Lorena Dana 28/12/2010
A Última Música, por Nicholas Sparks
_ Você tá falando da garota vampira com camiseta de desenho animado?
_ Ela não é vampira.
_ Sim, eu a vi. Resumindo: mecha roxa horrorosa no cabelo, esmalte de unha preto. Você derrubou refrigerante nela, lembra? Ela te achou fedido.
_ Quê?
(A Última Música, Nicholas Sparks, p. 73)
Nicholas Sparks, como sempre, quer nos matar de tanto chorar. É impressionante como o autor consegue captar nossas maiores angústias e jogá-las ali, em quase quatrocentas páginas de puro romance adolescente.
O pior é o seguinte: você sabe que a história não tem seres sobrenaturais. Não há bruxas, vampiros, fadas, anjos, ou qualquer outra criatura mitológica, mas sim simples humanos. A história narrada em A Última Música é cotidiana, daquelas que podem muito bem acontecer com você, com a sua melhor amiga ou com um conhecido de algum conhecido.
Aos 17 anos, Ronnie vê sua vida virar de cabeça para baixo, quando seus pais se divorciam e seu pai decide ir morar na praia de Wrightsville, na Carolina do Norte. Três anos depois, ela continua magoada e distante dos pais, particularmente do pai. Entretanto, sua mãe decide que seria melhor os filhos passarem as férias de verão com ele na Carolina do Norte.
O pai de Ronnie, ex-pianista, vive tranquilamente na cidade costeira, absorto na criação de uma obra de arte que será a peça central da igreja local. Ressentida e revoltada, Ronnie rejeita toda e qualquer tentativa de aproximação dele e ameaça voltar para Nova York antes do verão acabar. É quando Ronnie conhece Will, o garoto mais popular da cidade, e conforme vai baixando a guarda, começa a apaixonar-se profundamente por ele, abrindo-se para uma nova experiência que lhe proporcionará uma imensa felicidade -e dor - jamais sentida.
Para mim, o mais apaixonante de A Última Música foi o cenário: a praia de Wrightsville. Esta é a mesma praia em que se passa a história de Querido John (falei sobre isso aqui!). O píer, as dunas de areia, a vegetação rasteira, o céu estrelado. A paisagem é a mesma! Apesar da "repetição", o cenário traz ainda mais elementos de romance e aventura do que no livro anterior.
Sabe qual a impressão que tive ao ler A Última Música? A de que, mesmo considerando os anos de diferença, os personagens Savannah e John (protagonistas de Querido John) poderiam muito bem estar convivendo com Ronnie, Will e Steve; pois na verdade uma história não anula a outra.
Diferente do que ocorreu com os livros Um amor para recordar, Diário de uma paixão, Noites de Tormenta e Uma carta de amor, o livro A Última música não foi transformado em filme. Peraí? Mas, não existe um filme com a Miley Cyrus e tal? Sim, existe. Mas, desta vez, Sparks escreveu o roteiro do filme ANTES do livro. Então, tecnicamente, o livro é que foi adaptado.
Para ler mais resenhas, visite meu blog: http://www.dana-box.com