Daniel.Silva 15/10/2021
Clássico
■ Uma obra clássica ou você ama ou você odeia. No caso de Um conto de duas cidades, de Charles Dickens, lançada em 1859, eu não ousaria dizer que odiei, também não digo que morri de amores pelo livro. Por ser um romance histórico, utiliza-se de uma linguagem mais apurada e requer um pouco mais de atenção. O enredo se desenvolve no período da Revolução Francesa, antes, durante e depois dela, assim como seus efeitos em Londres e Paris - daí o título da obra. Como personagens centrais temos a Lucie Manette e seu pai, Dr. Manette. A história começa quando Lucie e o amigo da família Lory estão indo buscar o pai da moça, solto após 18 anos preso na Bastilha.
Os demais personagens vão surgindo e incrementando a trama, sempre ligados ao fato da Revolução Francesa. O livro nos transporta para uma realidade absoluta e fria, sem disfarces do que estava se passando com a população miserável e descontente, e com a crueldade e violência desmedida nesse período da Revolução Francesa, assim como descreve de maneira poética, logo no primeiro parágrafo do capítulo I:
" Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das trevas, a primavera da esperança, o inverno do desepero..."