Resenhas - O Alienista

Rosangela Max 06/03/2022

Uma sátira genial sobre a loucura.
Foi uma delícia ler esta história. Me diverti muito.
O Alienista é uma figura! Fiquei imaginando como seria se o personagem não fosse fictício e estivesse atuante nos dias de hoje. Com certeza poucos escapariam da análise implacável dele e Iria faltar espaço para tantos internos na ?Casa Verde?.
É usado um vocabulário antiquado em alguns trechos, mas acho isso um charme, além de ser uma característica das obras de desse estupendo autor.
A divisão em capítulos curtos facilitou a leitura e as ilustrações estão maravilhosas. As análises ao final do livro foram importantíssimas para uma melhor compreensão da história.
A Antofágica está de parabéns com estas publicações.
Recomendo a leitura.

Rafael D. 21/02/2018

O Alienista
Livro de Machado de Assis, publicado pela primeira vez em 1982, O alienista retrata a história de Dr. Simão Bacamarte um profissional na área de medicina, e um dos melhores nela.
Assim o pontapé inicial para o decorrer dessa situação foi o retorno do Dr. para sua cidade natal, onde pretendia aprimorar seus conhecimentos sobre psiquiatria, o que o leva a criar um manicômio, fato que cria um desenvolvimento novo e inesperado para uma obra.

Bookster Pedro Pacifico 24/07/2023

O alienista, de Machado de Assis
Publicada pela primeira vez em 1882, uma das principais obras de Machado de Assis surpreende pelo caráter atual dos temas nela tratados. Somos colocados diante da linha tênue que separa loucura e lucidez, onde uma epidemia de pessoas consideradas como impróprias para um convívio social saudável. E o abuso de quem tem o poder de decidir e separar aqueles que são considerados como sãos dos demais, sujeitos à segregação.

Na novela criada por Machado, essa autoridade é exercida por um médico, Dr. Simão Bacamarte, que tem uma formação e uma origem tidas como invejáveis e se interessa muito pela mente humana. Em seus estudos sobre a razão, pretende internar aqueles considerados como vítimas da loucura em um manicômio, a Casa Verde. Com a anuência do poder público, o protagonista inicia a sua jornada. No entanto, o que começa com intenções aparentemente razoáveis, passa a apresentar traços de uma obsessão.

Utilizando a ciência como justificativa para suas atitudes agressivas, o Dr. Bacamarte vai contra todos no seu objetivo de eliminar a loucura. Aos poucos, a pequena cidade que serve de palco para a narrativa começa a perceber que ninguém está a salvo do poder daquele médico. E a dúvida passa a atormentar a cabeça de todos: quem realmente são os loucos, e quem ainda é são? Seria possível fazer essa distinção?

E para coroar uma história com um tema tão interessante e atual, ainda temos a escrita impressionante de Machado de Assis. Em “O alienista”, o autor usa a sua tremenda habilidade com a língua portuguesa misturada a um intenso toque de humor e sarcasmo. O Bruxo do Cosme Velho é realmente genial!

PS: essa edição da @antofagica é maravilhosa, com ilustrações de Candido Portinari e textos de apoio!

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souluba 11/01/2021

As crônicas registram que este estudante de Psicologia ficou com medo de ser trancafiado na Casa Verde.
O Alienista. Machado de Assis. Editor Ana Mortara – João Pessoa: Mundial Edições, 2016.

Esta novela foi o meu primeiro contato com a escrita de Machado de Assis – o que é estranho porque eu já tenho esse livro há bastante tempo. A obra é apresentada por meio de uma narrativa peculiar, como se o narrador estivesse lendo uma crônica.

A história é composta por personagens excêntricos, com um enredo interessantíssimo que decorre em uma cidade chamada Itaguaí; após a abertura de um lar para adoecidos mentais, a Casa Verde, responsável por criar um caos na vida dos habitantes da cidade tão tranquila.

Simão Bacamarte, Ilustríssimo médico, o qual, decidido a encontrar a causa da loucura, começa a trancafiar um a um dos moradores para o seu experimento em análise do comportamento. Este ato faz surgir medo e revolta dos que estão dentro e fora do manicômio.

