Michelly.sano 02/10/2023
?Vida de gado, povo marcado, povo feliz?
É o livro mais subversivo que tive oportunidade de ler.
Simplesmente incrível, por um instante pensei que teria encontrado o melhor livro da minha vida. (Infelizmente ainda terei que procurar.)
Abrupto, intrigante.
Se você está buscando uma leitura sobre autoridade, ficção especulativa, manipulação genética, divisão da sociedade em castas, distopia. Este clássico é pra você!
A obra é sobre uma futura sociedade fordiana a qual, por meio de um extensa evolução no controle da biologia, moldou todas as gerações a um sistema de produção (provetas).
Não tinha-se mais nascimentos vivíparos na sociedade moderna, agora a sociedade é dívida em castas.
Ter mãe e pai era algo totalmente inconcebível nesse mundo (visto como obsceno).
As castas eram alfas, betas, gamas, ípsilons. Cada casta tinha um condicionamento físico e mental para adequar-se na ?civilização perfeita?, Inclusive tinha privação de oxigênio na formação do indivíduo.
?Quanto mais baixa é a casta, menos oxigênio se dá.?
Eles estavam seguindo o projeto Bokanobsky que era um dos principais instrumentos da estabilidade social. O lema planetário deles é: ? Comunidade, identidade, estabilidade?.
É feito uma lavagem cerebral desde criança, que não deixava pensar e questionar. Caso tivesse angústias, frustrações, e outros sentimentos, eles tomavam uma droga chamada soma, que é um entorpecimento que não deixava ressaca ou arrependimentos, apenas contentamentos tolos.
O livro viaja em diversas esferas psicológicas, a gente acompanha a jornada do Bernard Marx, um indivíduo o qual vê-se fora dos encaixes perfeitas dessa utopia. Ele é um alfa mais com corpo de beta menos. Acabando se sentindo impotente em relação a sua casta. Com isso, você acaba esperando grandes feitos e mudanças por Marx. Porém, isso não ocorre.
Marx viaja com Lenina pra o Novo México, visitando a reserva dos selvagens. Nesta Reserva ainda existiam alguns índios que mantinham os costumes antigos, casavam-se e tinham filhos. Durante a viagem conhecem John filho de dois civilizados, que apresenta sua mãe Linda (Beta menos) que foi esquecida em Pueblo Malpaís.
Ai que realmente a trama começa, pois eles voltam para a civilização com o John e sua mãe.
Quando eles voltam, a sociedade não conhecia velhice, e Linda tinha envelhecido, com isso ela ficou isolada em um quarto tomando o soma até sua morte.
É trabalhado um duplo olhar. Será que o selvagem é tão selvagem? Ou será que a civilização é tão revolucionária?.
Vemos que muitos princípios do John, supera o Estado cientificista. Apesar de ter ido para civilização ele concluiu que não pertence nem aos civilizados e nem aos índios.
Todos os valores de John foi revogado nessa nova civilização, não tinha-se nem o culto ao luto. Morrer nesse novo mundo era necessário ao ambiente.
>>> queria poder dizer mais, mas acho que já disse muito sobre este livro. Espero que este livro seja tão revolucionário como foi para mim.
???????
A melhor parte para mim, é do john o selvagem dialogando com o Mustapha Mond, conseguimos entender os dois pontos de vistas da estabilidade social, versos com o direito à liberdade/amar/ ler poesia/ acreditar em um Deus.
A obra foi muito fascinante, deixou a desejar só no fim.
Mas, mesmo assim sei que nunca vou esquecer o contato com este livro.