Rhaua.SOUZA 08/02/2023
Da Lucidez à Loucura.
Ao iniciar esse livro eu eu achei o leitura um pouco complicada, o entendimento um pouco rebuscado acerca do que iria se tratar de fato essa obra genial de Machado de Assis; e que eu nunca iria imaginar que tá o livro fosse me causar tamanhos e reflexões como este me causou. Desde o início com o Quincas Borba humano, a princípio, trazendo toda aquela reflexão filosófica acerca de tudo, até o humanitas que é o princípio, Rubião, seu provável seguidor e o seu cachorro que viria receber o nome do humano que morreria posteriormente.
Confesso que essa obra me pegou um pouco, me deixou levemente reflexivo e intrigado ao mesmo tempo, com toda a situação que estava cercando o palha, Sofia, Rubião e toda aquela gente que se diziam amigos do mesmo mas que ao mesmo tempo não se importavam com ele, isso foi se mostrando ao decorrer da obra e ao decorrer do tempo narrativo em que ela se expressa.
Posso dizer também que o romance ou talvez o desejo por Sofia e toda aquela reflexão acerca de "Ao vencedor, as batatas" acabou sendo determinante para a loucura em que Rubião se encontraria pouco tempo depois, e que foi ignorado por todos aqueles que o cercavam, exceto por uma mulher, dona Fernanda, que se preocupou com ele que deu ao menos o mínimo de importância que ele merecia.
Também Machado de Assis nessa obra magnífica e ao mesmo tempo um pouco tanto quanto chata em alguns momentos da narrativa, que não se pode negar, e que poderiam ter claramente sido ignorados e apagados da história, porque não significariam nada e ao mesmo tempo foram feitos, como diz o ditado "para encher linguiça". Complicada a forma que ele retrata, de forma realista, que é a obra, a sociedade naquela época e como já estava se formando o que a gente vê hoje, todos eles preocupados apenas com os lucros, com dinheiro, com a fortuna, com o que era passado de geração em geração pelas famílias ricas e por aí vai; mas o outro não importava para eles, o que importava era o dinheiro, o que importava para eles era o título.
Confesso que a empatia e a consideração que dona Fernanda teve pelo Quincas Borba cachorro e pelo Rubião foi emocionante em algumas partes da narrativa, coisa que não se viu de nenhum outro personagem que foi próximo ao Rubião e que se dizia amigo, enquanto ele estava lúcido e aparentemente muito rico; mas a forma também como esse livro termina é um tanto quanto chocante, porque não é algo que se prepara, mas é algo que é colocado para você de surpresa, dizendo e relatando a forma que Rubião e o Cão se encontravam antes da morte, até a morte posterior do Rubião, do protagonista, e a morte também do cachorro (que é um personagem importante na narrativa, é uma parte importante porque leva o nome daquele que o título está inserido). Mas fica a questão, o título foi para o humano ou foi para o cachorro (Cujo nome é o mesmo), porque para mim os dois tiveram importância significativa nessa narrativa. Desde ao ponto do cachorro ser abandonado, foi maltratado e também o Rubião foi maltratado, foi abandonado, então seria isso um karma? Eu não posso dizer que foi um perfeito livro, mas é uma obra genial.