O que é a loucura, e quem a atesta?

Leitura boa e agradável.
Quatro estrelas.

Euler.Leal 15/02/2018

Resenha do livro "O Alienista"
O livro tem um tom ironico e um pouco de cada coisa.o Dr.Simao pela ficçao em seus estudos,a D.Evarista em carencia de atenção,Porfírio com a ambiçao de poder,esta obra apresenta varias caracteristicas como a análise psicológica e a crítica social.

Breno.CauA 14/02/2018

O alienista
Um livro que conta uma parte da vida do Dr. Simão Bacamarte.Uma História que, em minha opinião no começo não me agradou muito mas ao passar dos capítulos ficou mais interessante e Me deixou curioso quando começaram as insinuações que o ?doutor dos loucos? que tinha na verdade sido consumido pela loucura.

Sté.Souza 26/06/2020

Machado de Assis e seu jeito irresistível de escrita. O conto "Alienista" é daqueles contos que faz você se divertir e ao mesmo tempo questionar.
Eu recomendo.

Mary 29/06/2020

Será que o alienista não seria o próprio alienado? Qual o limite da loucura e da sanidade? Seríamos todos loucos? Existe equilíbrio nos desequilibrados?, Quanto de desajuste existe nos ditos equilibrados?

Biaguedes1 04/12/2020

O que é a loucura ?
Eu já suspeitava como ia ser o final , mais mesmo assim me surpreender.
Nos faz questiona o que é loucura ? e se cada um dia somos um pouco louco? .

Vittória Brasil 19/11/2020

Confuso
É difícil de entender algo com uma linguagem tão rebuscada. Quando eu entendia alguma coisa era legal, mas no geral ficava totalmente perdida.
Talvez eu devesse ler esse livro com uma linguagem mais atualizada.

Laura.Novelli 26/01/2021

Como já era esperado, Machado de Assis nunca decepciona! Livro curtinho de escrita fluida e pequenos capítulos, é uma ótima opção entre leituras mais densas, ou para quem quer se aventurar aos poucos na Literatura Brasileira.

Nesta belíssima análise psicológica, Machado explora o comportamento humano e as relações sociais, por meio de um médico que tenta decifrar os distúrbios psicológicos da população de uma pequena cidade.

Pinceladas mordazes sobre o sistema político da época são um deleite à parte, nos fazendo perceber que nossa realidade atual não é muito diferente do Brasil nos anos 1800!

A linda edição da Editora Antofágica enriquece a experiência de leitura, com diversas ilustrações e textos extras ao fim do conto.

Alê | @alexandrejjr 26/08/2020

A loucura, o bruxo e a palavra

Nada como uma boa apresentação, não é mesmo? A leitura deste pequeníssimo híbrido de conto e novela intitulado "O alienista" mudou da água para o vinho minha opinião a respeito do conhecidíssimo bruxo do Cosme Velho. Explico.

Na época do colégio, nas aulas de literatura brasileira, me deparei com o - gigantesco - desafio de ler um "tal" Machado de Assis. O livro? "Esaú e Jacó". Até hoje sinto arrepios ao lembrar da tortuosa tarefa que, vocês podem imaginar, não foi completada. E, apesar disso, o livro segue na minha estante na mesmíssima edição dessa época, esperando tristemente a sua vez de ser pego.

Foi uma péssima introdução ao principal fundador da Academia Brasileira de Letras. Felizmente o tempo tem seu próprio passo e eis que em 2020 resolvi me arriscar e voltar a este senhor negro detentor de uma portentosa barba, como sugerem seus retratos e fotos. O resultado foi notável.

Não devemos ter medo de ler clássicos, é um sentimento besta criado em nós por repetição. O que verdadeiramente necessitamos é sermos bem apresentados a eles e isso a edição da Penguin-Companhia das Letras faz com competência e esmero. Do texto introdutório do estudioso John Gledson, passando pelas notas irretocáveis do professor Hélio Guimarães para chegar às linhas finais escritas pela pena de Machado de Assis, sabemos que iremos encarar algo grandioso. O tema será a loucura, mas não uma loucura qualquer: será a loucura vista pelos olhos de um bruxo, não se esqueçam.

