Raquel Lima 03/08/2012Impotência...Ao encerrar a leitura, seguindo o caminho como Estevão, a dor que sinto é a da mulher do Mahuer: Não há remédio, não há mudança... Partindo da leitura política da obra, e analisando para nossa época vemos a mesma falsa impressão de que temos o poder do grupo, a força do coletividade, mas no fundo somos manipulados, subjugados a uma rede que nos controla, marionetes do jogo ( Cachoeira, Valerioduto, José Dirceu, PC Farias, etc). A mina é a representação de nosso fundo do poço, e quantas vezes não nos sentimos nele ?
Porém, uma das coisas que mais me agrada nestas obras naturalistas é a recriaçaõ nua e crua da tragédia, mas há, apesar de toda a angustia da tragedia, o momento da esperança, do refresco na dor, da paz que o amor, o carinho nos traz... Porque no fundo, apesar de amargurados pela certeza que a realidade é intransponível, acreditamos, irracionalmente, em um contrassenso, que É POSSÍVEL !!!...
Bela obra, linda em detalhes, grandes personagens, verdadeiras almas criadas. Impossível não acreditar que Chaval, Jeanlin, Maheu, Catarina, Filomena, Lidia, Batalha, Trombeta, Boa-Morte. e tantos outros nunca existiram... Maravilha!!! Não tenho como terminar, sem a forma mais clichê: Clássico é clássico: Eterno e atemporal.