mari_mdcd 22/04/2022Um salto no tempo que nos leva para a segunda guerra mundial e uma livraria cheia de segredos."[...] as pessoas que não liam pensavam que todas as histórias eram contos de fadas. Não eram. As corretas ensinavam quem você poderia ser se tentasse, se pelo menos saísse de sua zona de conforto, da segurança e do conhecido."
Qualquer livro que tenha as palavras "livraria", "biblioteca" ou "livro" no título me encantam logo de cara. Simplesmente amo esse cenário de ler um livro que fale sobre livros, uma espécie de bônus extra no quesito leitura.
"O Segredo da Livraria de Paris" foi uma leitura incrível. Fiquei fascinada pela história logo nos primeiros capítulos e extremamente ansiosa para descobrir o passado da família de Valerie. A cada virada de página me via mais e mais emocionada com a narrativa e muito pensativa a respeito da questão que autora aborda: os "filhos da guerra” - crianças que nasceram da união de soldados alemães com mulheres francesas.
"O estigma de ser fruto dessa união permitiu que, por algo de que não tinham culpa, algumas dessas crianças fossem estigmatizadas, banidas e ridicularizadas. Tanto que muitas delas, quando puderam, recorreram a parentes alemães, e foi ali que algumas foram acolhidas." - Nota da autora.
Eu nunca, nunca, nunca mesmo parei para refletir sobre esse aspecto da segunda guerra e esta leitura, apesar de ser uma história fictícia, me fez ter outra visão sobre este horrível fato histórico.
Gostei muito da escrita de Lily Graham e amei a construção de todos os personagens, principalmente o pai de Valerie. Foi uma leitura extremamente fluída, envolvente e muito prazerosa. Terminei o livro com um misto de emoções, mas a principal delas: compaixão.