Simão Bacamarte, personagem principal de "O alienista", é um tipo brasileiro que não envelhece. É incrível pensar que alguém no séc. XIX tenha tido esse nível de interpretação sobre os brasileiros, transformando seu texto em uma espécie de periscópio social. Mais do que isso: conseguir falar de um país daquela época com a mesma autoridade em pleno séc. XXI é enlouquecedor.

A barbaridade da classe política, a ironia que chega fina e cortante ao leitor, inserida cirurgicamente no texto, as elegantes referências, tudo que está ali é, à sua maneira, único. Há um jogo constante entre o particular e o universal que pouquíssimos escritores conseguem fazer e, para nosso orgulho, Machado integra esse seleto grupo. Ainda em 2020 pretendo encarar o prazer que, dizem seus leitores, posso ter com "Memórias póstumas de Brás Cubas" e aí poderei tirar a dúvida que persiste comigo desde o término da leitura desse livreto: será que a liderança do clube dos gênios da palavra é do bruxo?

Igor 03/03/2021

O alienista ( Machado de Assis)
O alienista foi a minha primeira leitura de Machado de Assis e a minha primeira leitura ?clássica? no início fui bombardeado por Machado de Assis por palavras em desuso e muita interpretação. Por ser minha primeira leitura clássica. Certamente obtive muita dificuldade no início pra ler o livro. Mas isso não me deixou abalar.

Pensei como será o trecho final do Dr Simão bacamarte vulgo o alienista que decide então construir a casa Verde. E lá colocar todos os Loucos da cidade e logo,o alienista vai colocando toda a cidade na casa Verde... ficando cada vez mais obcecado pelo trabalho e por entender a mente humana. E se na verdade o maior louco for o alienista ? Já que de tantos ?loucos? a sua volta. E os estudando a cada vez mais ele não tivesse sido ?contaminado? pela loucura. perguntas que ia me fazendo a cada capítulo.

Umas das frases que mais me marcaram no livro foi ?o terror também é pai da loucura? - página 190.

Ao final do livro, chego a conclusão que Machado de Assis é um gênio fora de seu tempo. A Obra feita em 1882 e repleta de Interpretação e palavras complexas. Justamente para você colocar a sua cabeça para trabalhar.

Milena 10/09/2020

De médico e louco, todo mundo tem um pouco
Mais uma vez, Machado de Assis nos presenteia com uma obra brilhante. Esse conto fala sobre o alienista (psiquiatra) Simão Bacamarte, que resolve fundar uma casa de orates (hospício), a Casa Verde, em Itaguaí. A partir desse acontecimento, desenrola-se o experimento sobre o que levaria o habitante dessa pacata vila a ser classificado como louco e recolhido à Casa Verde. As grandes reflexões que o autor gera sobre o que seria a loucura e quem seriam os loucos são o ponto alto do livro, que subverte esses estereótipos. Sou muito puxa-saco de Machado, mas recomendo muito essa obra, pois com certeza é uma das melhores que já li, além de ser bem curtinha!

@biblioteca.da.alma 20/09/2020

O que é a loucura?
Nesse livro temos um médico, que decide criar uma espécie de hospício para tratar pacientes de sua cidade. No entanto, ele começa a enxergar loucura em todas as pessoas, até onde não tem. Qualquer emoção diferente ou momento de desequilíbrio é motivo para ser internado.
É possível que toda uma cidade esteja louca? Até onde um médico pode estar certo? O que, afinal, é a loucura? Quais os parâmetros para definir isso? A loucura é uma doença? Até onde as pessoas se calam e aceitam as coisas simplesmente por acharem que uma pessoa formada sabe tudo? Questões como essas são reflexões que fazemos ao longo dessa leitura, muito instigante, por sinal.
Aliás, notei uma grande semelhança da história com o Holocausto brasileiro, ocorrido em Barbacena, no qual pessoas eram internadas em um hospital psiquiátrico (sob condições desumanas), mesmo que não tivessem nenhum indício de loucura. Vale a pena conhecer essas duas histórias!