo não sabendo exatamente o que eu deveria esperar do livro. Após a primeira parte do livro, que serve mais como uma introdução aos personagens e à ambientação de uma parte da história, fiquei esperando pelo momento em que ela finalmente iria engrenar e foi um tanto broxante e frustante como a segunda parte se estendeu de forma arrastada pra mim (a escrita difícil em nada ajudava). É no final dessa segunda parte que a história de todos os personagens começam a se entrelaçar e uma verdadeira ação envolvente começa. Dickens transporta o leitor para o centro do ápice da Revolução Francesa sob diferentes pontos de vistas, todos válidos e compreensíveis até certo ponto. É na terceira parte que eu finalmente consegui me importar de verdade com os personagens, que eu consegui amá-los, odia-los, torcer por eles, e torcer contra eles. É tudo feito de uma forma tão bem feita que eu praticamente esqueci minha frustração na outra metade do livro, há ótimas cenas e diálogos apaixonantes. Apesar disso, é de se impressionar com a cara de pau de Charles Dickens em inserir conveniências descaradas na narrativa para que suas tramas fossem costuradas. Inacreditável a forma como ele faz pessoas se encontrarem como se estivessem numa cidadezinha minúscula e não na grande, populosa e, na época, caótica Paris. Todas essa conveniências me fizeram prever diversos acontecimentos importantes e revirar os olhos com os clichês de Dickens (que talvez na época ainda não eram clichês?). Seja como for, o desfecho é completamente previsível, mas não menos envolvente. Se há algo que Dickens sabe fazer, é esperar o momento certo para fazer um personagem brilhar, quando você não está esperando mais nada dele e acredita que ele vai passar batido. Foi a experiência que eu tive com Sydney Carton, com o doutor Manette, com a senhorita Pross e até mesmo com o deplorável Jerry, todos que acabaram conquistando meu coração, assim como a senhora Defarge, definitivamente uma personagem para desgostar, mas cuja construção eu adorei, e principalmente Charles Darnay, que conquistou meu coração com toda a sua burrice ao ser um homem honrado. Uma menção honrosa ao senhor Jarvis Lorry, simplesmente um dos idosos mais legais que já existiu (e foram poucos). No mais, realmente foi o pior e o melhor dos tempos, na Paris de 1789 era tudo uma questão de perspectiva.
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Daniele 14/08/2022

O Chacal
O senhor Manette perdeu tudo ainda jovem. Foi condenado à prisão da Bastilha, onde ficou quase duas décadas, onde foi impedido de ver sua filha crescer, acompanhar o último suspiro de sua esposa, e onde perdeu sua sanidade.
Anos depois um milagre veio a tona; “De volta a vida!”, quando o Senhor Manette foi resgatado e teve a oportunidade de reencontrar sua filha, Lucie, que com muito amor, proporcionou que aos poucos ele recobrasse o intelecto que um dia o tornou médico. Lucie cresceu, se apaixonou por Darnay, abastado que abandonou todo o luxo que seu nascimento o proporcionou para sair da França de 1789 e ir viver com Lucie na Inglaterra. As duas cidades. Assim como os dois homens, Darnay e Carton, assim como a dualidade apresentada por Dickens e presente durante todo o livro.
Nunca me apeguei tanto a um personagem como me apeguei a Sydney Carton, um homem solitário “de boas habilidade e bons sentimentos, incapaz, entretanto, de exercitá-los, incapaz de ajudar a si mesmo e de lutar por sua felicidade, consciente de sua má sorte, mas resignando-se a deixar que ela o conduzisse a destruição”
Sua redenção foi mostrada ao longo de cada página, desde seu amor por Lucie, seu carinho e apreço pela sua filha, a pequena Lucie, pela decisão que tomou sem hesitar já sabendo das consequências, até o momento de segurar com firmeza a mão de uma jovem e afastá-la do medo, até o memento em que mesmo cercado de horror, sentiu paz.
Agora entendo a Tessa e o Will. Esse livro é lindo, triste e muito profundo.
Sydney Carton, você sempre estará no meu coração
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Clara.Gusman 23/07/2022

Um Conto de Duas Cidades
Decidi ler por causa da trilogia ?As peças infernais? que cita diversas vezes o livro.O início é meio lento e confuso mas depois que você pega o jeito vai.Os personagens são interessantes,principalmente o Darnay e o Sydney.O final foi excelente.Achei que eu iria odiar mas acabei gostando muito.

?Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos;?

