Lurdes 15/01/2024
Até metade do livro consegui segurar o choro, mas depois ...
Agora mesmo, quando comecei a escrever, tá difícil de segurar as lágrimas.
Porque choro?
Porque lembrei o tempo todo do meu pai, que já se foi e que se parecia muito com o pai da história.
Um homem que não sabia ficar parado, sempre inventando alguma coisa para consertar ou construir, principalmente na Casa em questão.
Uma casa no campo, que toda a família ajudou a construir. Cada tijolo, cada plantinha tem uma história por trás.
O livro narra o encontro de três irmãos que se reúnem na Casa, para fazer alguns reparos antes de ela ser vendida.
Faz um ano que o pai morreu. A mãe já havia falecido.
O encontro de Vicente, José e Carla traz à tona muitas recordações de bons e maus momentos que eles viveram na casa. A maior parte das lembranças envolve eles ajudando o pai a realizar alguma tarefa, mas são memórias boas, doces.
O filho de Vicente, que teve oportunidade de conviver com os avós também guarda muitas recordações.
Apesar de algumas pequenas rusgas entre os irmãos, este encontro os faz lembrar de fatos e sentimentos que eles pensavam estar adormecidos e, de certa forma, ter uma melhor compreensão do que movia o pai, sempre muito quieto, que eles consideravam até meio distante, interessado apenas em cuidar da casa e da pequena plantação.
Recomendo muito, muito.
A construção dos personagens e dos textos é irretocável e a delicadeza dos desenhos condiz perfeitamente com a delicadeza dos temas abordados.
O luto, as relações familiares, vistos sob o prisma do afeto.
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