Publicado em 1980, este é o terceiro livro de contos de Nélida Piñon. São treze narrativas curtas, nas quais é fácil perceber as eternas preocupações da autora: a importância da palavra e a manipulação política da linguagem. Desta vez, porém, há uma grande carga de humor. De fina ironia e construção complexa para desvendar os mais recônditos cantões da alma de seus personagens, Nélida utiliza imagens belas e delicadas para tratar das paixões humanas. Seus enredos, sempre originais, muitas vezes confundem-se com o discurso. Nos contos, ela alterna poesia e crítica, racionalidade e erotismo em páginas provocadoras. Mais uma vez a prosa de Nélida transborda qualidade. Um livro que, se único, seria suficiente para pôr a escritora entre os grandes mestres da língua portuguesa.