?Quero que saiba que foi o último sonho da minha alma. ?
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vivi 14/07/2022

Aquele foi o melhor dos tempos, aquele foi o pior dos tempos
Só não dou 5 estrelas porque a parte 2 foi arrastada demais da conta, porque de resto: incrível.

"Esprema a humanidade até deixá-la de novo fora de forma, sob martelos similares, e ela voltará a se contorcer das mesmas formas torturadas. Semeie de novo as mesmas sementes da permissividade voraz e da opressão e com certeza renderá o mesmo fruto, de acordo com a espécie."
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Marcos_Santtos 18/06/2022

Os inocentes da revolução
Um conto de duas cidades se passam simultaneamente entre Inglaterra e França, e transcorre num período de turbulência política e social na Paris revolucionária. A narrativa começa com libertação da bastilha do senhor Manette e o encontro com sua filha Lucie. E durante a história Lucie e seu pai juntamente com seus amigos vivem momentos conturbados e perigosos. É uma narrativa densa que exige uma atenção especial, pois, mistura ficção e fatos históricos.
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Kayque.Ferreira 10/06/2022

Comecei esse livro descrente, a leitura no começo é difícil, eu não estava habituado, em certos momentos perece até um pouco confusa, então não vou dar a nota máxima, mas é um verdadeiro clássico, uma história densa e cheia de reviravoltas com personagens complexos e com suas próprias motivações, gosto da forma que o livro não é dicotomico, me emocionei e me frustrei com ambos os lados, esse foi meu primeiro Dickens e acredito que foi uma excelente escolha.

O único ponto negativo é que essa edição tem uma fonte muito pequena, isso cansou muito a minha vista.
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argni 27/05/2022

Dualidade
Como tudo nesse livro, minha opinião foi dupla:
Comecei o livro beeem devagar, sem entender nada, achando que ia ser uma chatice. A história começa falando sobre vários personagens e por não conhecer nenhum deles, fiquei perdida. E a época em que se passa envolve um contexto histórico muito importante sobre o qual eu não tenho muito domínio.
Mas depois de uns 30%, as coisas começaram a fazer mais sentido e fui entendendo melhor tanto a história como o contexto da Revolução Francesa, e a leitura se tornou mais fácil.
Achei muito boa toda a trama que o autor criou em volta da Inglaterra e da França, de um inglês e um francês, do amor e do ódio.
Apesar de nunca ter gostado muito de história e saber bem pouco do assunto, fiquei até interessada na Revolução Francesa lendo sobre a raiva dos cidadãos franceses com a situação que estavam vivendo. Não sei onde fica o limiar entre verdade e ficção, mas tive a impressão que o embasamento do autor foi sólido.
Indico a leitura!
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JoiceCoutinho 15/04/2022

É uma leitura que requer bastante atenção aos detalhes. Um romance que se passa na época da Revolução Francesa e que nos faz viajar no tempo e na história.

"Aquele foi o melhor dos tempos foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero;"
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Thiago 18/03/2022

Sydney Carton, obrigado!
Livro Maravilhoso, fascinante, não por acaso um dos grandes clássicos da literatura mundial. Quão bom é ler sobre temáticas universais, em vez dessas febris experiências ideológicas que existem hoje. Um romance histórico que lida com contrastes o tempo todo - harmonia x anarquia, fé x niilismo, morte x renascimento - tendo como pano de fundo a revolução francesa e o potencial destrutivo do ressentimento e do desejo de vingança. Como toda grande história aponta para a vida de Cristo, aqui não é diferente, tendo os temas do sacrifício e ressurreição como os pilares narrativos, que mantém tudo em seus devidos lugares.
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Thais.Sales 28/02/2022

Um livro à altura da fama que o precede!
Em "Um Conto de Duas Cidades" Dickens conseguiu fornecer um panorama histórico tão fidedigno quanto possível, em se tratando de um romance, acerca da Revolução Francesa e o contexto que a motivou ? fruto, sem sombra de dúvidas, e como a extensa sessão de apêndices não me deixa enganar, de um trabalho intenso de pesquisa do autor. Dickens tece críticas incisivas quanto a burguesia e aos excessos cometidos pelos revolucionários, esse último, no entanto, explicando às causas que fomentaram a coleirização das camadas mais pobres, embora sem justificar tamanhas atrocidades que foram cometidas em resposta à crueldade da nobreza. Continuo espantada em como o autor conseguiu conectar todos os núcleos contidos na obra ? Madame Defarge, Doutor Manette, Darnay e Carton ? até que todos os elementos culminassem no desfecho tão carregado de suspense quanto dramático. Outro ponto que me fascinou, além das descrições poéticas características de sua escrita, consiste na exploração dos duplos (bastante comum até nos recursos utilizados pelo autor em outras de suas obras, como notório em "Grandes Esperanças"), de modo explícito, notável no contraste entre os personagens, a saber Lucie e Madame Defarge, além de Charles Darnay e Sydney Carton.
Apesar do ritmo lento inicialmente, uma vez que o leitor compreende a dinâmica dos núcleos e personagens, é impossível não se sentir instigado a ler até o fim.
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Gabslareine 20/02/2022

