Resenhas - O Alienista

Mel 27/11/2010

O ALIENISTA é uma obra muito conhecida do Machado de Assis que aborda de uma forma muito diferente, mas que considero um tanto quanto realista, a sanidade.

Bom, a história gira em torno de um psiquiatra, Simão Bacamarte, que retorna à cidade de Itaguaí depois de formado, e decide abrir uma instituição que hoje chamaríamos de sanatório. Na época, casas de tratamento para doentes mentais era algo totalmente inovador, uma vez que costumava-se isolar pessoas com distúrbios do convívio com a sociedade. Assim, Simão começa a internar as pessoas que ele diagnostica como insanas para tratá-las e aumentar seus conhecimentos sobre a loucura humana.

Conforme a história vai se desenrolando, ele acaba identificando comportamentos anormais em diversas pessoas, e a instituição começa a ficar cada vez mais cheia, a um ponto em que passam a existir mais pessoas dentro do sanatório do que fora, e ele começa a se perguntar se talvez o "anormal" não fosse a ausência da loucura (considerando aqui a definição que até hoje é válida para comportamento anormal, sendo ele aquele que foge dos padrões da maioria da população em termos sociais e culturais). A partir de então o livro começa a abordar essa questão muito interessante da LOUCURA x SANIDADE, e a trama toda tem um desfecho muito legal.

Regis2020 26/08/2022

Satírico e Maravilhoso

O Alienista é um clássico da literatura brasileira escrito em 1882, no conto somos apresentados a Simão Bacamarte, um estudioso que convence a cidade de Itaguaí à fundar um hospício chamado Casa Verde, para que possa aprender mais sobre a psiquiatria.

Desse conto só posso dizer que: amei cada momento de loucura desenfreada, realidade desajustada, crítica social, relações políticas, relações pessoais, egoísmo e vaidade humana contidas no livro.
O limite entre a loucura e a sanidade são abordados com exemplos marcantes, o texto é satírico e irônico. Todo o enredo te faz rir desbaratinadamente, para ao final, te fazer refletir copiosamente ao perceber os paralelos com a realidade.

A alusão de que Simão Bacamarte é uma espécie de Dom Quixote, e que o Boticário Crispim Soares, um Sancho Pança (personagem do romance de Miguel de Cervantes), é hilária e oportuna em um determinado momento.
A comparação da Revolução dos Canjicas com a Queda da Bastilha, é revigorante e engraçada.
Tudo tende à loucura, o exagero e ao espetáculo, de uma forma tão maravilhosa, que não pude deixar de ficar com um sorriso no rosto durante toda a leitura (Assim como Ariano Suassuna, sou fascinada com o mundo da loucura). Mas, ainda assim, não pude fugir de sérias reflexões.

A escrita é maravilhosa, clara e consistente. As expressões rebuscadas, tornam necessário o uso de um dicionário, mas isso, longe de atrapalhar, enriquece à experiência.
O cenário da vila de Itaguaí, é tão detalhadamente descrito que nos faz entrar nesse mundo (na época do Brasil Colônia) de cabeça, sem em nenhum momento questionar a veracidade dos acontecimentos ali vivenciados.

A constatação do que é loucura, ficar à mercê da perspectiva científica apenas de Simão Bacamarte, dá um desfecho crítico e surreal à história.
A obra é esplêndida, a mensagem que passa é intrigante e nos faz refletir sobre os paralelos com a realidade atual.
Recomendo.

mlnprf 20/02/2024

Um livro ímpar, curtinho e leve para refletir sobre os limites da loucura e da sanidade sob o ponto de vista médico e social. Cômico, sagaz, político e irônico na medida certa. Rico em tantas referências (filosóficas, históricas, literárias e religiosas) que comprovam a genialidade da escrita de Machado.

Nota 10 para a edição da Antofágica com as artes de Portinari de 1948 que enriqueceu visualmente a história.

Danilo.Santana 17/02/2018

Fui obrigado pela escola :,)
Machado de Assis é um dos melhores escritores da nossa Literatura. Na obra O Alienista esse aspecto é claramente marcado com a crítica social que ele faz.
Sem duvidas para mim, a melhor pare do livro é o seu clímax. No momento que ele se interna no casa de loucos.Depois que ele internou quase todos na cidade ele finalmente se toca que o louco é ele.
Entre tanto, eu não conseguir achar a "mágica" do livro, por este motivo não gostei do livro

BeatrizLeone 15/05/2024

Deveria ser mais conhecido!
Que delicinha de livro, interessante, engraçado, não dá vontade de largar

Entre as gostosas risadas, me fez pensar sobre o que é realmente ser normal, o quanto o meio influencia nossas ?opiniões?, moral e valores

caspaeletrica 16/02/2022

1/10
A introdução do livro diz "....conhecido como um de seus contos mais divertidos." O único momento em que sorri durante a leitura foi lendo essa frase. E agora que terminou fico imaginando "se esse era o mais divertido, imagina o menos".

Mais uma vez, personagens sem substância nenhuma e um enredo pobre. E antes que digam que o meu problema é com "as palavras difíceis", esse é o menor de meus problemas, uma vez em que até gosto de aumentar o meu vocabulário, mas o ponto é que Machado escreve num tom tão sutil, como se a história fosse totalmente desenvolvida e bem estruturada, mas na verdade é apenas mais uma de suas histórias simples e mal trabalhadas.

Não acredito que ele tenha planejado a história,
ao meu ver ele simplesmente foi escrevendo o que deu na telha, o que explica os pensamentos desordenados e sem nexo.

Em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", ele escreve uma história com um enredo curto de uma maneira prolongada, mas que consegue cativar em alguns momentos, por ter algum significado e propósito. Isso não acontece em "O Alienista", muito pelo contrário.....

1/10

Raul.Grenchi 03/03/2022

Que leitura agradável, esse livro parece ótimo para tirar qualquer um de uma ressaca.

Machado em poucas páginas nos mostra todo seu talento, coloca personagens em situação realmente incríveis que você pensa aonde isso vai parar. Até mesmo eu, que não costumo ler muita literatura nacional, reconheço sua incrível habilidade em criar e contar histórias extraordinárias.

A obra nos mostra o quão tênue é a linha entre loucura e sanidade, e quão rápido pode partir de um lado para outro. Porque afinal todos temos um pouco de loucura dentro de nós. Caso Simão Bacanarte vivesse entre nós, teríamos todos passado pela Casa Verde em algum momento!

NatSantosBooks 06/12/2023

Uma Representação do mundo atual
Itaguaí foi um cenário muito atual pra mim, Simão Bacamarte representa todos os nossos pensamentos referente as outras pessoas.

ridicularizamos e condenamos todos a loucura por simplesmente sair do anormal pra nós e para a sociedade, quando os loucos somos nós por estarmos tirando conclusões precipitadas .

Livro muito bom!! Parabéns machado de Assis.

Dudu¡! 26/07/2023

A loucura é realmente fascinante
Uma coisa que me fascina é o cérebro humano, é por isso talvez que amei esse livro do início ao fim.

Apesar de ser um clássico, achei a leitura até mais fácil do que se espera quando lê-se um clássico do tipo, e, foi meu primeiro contato com Machado de Assis.

Simão Bacamarte é um doutor que decide retornar para Itaguaí e dedicar todo o seu tempo para estudar os doidos, a loucura e sua causas. Com o todo o desenrolar dessa história, ele acaba inaugurando a chamada Casa Verde, um asilo para o tratamento dessas pessoas. A partir daí acontecem reviravoltas e coisas que fazem simplesmente você se questionar o que é a loucura ou quem é na verdade o louco.

Bom, o restante, só lendo para saber. Se você gosta de gêneros do tipo, sem dúvidas vai amar.

2r2s 28/11/2023

Meu mano machado de assis foi grandão escrevendo esse
foi o primeiro livro que li dele pois tinha PAVOR de literatura clássica brasileira por causa do ensino médio mas agora que acabei resolvi ler mesmo com medo de me sentir uma acéfala.
é um bom livro, trás boas reflexões sobre sanidade e tals. lerei mais meu mano machado

Cleuzita 12/09/2021

Machado Sempre Original
Que ótima decisão tomei ao dedicar algumas horas do meu domingo para ler essa obra tão cheia de originalidade. Machado se manteve astuto, irônico e crítico do seu tempo. Sem contar o bom humor que lhe é peculiar. Recomendo essa obra, em especial essa edição linda e com textos de apoio necessários ?

karol 11/06/2021

machado de assis intérprete do Brasil
um clássico, na minha visão, se trata de uma obra que a mensagem perpassa o tempo. sendo a história marcada por rupturas e permanências, pensar desse modo faz todo sentido e por isso que Machado é um clássico. o que é trazido em O Alienista é um retrato fiel do Brasil do século XIX com seu cientificismo em alta, sendo este parte essencial no que toca às teorias raciais que contribuíram e muito para o racismo científico e institucional; mas também é um arcabouço importante para pensar nossa realidade atual. o personagem principal, Simão Bacamarte, é um alienista - como se fosse um psiquiatra, digamos assim - e seu discurso é marcado por um teor científico que é totalmente arbitrário e subjetivo em delimitar quem é ?louco? na cidade de Itaguaí. além disso, o personagem é um ?filho da nobreza da terra?, o que mostra que o poder está de mãos dadas com o dinheiro. se ele elege quem quer como louco, é porque ele PODE dentro daquela sociedade. quando nasce o louco? quem é o louco? quem pode estabelecer isso? e por que? são alguns questionamentos que ficam... os limites entre razão e loucura são postos à prova COM PRIMOR nessa obra cheia de ironia e sátira de Machado. leiam! ah, não poderia deixar de destacar que a experiência de leitura pela edição da Antofágica contribuiu bastante em todo esse processo.

Vilamarc 11/07/2021

Dispensa apresentação
Só quero registrar aqui que essa edição mini de O Alienista da Editora Antofágica é um presente aos bons leitores.
Seu tamanho provoca um sentimento afetivo.
Sua cor rosa a diferencia ressaltando de cara o projeto gráfico baseado nas ilustrações para a obra feitas por Cândido Portinari, que acompanham as aberturas dos capítulos e de vários episódios. Simplesmente maravilhosas.
Tudo é de muito bom gosto, desde as fontes tipográficas à paginação.
Os três textos de acréscimos sobre a obra muito pertinentes.