Um inglês comenta a Revolução Francesa.
Fazia muito tempo que eu queria ler esse livro e para a minha surpresa não existem muitas edições dessa história como outras obras do autor. O meu interesse era acerca do que um homem inglês de 1860 discorreria sobre a Revolução Francesa de 1789.

Tive gratas surpresas na leitura, que assim como Jane Austen, adora expor as coisas ridículas da própria pátria, mas a crítica aos eventos ?insanos? da Revolução vieram com ainda mais notoriedade. Obviamente ele, assim como Dostoiévski, dá muita voz aos sofridos, mas suas resoluções são outras. Entendo por que ele agradava a burguesia de sua época.

Gostei bastante da leitura e tiveram vários ploit muito amarrados e eu gosto de leituras assim: que não tem capítulos soltos, que todos tem um motivo de estarem ali além de conhecermos os personagens.

Dickens faz parte dos autores dos quais eu desejo ardentemente ler todos seus livros.
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Elaine Messias 17/02/2022

Um clássico
Uma história cheia de pequenos grandes momentos. Uma fotografia psicológica e sociológica extremamente crua da época da revolução francesa.
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Fábio Valeta 13/02/2022

“Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos, foi a idade da razão, a idade da insensatez, a época da crença, a época da incredulidade, a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero, tínhamos tudo diante de nós, não tínhamos nada diante de nós, todos iríamos direto ao Paraiso, todos iríamos direto no sentido oposto – em suma, a época era tão parecida com o presente que algumas das autoridades mais ruidosas insistiram que ela fosse recebida para o bem ou para o mal, penas no grau superlativo de comparação.”
Já fazia tempo que tinha vontade de conhecer alguma obra de Dickens. E por alguma razão, “Um Conto...” sempre foi a história sobre a qual eu tinha maior curiosidade, mesmo sem saber nada sobre sua trama.
Nessa obra, Dickens usa como pano de fundo a Revolução Francesa, ocorrida 70 anos antes da publicação do livro, para narrar as tragédias em volta do doutor Alexandre Manette, médico francês que ficou encarcerado por vinte anos na Bastilha por um motivo que só é descoberto no clímax da história. Após libertado (ainda antes da revolução) e quase desprovido de tudo que lhe dava humanidade, o doutor encontra a filha que sequer havia conhecido e aos poucos consegue retomar sua vida. Mas sem nunca conseguir escapar da sombra de seu aprisionamento acaba trazendo consequências tanto para ele quando para pessoas ao seu redor com a eclosão da revolução.
Passado entre Londres e Paris, as tais duas cidades do título, o autor nos apresenta uma gama de personagens, que de uma forma ou de outra tem ou tiveram contato com o Dr. Manette e são afetados por sua história.
Dickens mostra toda a crueldade da situação da França. Em que a população vivia um regime de exploração e opressão provocada pela nobreza apenas para subverter a ordem e estabelecer um novo regime violento, onde eles agora são os opressores (obviamente não a população mais pobre, que continuou sendo explorada e violentada independente de quem governou o país). Sua visão sobre a revolução não é nem favorável ao antigo regime nem à recém-formada república.
Com uma escrita bastante agradável, e vários personagens memoráveis, “Um Conto de Duas Cidades” é uma história fantástica sobre como a violência pode se espalhar e fazer dos oprimidos de hoje os opressores do amanhã. É uma leitura altamente recomendável.
“Vejo Basard, e Cly, Defarge, a Vingança, o jurado, o juiz, uma longa fileira de novos opressores que ascenderam através da destruição dos antigos, mortos por este instrumento de punição [Guilhotina], antes que cesse sua presente utilidade. Vejo uma bela cidade e um povo brilhante emergir do abismo e, em suas lutas para serem livres de verdade, em seus triunfos e derrotas, nos longos anos que ainda estão por vir, vejo o mal desta época e da época passada, da qual naturalmente se originou, aos poucos expiando a si próprio e se esgotando.”
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